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Estado de Minas

Desmonte de barragens da Vale envolve dois complexos miner�rios

No total, ser�o duas minas desmanteladas: Vargem Grande e Paraopebas, todas no modelo de alteamento a montante


postado em 29/01/2019 23:33 / atualizado em 30/01/2019 08:44

Mina do Córrego do Feijão é do modelo de alteamento a montante(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Mina do C�rrego do Feij�o � do modelo de alteamento a montante (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


A Vale vai desmontar 10 barragens constru�das a montante,  mesmo molde da estrutura que se rompeu na sexta-feira em Brumadinho. Para isso, as opera��es nos empreendimentos onde elas est�o localizadas ser�o interrompidas por at� tr�s anos, anunciou nesta ter�a-feira, em entrevista coletiva, o presidente da companhia, Fabio Schvartsman. A decis�o da empresa foi apresentada hoje ao Minist�rio das Minas e Energia, em Bras�lia, e ontem, ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo). O programa vai custar R$ 5 bilh�es e deve reduzir a produ��o de min�rio de ferro da companhia em 10%. Ser�o descomissionadas – descaracterizadas como barragens e rejeitos para reintegr�-las ao meio ambiente – quatro estruturas do complexo Vargem Grande (Ab�boras, Vargem Grande, Capit�o do Mato e Tamandu�) e cinco do Paraopebas (Jangada, F�brica, Segredo, Jo�o Pereira e Alto Bandeira). Todas elas j� est�o desativadas e se distribuem por cinco cidades. A lista inclui tamb�m a represa de rejeitos da Minas do C�rrego do Feij�o, que colapsou na semana passada.

Segundo Schvartsman, a maioria das barragens da mineradora � constru�da em maci�o, o m�todo convencional. “E essas jamais, historicamente, tiveram problemas no Brasil ou fora do pa�s. H� um pequeno n�mero de constru��es a montante, que � o mesmo m�todo construtivo de Mariana e de Brumadinho”, afirmou. Pelo m�todo de alteamento a montante, v�rios degraus s�o erguidos contra o talude ou contra a parede da estrutura que d� sustenta��o � barragem, � medida que a quantidade de rejeitos aumenta. Esse modelo � o mais barato e arriscado.

 

O projeto de descomissionamento dessas estruturas j� vinha sendo desenvolvido desde o rompimento da Barragem do Fund�o, em Mariana, Regi�o Central de Minas, em 2015. A estrutura pertencia � Samarco, da qual a Vale � uma das controladoras. Segundo o presidente da companhia, a diretoria que estava � frente da mineradora na �poca do desastre fez levantamento das ent�o 19 barragens em constru��o a montante da companhia. A mineradora, ent�o, as paralisou, tornando inativas todas elas, trabalhando com especialistas internacionais para ter seguran�a da estabilidade, explicou.

Concomitantemente, foi iniciado o descomissionamento gradual, j� conclu�do em nove represas de rejeitos. Sobraram 10, entre elas, a barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, que se rompeu, onde o processo j� estava em andamento. Os �rg�os ambientais mineiros concederam licen�a em dezembro para os trabalhos. Depois do desastre de Brumadinho, a dire��o atual decidiu executar o plano imediatamente em todas as estruturas remanescentes.


Com o descomissionamento, o rejeito � retirado e lhe dado algum uso, como ser transformado em tijolo, ou coberto e integrado � natureza para n�o interferir em mais nada. “A decis�o da companhia, depois desse desastre, � de que n�o podemos mais conviver com isso. Foi referendado pelo Conselho de Administra��o o plano de eliminar todas as barragens a montante, descomissionar todas, com efeito imediato”, anunciou Schvartsman. Para isso, ser� necess�rio paralisar as opera��es de minera��o em todos os locais que est�o nas proximidades delas, por causa do risco de desmoronamento em virtude da interfer�ncia da opera��o das minas durante o processo de desativa��o das �reas, explicou.

O presidente da Vale informou ainda que os projetos est�o prontos e ser�o enviados para licenciamento ambiental � Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) nos pr�ximos 45 dias. Depois da concess�o, ser� dado in�cio imediato ao descomissionamento. A estimativa � de que os trabalhos levem no m�nimo um ano e m�ximo de tr�s, dependendo das caracter�sticas de cada estrutura.

EFEITOS ECON�MICOS A paralisa��o das atividades ter� seus efeitos econ�micos. A empresa deixar� de retirar 40 milh�es de toneladas por ano de min�rio de ferro (pico anual que ser� perdido na produ��o quando todas as barragens estiverem simultaneamente em descomissionamento), al�m de 11 milh�es de toneladas/ano de pelotas. “Isso representa o esfor�o de uma empresa de minera��o de dar resposta cabal e � altura diante da enorme trag�dia que tivemos em Brumadinho. O plano foi produzido tr�s ou quatro dias ap�s o acidente e � definitivo, dr�stico para n�o deixar d�vida de que todo sistema da Vale est� seguro”, relatou Fabio Schvartsman. “Temos laudo de estabilidade e auditoria recente segundo os quais nossas estruturas est�o em perfeita estabilidade. Mas resolvemos n�o aceitar apenas esses laudos e agir de outra maneira”, acrescentou.

A parada de opera��es representa 10% do total de min�rio produzido pela Vale – 400 milh�es toneladas por ano. O descomissionamento, a ser feito por empresas contratadas pela companhia, vai custar R$ 5 bilh�es. A empresa promete n�o demitir ningu�m. O presidente da companhia informou que os 5 mil trabalhadores das �reas a serem afetadas, entre empregados pr�prios e terceirizados, ser�o absorvidos no plantel da Vale, que conta com 80 mil pessoas, entre os que fazem parte de seu corpo de funcion�rios e aqueles que s�o de empresas prestadoras de servi�os.

“Quando houve o acidente de Mariana, a decis�o foi paralisar todas as barragens a montante e iniciar trabalho progressivo de descomissionamento. N�o fizemos mais r�pido porque t�nhamos laudos e t�cnicos especialistas que nos assessoravam e davam guarita a esse plano que v�nhamos executando. N�o havia raz�o para acelerar, pois h� impactos sobre opera��es, no emprego, na produ��o e na arrecada��o. Agora, queremos acabar com todas no menor prazo tecnicamente poss�vel.”


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