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Estado de Minas

Popula��o cobra presen�a de trocadores em meio a vaiv�m da tarifa dos �nibus

Terceira mudan�a dos pre�os em uma semana confunde passageiros, que aguardam melhorias. Empresas afirmam que j� selecionam cobradores


postado em 04/01/2019 06:00 / atualizado em 04/01/2019 07:22

Reginaldo Lopes recebe o valor da passagem diretamente da diarista Ana Maria.
Reginaldo Lopes recebe o valor da passagem diretamente da diarista Ana Maria. "Atrasa a viagem e sobrecarrega o motorista", diz ela. O condutor concorda: "Aumenta o risco de acidente" (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

O vaiv�m do pre�o da tarifa dos �nibus de Belo Horizonte confunde a cabe�a da popula��o, que ontem passou pela terceira mudan�a de pre�o em uma semana. Se por um lado o aumento de 11% anunciado em 26 de dezembro pela BHTrans foi retomado, resgatando o valor de R$ 4,50 nos bilhetes, uma situa��o que ainda espera por solu��o � a contrata��o dos cobradores para ocupar os postos que praticamente sumiram dos �nibus nos �ltimos meses. A situa��o sobrecarrega os motoristas e a promessa � de que esse problema ser� resolvido a partir deste m�s, com a contrata��o de 500 cobradores. Esse foi um dos pontos do acordo entre as empresas e a Prefeitura de BH, que tamb�m exige a entrada de 300 novos coletivos com ar-condicionado no sistema, al�m da autoriza��o para o reajuste das passagens.

“Ontem (quarta-feira) era R$ 4,05, hoje (ontem) � R$ 4,50 e amanh� s� Deus sabe. A pessoa fica sem saber quanto paga e o pobre � quem mais fica prejudicado nessa hist�ria, pois ele n�o tem condi��o de pegar outro tipo de transporte, j� que o sal�rio n�o aumenta do mesmo jeito”, diz a vendedora Maria L�cia da Silva Reis Corr�a. A confus�o por conta da terceira mudan�a de valor em uma semana fez a diarista Ana Maria Silva, de 55 anos, pagar R$ 4,05 no �nibus que a levou do Bairro Serrano, na Regi�o da Pampulha, ao Centro de BH. “Agora que estou percebendo que a passagem voltou para R$ 4,50, mas eu s� paguei R$ 4,05. Nem os poucos cobradores que restam est�o dando conta dessa confus�o”, diz ela. J� no segundo �nibus que pegou ontem, do Centro ao Bairro Conc�rdia, na Regi�o Nordeste da capital, ela desembolsou R$ 4,50, por�m teve que pagar diretamente ao motorista. O coletivo da linha 8107 (S�o Pedro/Conc�rdia) estava sem cobrador por volta das 8h40. “Fica bem mais dif�cil sem o trocador. Atrasa a viagem e sobrecarrega o motorista. Acho que R$ 0,45 foi muito de aumento”, diz ela.

O condutor do �nibus que levou a diarista at� o Bairro Conc�rdia, Reginaldo Lopes, de 39, disse que sem os cobradores sobram muitas fun��es para os motoristas. “Essa situa��o aumenta o risco de um acidente porque divide a nossa aten��o. O passageiro quer que a gente saia logo, mas muitas vezes ainda estamos cobrando a passagem. Ent�o, fica dif�cil”, afirma. Uma cobradora que ainda trabalha no sistema e pediu para n�o ser identificada disse que a fun��o � importante para ajudar o motorista. “Esta semana mesmo uma crian�a quis pegar carona na porta do �nibus, do lado de fora. Com mais um funcion�rio no �nibus fica mais f�cil ver essas coisas, al�m de falar a hora de fechar as portas, ajudar nas mudan�as de faixas e v�rias outras situa��es”, disse ela.

MULTAS
De janeiro a novembro, a BHTrans aplicou 8.726 multas por viagens feitas sem trocador fora dos hor�rios permitidos. Em todo o ano passado, foram 210. Viagem sem agente de bordo, popularmente conhecido como trocador, � permitida por lei durante o per�odo noturno, entre as 20h30 e as 5h59, durante os domingos e feriados, em hor�rio integral, e nos ve�culos do Move, mas passou a ser adotada irregularmente em situa��es n�o permitidas.

Ônibus transita sem cobrador: até o fim do mês, 500 agentes de bordo terão que ser contratados
�nibus transita sem cobrador: at� o fim do m�s, 500 agentes de bordo ter�o que ser contratados


A gangorra no pre�o da passagem come�ou depois de a BHTrans ter anunciado que a tarifa seria reajustada a partir de 30 de dezembro em 11%, passando para R$ 4,50, no caso da principal. O reajuste foi praticado nos dias 30 e 31 de dezembro, mas uma a��o protocolada pelo movimento Nossa BH, com apoio do Tarifa Zero, conseguiu na Justi�a uma liminar que suspendeu o aumento e fez as empresas praticarem novamente os R$ 4,05 nos dias 1º e 2. Ontem, o valor subiu de volta para R$ 4,50, depois que as empresas conseguiram derrubar a liminar e conquistaram nova decis�o judicial favor�vel � subida das passagens.

Al�m da contrata��o dos 500 cobradores ainda em janeiro e da entrada de 300 novos �nibus com ar-condicionado no sistema at� o m�s de abril, outro ponto do acordo entre empresas e prefeitura, que foi uma exig�ncia dos empres�rios, � o aumento na quilometragem de faixas exclusivas na cidade. Segundo a BHTrans, ser�o mais 50 quil�metros na cidade em 2019, caminhando em dire��o � meta de 80 quil�metros prevista no Plano de Mobilidade at� 2025. De acordo com o presidente do sindicato que representa as empresas, Joel Paschoalin, as faixas diminuem o tempo de deslocamento e melhoram a frequ�ncia das viagens, suprindo a demanda de passageiros.

CONTRATA��O
Por meio de nota, a BHTrans garantiu ontem que vai acompanhar a contrata��o de agentes de bordo pelo Setra-BH e informou que o sindicato j� publicou an�ncio para recrutar novos profissionais. O aumento da frota com ar-condicionado tamb�m ser� controlado. Segundo o texto, antes de os �nibus entrarem no sistema, eles passam por vistoria na autarquia e, assim, a empresa sabe quantos ve�culos novos a frota est� recebendo. “Est� em processo de cria��o um grupo de trabalho para discutir melhorias no transporte coletivo”, informou ainda.

Tamb�m por meio de nota, o Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) disse que anunciou a contrata��o de cobradores em 28 de dezembro e que est� recebendo os curr�culos dos interessados para o preenchimento das vagas na sede da entidade (Rua Aquiles Lobo, 504, Bairro Floresta, BH) e realizando o processo seletivo. Ainda de acordo com o Setra, no processo de renova��o da frota com ve�culos com ar-condicionado os mais antigos ser�o retirados do sistema de transporte da capital, composto por 35 empresas, distribu�das em quatro concession�rias.

A intensifica��o da presen�a da Guarda Municipal nos coletivos � outra demanda das empresas, para aumentar a seguran�a do sistema. A Guarda Municipal lembrou, ontem, por meio de nota, que j� atua no transporte p�blico da cidade por meio da Opera��o Viagem Segura. A a��o consiste no embarque e acompanhamento de viagens de algumas linhas de �nibus, de acordo com �ndices de viol�ncia. Por se tratar de uma informa��o de car�ter estrat�gico, as linhas atendidas e o efetivo empregado no projeto n�o ser�o divulgados. A amplia��o do projeto est� sendo estudada

juntamento com a BHTrans.

 

O CUSTO DAS PASSAGENS
Confira os valores das tarifas e contrapartidas do acordo

11%
�ndice de reajuste das passagens

500
N�mero de cobradores que as empresas se comprometeram a contratar

300
Ve�culos com ar-condicionado devem ser adquiridos at� abril

50km
Extens�o de faixas exclusivas de �nibus que a prefeitura ter� que adicionar ao tr�nsito neste ano

As tarifas
Principal

De R$ 4,05 para R$ 4,50

Circular
De R$ 2,85 para R$ 3,15

Vilas e favelas
De R$ 0,90 para R$ 1,00

T�xi lota��o
De R$ 4,45 para R$ 5,00

 

Enquanto isso...

...Prazo dado pelo MP vence hoje

Termina hoje o prazo dado pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais para que a administra��o municipal se manifeste sobre contesta��o das tarifas levada ao �rg�o, que abriu um inqu�rito para investigar o aumento da passagem, depois de o movimento Tarifa Zero entrar com uma representa��o questionando a alta de 11%. O grupo afirma que n�o h� par�metros para o valor da tarifa ser R$ 4,50 e conta com a representa��o no MP para reverter o aumento depois de a liminar que o suspendia ter ca�do. O m�rito da a��o na Justi�a, aberta pelo movimento Nossa BH com apoio do Tarifa Zero, ainda n�o foi julgado.


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