
A Funda��o SOS Mata Atl�ntica, organiza��o n�o governamental (ONG) que atua em defesa do meio ambiente desde 1986, divulgou hoje (14) dados de an�lises realizadas no Rio Paraopeba. De acordo com a entidade, uma an�lise de 22 pontos permitiu concluir que a �gua est� contaminada, com qualidade p�ssima ou ruim, ao longo de pelos menos 305 quil�metros.
Os resultados foram obtidos ap�s uma expedi��o que durou 10 dias e terminou no �ltimo s�bado (9). Na semana seguinte ao rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), eles come�aram a percorrer rodovias federais e estaduais e estradas rurais, sempre perseguindo o leito do rio. A cada 40 quil�metros, uma amostra foi coletada.
No �ltimo ponto analisado, no reservat�rio de Retiro Baixo, a situa��o da �gua foi considerada ruim com �ndices de turbidez de 329,6 NTU. "Isso equivale a tr�s vezes mais do que o permitido pela legisla��o. Desde a regi�o de C�rrego do Feij�o, onde os rejeitos encontraram o Rio Paraopeba, at� o reservat�rio de Retiro Baixo, em Felixl�ndia (MG), a equipe n�o encontrou �gua em condi��es de uso", informa a Funda��o SOS Mata Atl�ntica.
Relat�rio
A entidade planeja apresentar no dia 27 de fevereiro um relat�rio completo com todos os indicadores obtidos. "A ideia � entreg�-lo a autoridades, contribuindo para que as melhores decis�es sejam tomadas, e tamb�m para a sociedade, principalmente para quem ainda precisa viver daquele e naquele rio, para que tenham informa��es concretas sobre a situa��o local".
O Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Minist�rio de Minas e Energia, tamb�m tem avaliado a turbidez no Rio Paraopeba e divulgado boletins diariamente desde o rompimento da barragem. O �ltimo deles mostra que ontem (13) os �ndices aferidos foram 371 NTU na altura do munic�pio de M�rio Campo (MG), 244 NTU em S�o Jo�o de Bicas (MG) e 165 NTU em Juatuba (MG). Segundo a Federa��o Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), o limite legal para curso d’�gua de classe 2, como � o Rio Paraopeba, � de 100 NTU.
No dia 31 de janeiro, resultados preliminares de an�lises realizadas por t�cnicos da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) levaram a pasta a recomendar que n�o se utilize a �gua bruta do Rio Paraopeba para qualquer finalidade e que se mantenha dist�ncia de 100 metros de suas margens.
Vale
Em nota divulgada hoje (14) em sua p�gina virtual, a Vale informa que tamb�m est� monitorando a qualidade da �gua em 48 pontos e diz que tomar� todas as medidas cab�veis para garantir o abastecimento humano e para as atividades agropecu�rias. De acordo com a mineradora, produtores rurais de nove munic�pios est�o recebendo �gua para consumo humano, dessedenta��o animal e irriga��o.
At� a �ltima ter�a-feira (12), teriam sido disponibilizados cerca de 5,1 milh�es de litros de �gua. "O atendimento � voltado para as cidades de Brumadinho, Florestal, Mario Campos, S�o Joaquim de Bicas, Betim, Igarap�, S�o Jos� da Varginha, Par� de Minas e Esmeraldas", diz o comunicado da Vale.
Mata Atl�ntica
Outro levantamento realizado pela Mata Atl�ntica diz respeito a abrang�ncia da devasta��o florestal. A entidade aponta que houve perda 112 hectares de mata nativa, das quais 55 hectares eram �reas bem preservadas. Informa ainda que, antes do rompimento da barragem, Brumadinho tinha 15,4 mil hectares remanescentes de Mata Atl�ntica. Essa �rea representa 24% do que havia originalmente no munic�pio, de acordo com o Atlas da Mata Atl�ntica, publicado pela Funda��o SOS Mata Atl�ntica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), �rg�o vinculado ao Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es.
Um mapeamento preliminar divulgado h� duas semanas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) apresenta n�meros similares. De acordo com o �rg�o vinculado ao Minist�rio do Meio Ambiente, foram desvatados 133,27 hectares de vegeta��o nativa de Mata Atl�ntica e 70,65 hectares de �reas de prote��o permanente ao longo de cursos d'�gua. O c�lculo foi feito a partir de imagens de sat�lite.