
N�o foi ato de vandalismo – apenas excesso de zelo e falta de comunica��o entre funcion�rios. A m�o direita da escultura em bronze do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nunca foi furtada conforme divulgado ontem. A hist�ria � bem diferente, conforme apurou o Estado de Minas: em dezembro, um integrante da Guarda Municipal passou diante da pe�a localizada na esquina das ruas Goi�s e Bahia, no Centro da capital, e, vendo que a m�o estava pendente, possivelmente devido � falta de manuten��o e mau tempo, achou melhor retir�-la e guard�-la no pr�dio da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, 1.212, com entrada tamb�m pela Goi�s.
Logo ap�s a retirada espont�nea, foi feito um boletim de ocorr�ncia, mas o fato n�o foi comunicado �s autoridades da Funda��o Municipal de Cultura ou Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Somente agora, com o caso na ribalta, � que houve o esclarecimento. De acordo com a assessoria da PBH, a reinstala��o do peda�o em bronze ser� feita pela equipe da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura com acompanhamento de t�cnicos da SMC.
De acordo com as estat�sticas da Guarda Municipal de BH, de 1ª a 21 de janeiro deste ano, foram registradas nove ocorr�ncias de vandalismo, a maior parte na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul, reaberta em dezembro depois de seis meses de obras. Em 2018, foram 292 contra 329 em 2017, e os danos se referem a quebra parcial ou total de um bem p�blico em todo o munic�pio. Segundo a PBH, n�o h� data para recoloca��o da pe�a que homenageia o autor itabirano dos livros Boitempo, A rosa do povo, Sentimento do mundo e outros.
POESIA Com 1,70 metro de altura e pesando 200 quilos, a est�tua de Carlos Drummond de Andrade forma, junto com a do escritor mineiro e m�dico Pedro Nava (1904-1984), a obra denominada Pra�a da Poesia. Para quem passa por essa �rea movimentada da capital, a cena recria uma conversa entre os amigos que se destacaram na cena liter�ria brasileira e deixaram romances, poesias, contos, artigos para jornal e outros escritos memor�veis.
As duas esculturas foram produzidas pelo artista pl�stico L�o Santana e inauguradas em 2003, ano em que os escritores completariam 100 anos. Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava se conheceram na capital e iam com frequ�ncia ao Caf� Estrela (demolido, para dar lugar a um pr�dio), na Rua da Bahia, local muito visitado por escritores na d�cada de 1920.
Embora n�o tenha sido ato de vandalismo, j� houve outras agress�es a esse tipo de patrim�nio, em BH. Em 2015, foi a vez da est�tua do escritor Roberto Drummond, na Pra�a Diogo de Vasconcelos, na Regi�o da Savassi, Regi�o Centro-Sul: a escultura em bronze foi sujada com tinta vermelha. No ano anterior, a menos de 50 metros da sede do Comando-geral da Pol�cia Militar, na Pra�a da Liberdade, v�ndalos picharam as esculturas dos escritores Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e H�lio Pellegrino, na entrada da Biblioteca P�blica de Minas Gerais.