postado em 05/02/2019 12:48 / atualizado em 05/02/2019 14:39
Ver galeria . 22 FotosNovas fotos a�reas mostram situa��o na regi�o atingida pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, na segunda semana ap�s o desastre
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o )
A Articula��o Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale apresentou junto ao Conselho de Administra��o e ao Conselho Fiscal a “imediata destitui��o da diretoria executiva da Vale” e a pronta convoca��o de Assembleia Geral Extraordin�ria. Os resultados de campo, que levaram a decis�o, foram apresentados em coletiva de imprensa na tarde desta ter�a-feira. A “falta de transpar�ncia” foi um dos principais pontos criticados.
"A confus�o de atores e miss�es institucionais nos territ�rios afetados pelo desastre foi colocada na reuni�o. Isso ocasiona alguns problemas cr�ticos para a popula��o”, explicou o advogado Danilo Chammas, um dos representantes do grupo. Segundo o movimento, foi flagrada a presen�a de funcion�rios da empresa descaracterizados e designados apenas como “volunt�rios”, “mascarando a presen�a da Vale na intermedia��o da maior parte das demandas apresentadas nos postos de atendimento.”
A iniciativa da empresa de oferecer a familiares de pessoas mortas ou ainda desaparecidas, de modo imediato, a quantia de R$ 100 mil, tamb�m foi um ponto abordado. “Causa estranheza que a Vale tenha se negado a formecer uma c�pia da minuta do termo pelo qual firma com as fam�lias afetadas”, pontuou Chammas. Isso porque, segundo o movimento, a miss�o entende que se trata de um assunto de interesse p�blico.
O movimento tamb�m denuncia que ainda h� pessoas que n�o contam com a pronta resposta � perda de moradia, doze dias depois do rompimento da barragem. “Elas permanecem em situa��o de improviso e sem resposta sobre a perda”, acrescentou.
A falta de “transpar�ncia e de compromisso com a verdade” por parte da Vale, segundo a Articula��o, n�o trouxe ao p�blico plano de emerg�ncia para o caso de colapso da estrutura de barragem. Eles questionam a situa��o da sirene que foi engolida pela lama, os escrit�rios e refeit�rios posicionamos embaixo da barragem e a distruicao do acesso a uma das rotas de fuga.
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)
Criada em 2009, a articula��o congrega diferentes grupos, como sindicalistas, ambientalistas, ONGs, associa��es de base comunit�ria, grupos religiosos e acad�micos de seis pa�ses; Brasil, Argentina, Chile, Peru, Canad� e Mo�ambique.
Conforme a organiza��o, seu objetivo central � “contribuir no fortalecimento das comunidades em rede, promovendo estrat�gias de enfrentamento aos impactos ambientais e �s viola��es de direitos humanos relacionados � ind�stria extrativa da minera��o, sobretudo os vinculados � Vale S.A.”
Desde o �ltimo dia 29, a articula��o visitou diversas localidades diretamente atingidas pela cat�strofe, conversando com a popula��o, com familiares de v�timas, e tamb�m com �rg�os p�blicos envolvidos na presta��o direta de assist�ncia �s pessoas afetadas.
"Al�m de prestar solidariedade e apoio �s v�timas deste desastre o grupo teve como objetivo principal a observa��o e registro da atua��o da mineradora nos primeiros dias ap�s o rompimento da barragem, considerando a gravidade das viola��es a direitos humanos, ambientais, sociais e econ�micos", disse a Articula��o em nota.
Na semana passada, os acionistas cr�ticos vinculados � Articula��o entraram na Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) com um pedido de abertura de inqu�rito sobre a empresa. A den�ncia apontou ind�cios de manipula��o de mercado por ocultamento dos riscos socioambientais dos empreendimentos da empresa, j� que nos balan�os n�o constavam provis�es para os riscos das barragens.
Diversos movimentos sociais de Brumadinho e de Minas Gerais integram a Articula��o dos Atingidos pela Vale, e j� haviam alertado a mineradora sobre o risco que as barragens de rejeitos da mineradora representavam para as comunidades locais, dentre elas a barragem em C�rrego do Feij�o, que entrou em colapso no dia 25 de janeiro. (Com Estad�o Conte�do e Pedro Lovisi)