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Estado de Minas

Opera��o de Brumadinho supera buscas em Mariana e se torna maior da hist�ria

Procura por desaparecidos de barragem da Vale entram no 56� dia, passando per�odo de trabalho em Mariana, em 2015. Nesta fase, c�es respondem por 80% das localiza��es de restos mortais, mas tamb�m sofrem com esfor�o


postado em 21/03/2019 06:00 / atualizado em 21/03/2019 07:50

Depois de dia árduo de trabalho, bombeiros aguardam transporte para retorno à base de comando. No 56º dia de ação, buscas superaram tempo para resgate das vítimas de Mariana e colocaram Brumadinho como a maior operação da história(foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Depois de dia �rduo de trabalho, bombeiros aguardam transporte para retorno � base de comando. No 56� dia de a��o, buscas superaram tempo para resgate das v�timas de Mariana e colocaram Brumadinho como a maior opera��o da hist�ria (foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

O 56º dia de buscas, em um trabalho sem data para acabar e com quase uma centena de v�timas ainda desaparecidas na lama, j� inscreve a opera��o de resgate em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de BH, como a maior do tipo na hist�ria do estado. Com 209 corpos resgatados e identificados, a opera��o desencadeada depois do rompimento da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o supera hoje o per�odo de empenho em Mariana ap�s a trag�dia da Samarco, em 2015, quando morreram 19 pessoas.

Embora o trabalho heroico dos bombeiros, que at� hoje j� empenhou cerca de 1,8 mil militares, se destaque, nesta fase da opera��o as equipes de campo dependem fundamentalmente de outros her�is an�nimos, que j� come�am a apresentar sequelas de tanto esfor�o. Na etapa atual, os c�es s�o respons�veis por localizar cerca de 80% dos corpos ou restos mortais soterrados por milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio, informas respons�veis pelas buscas.

Mas o trabalho duro tem cobrado seu pre�o, tanto entre humanos quanto entre animais. Foi por isso que Lukie, um labrador de 11 anos, teve de se aposentar depois uma d�cada de servi�os prestados ao Corpo de Bombeiros. O animal teve a bacia fraturada durante as opera��es em Brumadinho e n�o conseguir� prosseguir na miss�o. “Ontem, cinco c�es se machucaram. Bebem �gua suja, rolam na lama, que pode contaminar. Quando eles chegam, h� uma sess�o de descontamina��o s� para os animais. Hoje dependemos muito deles”, disse o tenente-coronel Anderson Passos, no comando dos trabalhos de busca.

Apesar das dificuldades, hoje seis cachorros e seus tutores trabalham em Brumadinho, honrando os companheiros que j� n�o podem prosseguir na batalha. S�o labradores, border colies e pastores, entre os quais est� Angel, uma pastora-alem� que s� ontem achou dois segmentos de corpos. Parecia exausta, mas, ainda assim, farejava atr�s de uma bola de brinquedo no bolso de um dos bombeiros.

Militares se concentram em área onde esperam encontrar vestígios de 10 pessoas(foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Militares se concentram em �rea onde esperam encontrar vest�gios de 10 pessoas (foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

O tenente-coronel Passos explica que no in�cio do trabalho de resgate os c�es eram respons�veis por entre 10% e 15% das v�timas localizadas. Com o passar dos dias e com o barro se solidificando, o modo de opera��es muda. H� quatro dias os militares come�aram a instalar uma esp�cie de cano no solo, para permitir que o odor debaixo da terra suba e os c�es localizem restos mortais. A mudan�a de comportamento do animal � o que indica que algo foi achado: “Quando o c�o encontra, ele muda de comportamento. Cada c�o � habituado a seu guia e vice-versa. O guia, quando percebe mudan�a de comportamento, sinaliza. Depois, usamos outro c�o, para confirmar”.

Com a ajuda de animais, mas tamb�m de m�quinas, nos �ltimos quatro dias os militares intensificaram trabalhos pr�ximo � �rea denominada Per�, onde ficava o p�tio das locomotivas. L�, em meio ao cen�rio catastr�fico, mal d� pra identificar pe�as das enormes composi��es de transporte. Logo acima ficava a Esta��o de Tratamento de Min�rio (ETM). O setor administrativo tomado por lama tem computadores, televis�es e documentos espalhados. Capacetes, documentos e at� um gal�o de caf� podem ser vistos entre objetos que restaram. Mas o que mais chama a aten��o � uma placa, onde se l�: “Nesta �rea estamos trabalhando a 0 dias sem acidentes pessoais e materiais”.

Na regi�o das locomotivas a expectativa � de que se encontrem pelo menos 10 corpos de pessoas que estavam trabalhando no alto da represa no momento da ruptura. “Conversamos com um sobrevivente que estava no topo da barragem no momento em ela que se rompeu. Ele estava trabalhando com piez�metros e ‘surfou’ por cerca de 700 metros em cima de um bloco de lama”, contou o tenente-coronel Passos. Dias depois, foi encontrada a mochila com o pertences do sobrevivente dentro de um cont�iner onde trabalhava. � l� que os bombeiros acreditam que colegas do funcion�rio est�o. “N�o h� proje��o de encerrar as buscas. N�s vamos permanecer. Temos ainda uma quantidade grande de v�timas para ser resgatas e identificadas. N�o h� progn�stico para interromper”, concluiu.

Animais como a pastora-alemã Angel são tidos como essenciais na atuaLetapa das operações(foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Animais como a pastora-alem� Angel s�o tidos como essenciais na atuaLetapa das opera��es (foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)


Salvo em Mariana, morto em Brumadinho


Ontem foi identificado o corpo do soldador Er�dio Dias, de 32 anos, contratado por uma empresa terceirizada da Vale. Ele havia escapado em Mariana do rompimento da barragem da Samarco, controlada pela Vale e pela inglesa BHP Billiton, em 2015, e estava desaparecido depois da trag�dia em Brumadinho, em 25 de janeiro.

H� tr�s anos, o soldador estava na regi�o da barragem que se rompeu em Mariana e escapou da trag�dia porque foi almo�ar em �rea distante da atingida pela lama. Desta vez, Er�dio Dias estava no refeit�rio da empresa, um dos primeiros locais atingidos. O rapaz, que prestava servi�os havia cerca de seis meses em Brumadinho, deixou uma filha de 7 anos.

 

Pol�mica na Serra da Piedade
Centenas de pessoas participaram ontem, na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, de audi�ncia p�blica para debater eventuais riscos ao Santu�rio Bas�lica Nossa Senhora da Piedade com a retomada da minera��o na Serra da Piedade, entre Caet� e Sabar�, na Grande BH. Em 25 de fevereiro, quando se completava um m�s da trag�dia em Brumadinho, a C�mara de Atividades Miner�rias do Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam) concedeu icen�as para explora��o de min�rio no local, o que deixou indignados religiosos, moradores e visitantes do santu�rio que recebe, por ano, mais de 500 mil peregrinos. Haver� desdobramentos do encontro de ontem, com visita t�cnica � regi�o e solicita��o de informa��es a �rg�os p�blicos.


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