
A sa�da abrupta do Pelot�o de Combate a Inc�ndio Florestal (PCIF) do Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a causou apreens�o entre ambientalistas, moradores e visitantes da regi�o, que consideraram a medida “uma perda sem precedentes”. Era a �nica unidade de conserva��o do pa�s a contar com pelot�o do Corpo de Bombeiros – pertencente ao Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) – em suas depend�ncias. A preocupa��o maior se projeta sobre o per�odo de seca, entre maio e setembro, quando as ocorr�ncias de inc�ndios s�o recorrentes. A avalia��o e de que o deslocamento entre a Pampulha – para onde foi transferido o atendimento – e a regi�o pode levar mais de uma hora, com risco de agravar o desastre. O parque � o que registra maior n�mero de focos de inc�ndio no estado.
Com uma �rea de 3.941,09 hectares (ha), o Rola-Mo�a est� situado entre os munic�pios de Brumadinho, Nova Lima, Belo Horizonte e Ibirit�. Em 2015, inc�ndios de grandes propor��es queimaram 1.394, 29 ha da �rea interna e 74,22ha do entorno do parque. No ano seguinte, a �rea consumida pelo fogo no interior da unidade foi de 503,33ha, e a do entorno, 1.512,37ha. Em 2018, segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), houve queda abrupta dessas ocorr�ncias: os inc�ndios atingiram 43,97ha de �reas internas e 9,20ha no entorno, resultado atribu�do �s chuvas em abund�ncia e distribu�das ao longo do ano.
A diretora da Associa��o para Recupera��o e Conserva��o Ambiental (Arca/Amasserra), Simone Bottrel, acredita que a retirada da corpora��o enfraquecer� a quest�o do combate aos inc�ndios e at� a seguran�a do parque “que j� � deficit�ria”. Ela afirma que “o conselho do parque nem sequer foi comunicado” da decis�o. “Quando tomamos conhecimento, os equipamentos j� estavam sendo retirados”, conta.

A superintendente-executiva da Associa��o Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, entidade que tamb�m comp�e o conselho, se disse impressionada com a decis�o e a forma como foi executada a retirada, determinada pelo ex-comando do Corpo de Bombeiros, “no apagar das luzes” do governo Fernando Pimentel. Dalce afirma que “nem sequer o secret�rio de Meio Ambiente sabia da decis�o quando foi informado pelas entidades do conselho”. Ela considera que a instala��o do PCIF, em 25 de novembro de 2014, quebrou uma cultura no Corpo de Bombeiros de s� atuar na defesa civil. A esperan�a entre os ambientalistas era de que o piloto implantado no parque se alastrasse tamb�m para as unidades do interior. “A instala��o do PCIF no parque gerou um certo respeito junto �s comunidades do entorno, devido � proximidade geogr�fica com os volunt�rios. Somos a regi�o do pa�s com o maior n�mero de volunt�rios e o combate a inc�ndios florestais do Vetor Sul � o mais avan�ado do pa�s, sem contar as comunidades vizinhas que nos auxiliam doando alimentos, �gua e transportes �s equipes”, concluiu Dalce.
Por meio de nota, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) informou ter sido comunicado, em dezembro de 2018, sobre a sa�da f�sica do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres (Bema) da sede do Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a, o que ocorreu no dia 31 do mesmo m�s e disse que a compet�ncia para esse tipo de decis�o � do pr�prio Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG), “n�o cabendo ao Instituto se manifestar quanto �s a��es adotadas por aquela institui��o para a continuidade no atendimento �s emerg�ncias e inc�ndios florestais no parque”.

Ainda segundo a nota, o parque estadual j� conta com o apoio de diversas institui��es, “como os brigadistas contratados temporariamente para o per�odo cr�tico de inc�ndios florestais (julho a outubro); a brigada de funcion�rios da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que atua no monitoramento, na preven��o e no combate; e brigadistas contratados pela Associa��o Mineira de Meio Ambiente (Amda), por meio das mineradoras da regi�o, somando-se aos volunt�rios das organiza��es n�o governamentais Brigada 1, Brigada Guar� (vinculada ao Instituto Casa Branca) e Brigada Carcar�, de Brumadinho. O Parque conta tamb�m com o apoio de brigadas dos condom�nios em Casa Branca e Nova Lima, especialmente no entorno da unidade de conserva��o, evitando que os inc�ndios avancem para seu interior da UC”, diz a nota. O texto lembra ainda que o Rola-Mo�a continuar� contando com o apoio dos 1º e 2º batalh�es do Corpo de Bombeiros Militar “al�m de solicitar � Mineradora Vale, via recursos da compensa��o miner�ria, caminh�es e equipamentos para as a��es de combate. “O parque j� conta com um caminh�o da empresa”.
Com rela��o aos inc�ndios, o IEF informa que, neste m�s, ainda n�o foram registradas ocorr�ncias no parque. No ano passado, as chuvas presentes em quase todos os meses do ano e distribu�das por todas as regi�es contiveram os inc�ndios no Rola-Mo�a e nas outras unidades de conserva��o de Minas. A queda na �rea interna atingida pelo fogo foi de 80,1% comparada � m�dia dos �ltimos seis anos, segundo dados do Programa de Preven��o e Combate a Inc�ndios Florestais (Previnc�ndio) do Instituto Estadual de Florestas (IEF).