
O rompimento da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, completa hoje duas semanas e ainda n�o h� defini��o por parte das autoridades federais ou estaduais sobre a melhor forma de conter a lama de rejeito de min�rio vazada do empreendimento da Vale e, assim, impedir a chegada ao Rio S�o Francisco. “Estamos muito preocupados e h� uma grande ansiedade em todo o Nordeste. O poder p�blico deve usar a tecnologia mais avan�ada do mundo para resolver esse problema s�rio, e a Vale tem que pagar”, disse, ontem, o presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do S�o Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. Ele j� est� em Alagoas, estado natal, depois de passar 10 dias em Minas acompanhando o triste epis�dio de Brumadinho e se reunindo com lideran�as municipais, produtores e ambientalistas.
Uma das possibilidades de barrar a pluma ou onda de rejeitos de min�rio est� na Usina Hidrel�trica de Retiro Baixo, administrada pelo cons�rcio Furnas, Cemig e Orteng e localizada entre Pomp�u e Curvelo, na Regi�o Central de Minas. O fechamento das comportas seria uma forma de impedir o prosseguimento dos res�duos. “O pior � que n�o h� informa��es detalhadas e fidedignas sobre a chegada da lama � usina, causando mais desconforto entre a popula��o, principalmente quem vive da pesca artesanal e da piscicultura”, destacou Miranda.
Para o presidente do CBHSF, tudo � uma quest�o de tempo. “Ainda h� tempo de impedir que haja contamina��o do Lago de Tr�s Marias e do Rio S�o Francisco. Basta que sejam tomadas as medidas necess�rias”, afirmou. Durante encontro no dia 4, em Felixl�ndia, uma das sugest�es apresentadas pelo presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Paraopeba, Winston Caetano de Souza, foi que a Petrobras oferecesse equipamentos eficazes. “Est� tudo muito lento”, afirma Miranda.
AVAN�O Em nota, a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) informou, ontem, que a �gua com rejeitos do rompimento da barragem avan�ou pouco mais de 130 quil�metros e est� a cerca de 200 quil�metros do reservat�rio de Tr�s Marias, e n�o h� certeza se os rejeitos chegar�o ao Rio S�o Francisco, onde fica a barragem. Segundo os t�cnicos, ainda n�o � poss�vel falar sobre as consequ�ncias ou se os rejeitos v�o atingir Tr�s Marias e levar impacto aos usu�rios de recursos h�dricos.
No texto, a ANA informa que o mapeamento do Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM) mostra que o ponto mais a jusante do Rio Paraopeba onde foram identificadas altera��es do par�metro turbidez se localiza no munic�pio de S�o Jos� da Varginha. O local se encontra a cerca de 200 quil�metros do in�cio do reservat�rio da Usina Hidrel�trica de Tr�s Marias. “Todavia, com a ocorr�ncia de chuvas, poder�o ser registradas altera��es no comportamento at� agora observado, em decorr�ncia da lavagem e de novos aportes de rejeitos localizados na pr�pria barragem e na bacia de drenagem localizada a jusante do local do rompimento”, diz a nota.
Ap�s o rompimento, os rejeitos da barragem seguiram por um c�rrego afluente do Paraopeba, que, por sua vez, des�gua no S�o Francisco no reservat�rio de Tr�s Marias, localizado a 331 quil�metros da barragem rompida. De acordo com a nota, “a aus�ncia de chuvas significativas nos primeiros dias ap�s o rompimento da barragem, no dia 25, colaborou para a baixa velocidade de propaga��o da frente de sedimentos e para sua deposi��o no leito do Paraopeba”. De acordo com a ag�ncia reguladora, trata-se de um desastre complexo, que precisa ser monitorado ao longo dos dias para avaliar todos os desdobramentos para a bacia hidrogr�fica. “O acompanhamento do desenvolvimento do processo no Paraopeba, particularmente nas usinas termel�tricas Igarap� e Retiro Baixo, ser� de extrema import�ncia para elaborar previs�es sobre o comportamento do fen�meno”, continua a nota.
MONITORAMENTO A dire��o da ANA informou ainda que o monitoramento em curso no Paraopeba “ser� mantido, intensificado e estendido ou adaptado, sempre que necess�rio, para acompanhar sua evolu��o ao longo do Rio Paraopeba e, eventualmente, no reservat�rio de Tr�s Marias”. No �ltimo dia 31, as an�lises de monitoramento da qualidade da �gua no Rio Paraopeba feitas pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas mostraram que ela est� impr�pria e apresenta risco � sa�de humana e animal.
Tamb�m em nota, os t�cnicos da Retiro Baixo Energ�tica informam que t�m monitorado os poss�veis cen�rios, estando a UHE preparada para fazer as manobras de emerg�ncia necess�rias. “Em caso de paralisa��o da gera��o, o n�vel de �gua na barragem da Usina Retiro Baixo ser� controlado pelo vertedouro, conforme condi��es de seguran�a do empreendimento”.