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Estado de Minas

Passeio cicl�stico at� Macacos chama a aten��o para acesso fora da �rea de risco

Situa��o de barragem da Vale obrigou evacua��o de pessoas no vilarejo tur�stico da Grande BH e mobilizou manifesta��o pelo retorno do turismo


postado em 31/03/2019 11:01 / atualizado em 01/04/2019 13:05

Passeio saiu do Vale do Sol com destino a Macacos pelo Campo do Costa(foto: Elian Guimarães/EM/D.A PRESS)
Passeio saiu do Vale do Sol com destino a Macacos pelo Campo do Costa (foto: Elian Guimar�es/EM/D.A PRESS)

Uma bicicleata na manh� deste domingo tenta chamar a aten��o de turistas para a estrada alternativa que leva ao Centro hist�rico do povoado de S�o Sebasti�o de �guas Claras, distrito de Nova Lima conhecido como Macacos, na Grande BH. O local que tem no turismo sua principal atividade econ�mica est� praticamente paralisado depois do alerta de rompimento da barragem de rejeitos B3/B4, da mineradora Vale.

Os principais acessos chegaram a ser fechados e depois passaram a funcionar com controle de acesso. A estrada que liga o condom�nio Vale do Sol a Macacos e que foi liberada ao p�blico recentemente pela mineradora � o �nico acesso que n�o oferece risco por n�o estar nos limites das sete barragens existemtes na regi�o.

A arquiteta M�rcia Taveira que mora no povoado h� 37 anos, precisou deixar sua casa �s pressas e fechou seu restaurante, Fazenda do Engenho dias depois do primeiro alarme. “S�o v�rios estabelecimentos fechados e a economia est� paralisada.” Ela mora com a fam�lia em um hotel em Belo Horizonte, para onde foi transferida pela Vale. “O turismo acabou na cidade. As pessoas precisam entender que n�o se trata apenas de Macacos mas o risco de comprometimento do abastecimento de grande parte da popula��o da Regi�o Metropolitana de BH, uma vez que as bacias do Rio das Velhas e do Paraopeba com a trag�dia em Brumadinho, foram atingidas e p�em em risco uma extensa regi�o”.

A arquiteta Márcia Taveira teve que deixar sua casa em Macacos e também fechou seu restaurante. Ela se mudou para um hotel em BH, transferida pela Vale(foto: Elian Guimarães/EM/D.A PRESS)
A arquiteta M�rcia Taveira teve que deixar sua casa em Macacos e tamb�m fechou seu restaurante. Ela se mudou para um hotel em BH, transferida pela Vale (foto: Elian Guimar�es/EM/D.A PRESS)


O analista de sistema F�bio Ernesto Coelho, tamb�m precisou sair de sua casa �s pressas depois de soarem os alarmes. O condom�nio onde mora, o Mata do Engenho, n�o seria afetado, entretanto a �nica entrada estaria na rota da lama em caso de rompimento e precisou ser mudada de local.Paulo Neto, engenheiro florestal e morador do Pass�rgada, e integrante do Movimento Fechos Eu Cuido, disse que de imediato � preciso resolver os problemas emergenciais da pessoas que foram evacuadas.

“S�o v�rios problemas, pessoas morando em hoteis, que sa�ram de sua casa que est�o sem renda. A cidade ficou com problemas pela perda do turismo. A m�dio e longo prazo precisamos pensar na seguran�a das barragens. Elas precisam ser descomissionadas e todas as sete existentes na regi�o precisam ser repensadas no seu sistema operacional. A empresa tem que atuar com responsabilidade. A ideia � fortalecer o turismo de Macacos, pensar outras atividades produtivas a minera��o n�o pode ser �nico modal de desenvolvimento do local e temos enorme potencial para isso”, conclui.
Fábio Coelho também participou do passeio ciclístico na manhã deste domingo(foto: Elian Guimarães/EM/D.A PRESS)
F�bio Coelho tamb�m participou do passeio cicl�stico na manh� deste domingo (foto: Elian Guimar�es/EM/D.A PRESS)


O passeio tamb�m aproveitou as manifesta��es do m�s de mar�o, considerado o per�odo das �guas e dedicado ao cuidado com os mananciais, para conclamar a popula��o � reflex�o sobre a qualidade e gest�o do precioso l�quido.

Gente de todas as idades e vindas de todas as partes se reuniu no Vale do Sol, bairro de Nova Lima, a partir das 10h deste domingo e seguiu pela Estrada Campo do Costa, at� o Bairro Jardim Amanda na entrada de Macacos, lugarejo que foi evacuado em 16 de fevereiro, e desde ent�o permanece em estado de alerta constante, devido ao risco de rompimento da barragem de rejeitos B3/B4, da Vale. A mudan�a do n�vel de seguran�a dessa barragem obrigou dezenas de fam�lias a sa�rem de imediato de suas casas.

O acesso ao povoado pela Estrada Campo do Costa foi liberado pela Vale depois da interdi��o de outros acessos. O caminho era fechado ao p�blico e � o �nico que n�o oferece qualquer risco de rompimento uma vez que n�o h� barragem ou represa que possa atingi-la. “Ela passa atr�s da barragem de conten��o de �guas Pass�rgadas, e al�m de n�o oferecer riscos, possui uma paisagem exuberante”, explica Fl�via Stortini, da Aspas Pas�rgada, entidade que comp�e a Rede �guas Claras, uma uni�o de associa��es de moradores e movimentos socioambientais da regi�o.

Stortini considera o movimento important�ssimo para chamar aten��o das pessoas sobre a necessidade da abertura definitiva da estrada “que � uma via p�blica encampada pela Vale dentro de sua �rea e ficou fechada � popula��o at� fevereiro”. Ela diz ainda ser essa uma luta n�o s� da popula��o atingida mas de toda a sociedade. “Uma barragem que se rompe compromete uma s�rie de nascentes, contamina o solo e no nosso caso pode comprometer o abastecimento de grande parte da regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte”, alerta.

Al�m de reivindicar o descomissionamento imediato e seguro das barragens, a Rede �guas Claras tamb�m alerta para a import�ncia de se impedir novos empreendimentos miner�rios predat�rios na regi�o e ampliar �reas de prote��o ambiental - como a Esta��o Ecol�gica de Fechos, respons�vel pelo abastecimento de �gua de 29 bairros da capital e outros 6 de Nova Lima.

O ato tamb�m chama a aten��o e convoca os turistas e ciclistas a n�o abandonarem Macacos, pois, mais do nunca, o distrito precisa explorar seus atrativos ecol�gicos, culturais e esportivos. “N�s que n�o dependemos de empregos na minera��o n�o t�nhamos no��o de como era executada a atividade no pa�s”, explica Fl�via, mesmo reconhecendo ser necess�ria para a economia e para a sobreviv�ncia de muitas fam�lias “ela precisa acontecer de forma consciente da preserva��o das vidas e do meio ambiente”, conclui.


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