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Estado de Minas

Sem dinheiro, cupom da Vale vira moeda de troca em Macacos

Polo tur�stico e gastron�mico que viu dinheiro sumir junto com turistas por risco em barragem depende de cupom da mineradora, disputado em filas de horas, para fazer economia girar


postado em 03/04/2019 06:00 / atualizado em 03/04/2019 07:53

Estabelecimentos no distrito passaram a receber os cupons da Vale como forma de se manter de portas abertas, mas donos reclamam de
Estabelecimentos no distrito passaram a receber os cupons da Vale como forma de se manter de portas abertas, mas donos reclamam de "des�gio" no pagamento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


As moedas virtuais, conhecidas como criptomoedas, atraem cada vez mais adeptos por todo o mundo, facilitando as compras via internet. Mas nem sempre novos meios de pagamento chegam na forma de boas novas.

Em S�o Sebasti�o das �guas Claras, distrito de Nova Lima conhecido popularmente como Macacos, na Grande BH, o dinheiro convencional sumiu junto com os turistas que ali passavam o fins de semana e feriados, desde que houve evacua��es devido ao risco de rompimento de barragem da Vale. A partir de ent�o, com pontos de com�rcio �s moscas, t�quetes para refei��es fornecidos pela mineradora viraram ouro. � o que comprovam as placas com os dizeres “Aceito voucher”, que est�o por toda parte.

Os t�quetes s�o uma conquista importante, mas juntamente com eles chegaram problemas e den�ncias. Na tentativa de dar oxig�nio aos neg�cios, parte dos comerciantes at� diminuiu os valores de pratos, procurando se adequar ao valor dos cupons: R$ 20 por refei��o. Mas tamb�m teve quem precisou encerrar as atividades, devido � limita��o de pre�o e a uma esp�cie de “des�gio” criada pelo sistema.

J� do lado dos moradores, tamb�m h� muita gente insatisfeita com a nova moeda. Eles denunciam enfrentar dificuldades diariamente para obter o voucher, encarando longas filas e espera de mais de tr�s horas. 


O drama no distrito, que at� ent�o era considerado um polo de turismo e gastronomia, come�ou quando a Barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, foi al�ada ao n�vel 3 de risco, �ltimo patamar antes da ruptura. Cerca de 300 moradores foram retirados da �rea de autossalvamento, a mais amea�ada, em 16 de fevereiro. Desde ent�o, o cen�rio � de contas atrasados, demiss�o de funcion�rios, pousadas vazias e at� fechamento de restaurantes devido � fuga de turistas que frequentavam a comunidade.

Ap�s a remo��o, a Vale passou a oferecer dois cupons por dia, no valor de R$ 20 cada, para uso no almo�o e jantar nos pontos de com�rcio do munic�pio. De acordo com a mineradora, cerca de 1.200 moradores cadastrados pela prefeitura tem direito ao benef�cio. Inicialmente, apenas tr�s restaurantes poderiam receber a nova moeda, mas, nas �ltimas semanas, a empresa cadastrou outros estabelecimentos. E informa que qualquer propriet�rio pode entrar na lista. 

T�BUA DE SALVA��O


“O voucher � o que est� segurando o com�rcio. � a nova moeda de Macacos. � ela que est� ajudando a pagar nossas contas”, admite a comerciante Juliana Gobbi, de 31 anos, dona de restaurante na regi�o que passou a aceitar o voucher desde 25 de mar�o. “Se n�o fosse assim, todos os estabelecimentos estariam de portas fechadas. Os turistas n�o v�m mais aqui, o carnaval foi um fracasso”, acrescentou.

Por�m, o aux�lio est� longe de ser consenso. Na vis�o dos comerciantes, o principal problema da nova moeda � o pagamento da Vale, feito no cart�o de cr�dito, cujas taxas de antecipa��o s�o consideradas muito altas – girando em torno de 5% e 7%. “H� op��o de receber pelo voucher por semana ou por m�s. Eu opto por semana. Ent�o, toda segunda-feira fa�o a troca. Como a forma dispon�vel � o pagamento no cart�o, se tenho direito a R$ 10 mil pelas refei��es vendidas, pelo menos R$ 600 v�o para pagar a taxa. Perco parte do lucro perante devido � forma de pagamento”, lamenta Juliana. Isso depois que muitos ficaram at� 30 dias de portas fechadas, antes de se credenciar para receber o vale da Vale.

A comerciante aponta ainda que muitos restaurantes precisaram se adaptar o pre�o ao valor de R$ 20, para fazer a economia girar. “Aqui, funciona. O voucher n�o pode gerar troco, mas os nossos valores s�o compat�veis com uma refei��o de R$ 20. Mas aqui em Macacos, os valores de muitos estabelecimentos eram altos. H� comerciantes que vendiam refei��es a at� R$ 70, esses n�o conseguiram se adequar ao valor da nova moeda”, disse Juliana.

Outro problema apontado por moradores � que o voucher s� pode ser usado para alimenta��o. O restante dos pontos de com�rcio, como loja de roupas ou farm�cias, n�o podem receber os cupons, e est�o com os produtos parados, muitos amea�ando baixar as portas.


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