A assessoria de imprensa da mineradora Vale divulgou nota no in�cio da tarde desta segunda-feira, 28, com esclarecimento de que "n�o autorizou nem autoriza terceiros, inclusive advogados contratados, a falar em seu nome". "A Vale volta a ressaltar, de forma enf�tica, que permanecer� contribuindo com todas as investiga��es para a apura��o dos fatos e que esse � o foco de sua diretoria, juntamente com o apoio �s fam�lias atingidas", cita a nota.
Mais cedo, o advogado Sergio Bermudes, um dos principais defensores da mineradora, afirmou que "n�o v� responsabilidade" da companhia sobre o rompimento da barragem em Brumadinho e que j� havia enviado � Justi�a mineira pedido de reconsidera��o sobre as decis�es que bloquearam R$ 11 bilh�es do caixa da empresa.
Bermudes atacou falas do senador Renan Calheiros (MDB), prov�vel candidato � Presid�ncia do Senado que. neste domingo, 27, defendeu pelo Twitter que a diretoria da Vale fosse afastada. "Eu acho que a declara��o do senador Renan Calheiros � uma declara��o leviana que, na apar�ncia, parece que quer tirar dividendos pol�ticos do sofrimento causado pelo fato", disse o advogado.
"Tamb�m n�o tem nenhuma proced�ncia a ideia de que haver� interven��o do governo na Vale. De acordo com o artigo 37 da Constitui��o, o governo tem de agir no estrito termo da legalidade. N�o h� nenhuma lei que permita a interven��o. A Vale � uma empresa privada, de propriedade da Previ, via Litel, do Bradesco, via Bradespar, do BNDES, via BNDESpar, da Mitsui e de in�meros outros acionistas."
Ele ainda fez cr�ticas � procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, que afirmou que a empresa deve ser responsabilizada "severamente" pelo caso. "Parece n�o ter fundamento a declara��o da procuradora-geral de que h� crime. A Vale tem todo o interesse em apurar a exist�ncia de crime, embora n�o haja nenhum elemento apontando nesse sentido", afirmou o advogado.
O pedido de reconsidera��o sobre o bloqueio de bens, que totalizam R$ 11 bilh�es, foi ingressado na Comarca de Brumadinho e ainda est� em an�lise, segundo o defensor. Ele argumenta que "nem ela (Vale), nem nenhuma outra empresa, tem essa liquidez. Ela tem dinheiro suficiente para atender qualquer necessidade e, por outro lado, ela tem um patrim�nio gigantesco, capaz de responder por qualquer responsabilidade que seja apurada de acordo com a lei."