(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mais de 100 mortos e rio polu�do: trag�dia da Vale em Brumadinho completa uma semana

Passada uma semana, Minas continua a chorar pelas mortes, que n�o param de crescer, e pela contamina��o de um de seus principais rios, o Paraopeba


postado em 01/02/2019 06:00 / atualizado em 01/02/2019 08:08

Dimensão das equipes em meio ao mar de destruição mostra as proporções da catástrofe. Número de corpos recuperados chegou ontem a 110(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Dimens�o das equipes em meio ao mar de destrui��o mostra as propor��es da cat�strofe. N�mero de corpos recuperados chegou ontem a 110 (foto: T�lio Santos/EM/DA Press)


Brumadinho – “O sofrimento � em dose homeop�tica.” A frase do enfermeiro Jairo Oliveira Corr�a, do Posto de Sa�de de Parque da Cachoeira, uma das comunidades mais atingidas pela lama do rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o, obviamente n�o se refere ao volume, mas ao ritmo de conta-gotas com que o sentimento se espalha entre moradores e envolvidos no socorro �s v�timas da cat�strofe. Uma dor que retrata bem como foi a primeira semana na cidade castigada por aquela que j� � a pior trag�dia humana da hist�ria da minera��o no pa�s, que chegou ontem a 110 mortes confirmadas, e tende a ultrapassar as tr�s centenas.

J� as perdas, de vidas e materiais, e a contamina��o vieram em escala industrial. A mancha de lama de restos de minera��o lan�ados no meio ambiente n�o para de avan�ar pelo Rio Paraopeba. Uma alta concentra��o de metais pesados foi confirmada em boletim divulgado pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), ap�s monitoramento da qualidade dos recursos do rio, produzido com a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), Servi�o Geol�gico do Brasil  (CPRM) e a Copasa desde o desastre, ocorrido na sexta-feira passada.

As maiores concentra��es verificadas no Paraopeba ap�s a contamina��o com a lama de rejeitos de min�rio foram de chumbo total e merc�rio total, de 21 vezes acima do limite permitido pelas normas ambientais. Tamb�m foi constatada a presen�a no rio de outros metais, como n�quel, c�dmio e zinco, acima dos valores considerados toler�veis. J� o Corpo de Bombeiros garante que, ao contr�rio do que sustentam mensagens que circulam em grupos de mensagens via celular, n�o h� contamina��o da �gua por c�sio, elemento radioativo.

Diante do estudo feito pelo Igam, ANA e Copasa, o governo do estado alertou que a �gua do manancial “apresenta riscos � sa�de humana e animal” e n�o deve ser consumida em estado bruto. A Defesa Civil estadual atestou que nenhuma cidade do estado est� sujeita a cortes de abastecimento, e que munic�pios que eventualmente fa�am capta��o no Paraopeba recorrer�o a fontes alternativas enquanto os par�metros estiverem alterados.

J� o abastecimento de pessoas e comunidades que usavam diretamente a �gua do rio deve ser suspenso de imediato. Para essas pessoas, o estado deve garantir o fornecimento com a ajuda de 50 caminh�es-pipa e orienta��es de 40 t�cnicos da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). O governo estadual informou ainda que, diante dos resultados e, “por seguran�a � popula��o”, “deve ser respeitada uma �rea de 100 metros das margens” do Paraopeba. “O contato eventual n�o causa risco de morte. E para os bombeiros, que t�m trabalhado em contato mais direto com o solo, a orienta��o da sa�de � para que utilizem todos os equipamentos de seguran�a”, indica a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel.

Com uma �rea de quase 13 mil quil�metros quadrados, o Paraopeba passa por 48 cidades, sendo 35 na sede da bacia, atingindo as �reas Central e Oeste de Minas. � respons�vel por abastecer 2,3 milh�es de pessoas. Diante das recomenda��es, v�rios munic�pios j� se mobilizam em buscas de planos alternativos para que o abastecimento de �gua n�o seja interrompido. As iniciativas v�o de cria��o de grandes reservat�rios provis�rios � utiliza��o dos po�os artesianos e outros mananciais para evitar eventuais problemas de falta de �gua no futuro.

Em nota, a Copasa assegurou que o fornecimento para a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte n�o ser� modificado. A empresa conta para isso com as represas do Rio Manso, Serra Azul, Vargem das Flores e com a �gua do Rio das Velhas, feita em Nova Lima, sem barragem, em sistema conhecido como capta��o a fio d’�gua.



Uma das cidades mais afetadas, Par� de Minas, no Centro-Oeste do estado, desativou o sistema de abastecimento localizado no distrito C�rrego de Barro, que provinha do Paraopeba, e s� vai us�-lo novamente quando o governo de Minas certificar que a bacia n�o est� contaminada. Nesse caso, a alternativa t�m sido os ribeir�es Paiva e Paci�ncia e diversos po�os artesianos. A concession�ria �guas de Par� de Minas afirmou que essas fontes de fornecimento ser�o suficientes para atender a popula��o de 92.739 pessoas (segundo o Censo de 2014).

O diretor de Finan�as da Vale, Luciano Siani afirmou ontem que a membrana de conten��o instalada no rio na altura da cidade seria conclu�da ontem, na tentativa de impedir que os rejeitos atrapalhassem a capta��o de �gua na cidade. A inten��o dos t�cnicos � que a turbidez da �gua seja baixa o suficiente para permitir a capta��o. No entanto, na noite de quarta-feira, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente j� havia informado que suas equipes j� haviam detectado altera��es na qualidade da �gua, e a classificaram como impr�pria para consumo.

CAPTA��ES PR�PRIAS A Defesa Civil assegura que a contamina��o da �gua da Bacia do Rio Paraopeba vai atingir apenas algumas comunidades e produtores rurais que fazem capta��es pr�prias. Desde o desastre de Brumadinho, autoridades monitoram diariamente 22 pontos de capta��o de �gua n�o tratada da bacia.

A Prefeitura de S�o Joaquim de Bicas, na Grande BH, desenvolveu a��es provis�rias para que o fornecimento de �gua n�o fosse interrompido. Esmeraldas, Ibirit� e Moeda, tamb�m localizadas na Regi�o Metropolitana da capital, optaram por n�o fazer alertas � popula��o e v�m se amparando nos comunicados emitidos pela Copasa. As autoridades locais, no entanto, orientaram as comunidades sobre o risco grande de contamina��o com o consumo impr�prio de �gua do Paraopeba.

Na manh� de ontem, a Funda��o SOS Mata Atl�ntica iniciou uma expedi��o pelo Paraopeba para tentar dimensionar os impactos ambientais do mar de lama, al�m de verificar seu potencial de chegar a outras regi�es. Nos pr�ximos dias, a equipe de �gua da organiza��o, em parceria com o laborat�rio de Polui��o H�drica da Universidade de S�o Caetano do Sul, vai analisar a qualidade de �gua por 356 quil�metros, do local onde a lama entrou pelo leito at� a usina de Tr�s Marias, passando pela hidrel�trica de Retiro Baixo, em Pomp�u.

 

Destrui��o dia a dia

 

» Sexta-feira

Ver galeria . 26 Fotos  Tragédia de Brumadinho - Rompimento de rejeitos da Barragem 1 da Mina Feijão (Córrego Feijão)Gladyston Rodrigues/EM/D.A press
Trag�dia de Brumadinho - Rompimento de rejeitos da Barragem 1 da Mina Feij�o (C�rrego Feij�o) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press )

» S�bado   

 

» Domingo  

Ver galeria . 5 Fotos Reprodução/ Redes Sociais
(foto: Reprodu��o/ Redes Sociais )

  • Sirene toca �s 5h30, anunciando risco iminente de rompimento de nova barragem
  • Grupo de 132 oficiais israelenses chega ao Brasil para ajudar nas buscas

» Segunda-feira   
  • Vale anuncia doa��o de R$ 100 mil para fam�lias das v�timas
  • Come�am a ser enterradas as primeiras v�timas em Brumadinho

» Ter�a-feira   
  • Tr�s funcion�rios da Vale e dois engenheiros que atestaram seguran�a da barragem s�o presos
  • Vale decide descomissionar 10 barragens em dois complexos miner�rios em Minas

 

» Quarta-feira    

  • Chuva assusta moradores e destelha 60 casas de comunidade atingida pela lama

» Ontem   
  • Tropa de Israel, desconfort�vel com subutiliza��o nos trabalhos, se despede do Brasil
  • N�mero de mortes supera a casa dos 100
  • Come�a o cadastramento das fam�lias para receber doa��o de R$ 100 mil da Vale


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)