
O Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) de Juatuba aplicou multa de R$ 50 milh�es a mineradora Vale devido aos danos ambientais causados no rio Paraopeba com o mar de lama que vazaram da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Grande BH. A decis�o foi tomada em reuni�o realizada na manh� desta ter�a-feira. Os rejeitos de minera��o j� passaram pelo munic�pio. Produtores rurais alegam preju�zos e animais foram encontrados mortos.
A lama de rejeitos continua percorrendo o Rio Paraopeba. Nesta manh�, a polui��o j� passava de Paraopeba. T�cnicos da Ag�ncia Nacional das �guas (ANA) estiveram no local onde acompanharam a movimenta��o. Os funcion�rios fizeram medi��es para ver se houve altera��o na qualidade da �gua.
Segundo Heleno Maia, presidente do Codema de Juatuba e representante do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Paraopeba para acompanhar o desastre de Brumadinho, danos j� foram notados em Juatuba. “O dano � irrepar�vel. � um dano que prejudicou os produtores rurais, a rica fauna do Rio Paraopeba, como peixes de at� de 50 quilos. Capivaras j� foram encontradas mortas. Foi um dano irrevers�vel”, afirmou.
Nesta manh�, foi decidido, em reuni�o do Codema, aplicar uma multa de R$ 50 milh�es a Vale. “Como houve dano ambiental no munic�pio de Juatuba, na flora e na fauna, temos o direito de multar. E fizemos a multa do maior valor previsto”, disse Heleno.
De acordo com o representante do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Paraopeba, dois sobrevoos ser�o realizados por dia para verificar a movimenta��o da lama no manancial.
Trajeto da lama
O Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba, elaborado pelo Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM), prev� que a lama com rejeitos de barragem da Vale alcance, entre 15 e 20 de fevereiro, a Usina Hidrel�trica de Tr�s Marias, na Bacia do Rio S�o Francisco, Regi�o Central de Minas. A nascente do Paraopeba est� localizada no munic�pio de Cristiano Otoni, mesorregi�o metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Tr�s Marias, no munic�pio de Felixl�ndia.
De acordo com boletim da CPRM, a “�gua turva” percorre a Rio Paraopeba a uma velocidade de 1km/hora. Hoje � noite, os rejeitos dever�o alcan�ar o munic�pio de S�o Jos� da Varginha e, entre 5 e 10 de fevereiro, a Usina Hidrel�trica de Retiro Baixo, entre os munic�pios mineiros de Curvelo e Pomp�u.
A Vale, mineradora que administrava a barragem que se rompeu em Brumadinho, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, deve iniciar nesta ter�a-feira medidas para tentar evitar o avan�o dos rejeitos de min�rio ao longo do Rio Paraopeba. “Estamos, a partir de amanh� (ter�a-feira), colocando uma cortina de conten��o no Rio Paraopeba para impedir que o rejeito que se desloca afete a capta��o de �gua do munic�pio de Par� de Minas. Temos uma expectativa muito grande que isso tenha sucesso”, anunciou o diretor executivo de Finan�as e Rela��es com Investidores da empresa, Luciano Siani, em entrevista coletiva concedida na tarde de segunda-feira.