Moradores de Ibirit� sofrem com a falta de rem�dios b�sicos

Moradores de Ibirit�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que dependem de medicamentos gratuitos fornecidos pela prefeitura est�o encontrando dificuldades para encontrar os rem�dios. H� pelo menos tr�s meses faltam, nos postos de sa�de da cidade, f�rmacos como os de controle da hipertens�o, depress�o e at� epilepsia. De um lado, a popula��o acusa a administra��o municipal de descaso. Por outro, a Secretaria Municipal de Sa�de transfere a responsabilidade �s distribuidoras vencedoras das licita��es.

Agda Amaral Coimbra, de 51 anos, moradora do Bairro Canos, est� desempregada e sofre de depress�o e epilepsia. Para conseguir controlar as crises,  seu m�dico receitou cinco rem�dios: Levomepromazina, Fluoxetina, Clonazepan, Prometazina e Carbonato de l�tio. Ao todo, ela deve tomar oito comprimidos e meio por dia, mas j� n�o os encontra h� cerca de tr�s meses nos postos de sa�de da cidade. De acordo com a Prefeitura de Ibirit�, os medicamentos se encontram nas farm�cias populares do munic�pio, no entanto, nesses estabelecimentos � necess�rio pagar pelo produto. “Tem dia que eu tenho convuls�o. Preciso dos medicamentos, mas n�o posso compr�-los”, conta.

O sogro de Agda, Ant�nio Isidoro da Costa, de 83 anos, tamb�m est� sofrendo com a falta de rem�dios nos postos. Residente no Bairro Canoas, o idoso sofre de diabetes e hipertens�o e deve tomar quatro medicamentos por dia para controlar a press�o e o n�vel de insulina em seu sangue. No caso dele, o m�dico do Sistema �nico de Sa�de (SUS) recomenda o uso do Losartan, Carvedilol e Furosemida. Por�m, apesar da necessidade, o aposentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), n�o encontra os rem�dios h� mais de tr�s meses nos postos de sa�de. 

“Vamos todos os dias, nos postos, e eles [funcion�rios] sempre dizem que n�o t�m [os rem�dios]. Quem tem condi��o consegue ir em uma farm�cia e comprar, mas a gente n�o tem. Temos que escolher: ou come ou toma rem�dio”, conta a nora de Ant�nio. Caso fosse comprar os rem�dios, o homem de 83 anos teria que desembolsar cerca de R$ 30 pelo Losartan , R$ 15 pelo Carvedilol e R$ 6 pela Furosemida, todos com 30 comprimidos. 

Devido ao grande per�odo sem os medicamentos, Ant�nio j� desmaiou tr�s vezes desde outubro. De acordo com Agda, em uma dessas ocasi�es, os enfermeiros do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) tiveram que aplicar choque el�trico para reanim�-lo.

Procurada pelo Estado de Minas, a Prefeitura de Ibirit� informou que os medicamentos Losartan e Carvedilol foram licitados por ades�o � empresa BH Farma, vencedora dos itens na licita��o. No entanto, de acordo com a administra��o municipal, a distribuidora n�o cumpriu o prazo de entrega, que estava prevista para outubro de 2018. Ainda segundo a prefeitura, a empresa teria sido notificada mais de uma vez, mas n�o respondeu �s notifica��es. Devido ao tempo sem os medicamentos, a administra��o informou que “j� est� aderindo a novas atas para poder solicitar a compra desses medicamentos e regularizar seu abastecimento".   

Por outro lado , por meio de nota, a BH Farma informou que o Losartan vem sendo entregue desde 12 de setembro do ano passado. Na ocasi�o, segundo a empresa, teriam sido entregues � prefeitura o total de 267 mil comprimidos. Al�m disso, outra remessa do medicamento, com 600 mil comprimidos, teria sido enviada no dia 7 de janeiro. Quanto ao Carvedilol, a BH Farma informa que 154 mil comprimidos foram entregues nesta quinta-feira (10). 

A reportagem entrou em contato com a Unidade de Sa�de Canoas Cana�, posto mais pr�ximo � resid�ncia da fam�lia Coimbra, mas at� �s 14h desta quinta-feira, a informa��o era de que os dois medicamentos estavam em falta.

Em rela��o � Furosemida, a Prefeitura de Ibirit� informou que o rem�dio foi licitado a empresa Multifarma, vencedora da licita��o. No entanto, a empresa teria pedido prorroga��o no prazo de entrega, garantindo que, at� 30 de janeiro, o medicamento seria disponibilizado � administra��o municipal.

Em contato com o Estado de Minas, a Multifarma preferiu n�o se manifestar, uma vez que  o respons�vel pelo assunto est� de f�rias.

**Atualiza��o: Na sexta-feira (11), um dia ap�s a publica��o da mat�ria, a Prefeitura de Ibirit� confirmou que a BH Farma entregou os rem�dios nas duas ocasi�es. No entanto, quanto � primeira, a administra��o informou que os comprimidos duraram pouco mais de 30 dias, uma vez que o consumo mensal seria de 200 mil comprimidos. Em rela��o � demanda de Losartan do dia 7 de janeiro, a prefeitura informou que o medicamento j� est� sendo disponibilizado nas farm�cias da rede SUS, assim como o Carvedilol entregue nesta sexta-feira.