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Estado de Minas

Conhe�a o radar que vigia barragem com risco de rompimento em Macacos

Estado de Minas flagra utiliza��o de radar instalado pela Vale para monitorar estrutura que motivou a retirada de emerg�ncia de moradores h� quase dois meses


postado em 08/04/2019 06:00 / atualizado em 08/04/2019 07:49

Tecnologia aplicada em outros países no monitoramento de terremotos e erupções vulcânicas foi instalada em frente à Barragem B3/B4, da Vale(foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)
Tecnologia aplicada em outros pa�ses no monitoramento de terremotos e erup��es vulc�nicas foi instalada em frente � Barragem B3/B4, da Vale (foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)


S�o Sebasti�o das �guas Claras passou por momentos de terror h� quase dois meses, quando os moradores tiveram de deixar suas casas diante do risco iminente de rompimento da Barragem B3/B4, na Mina Mar Azul, em Nova Lima. Desde ent�o, a popula��o do distrito, apelidado de Macacos, vive misto de medo e apreens�o sem saber se represa pode a qualquer momento colapsar. A reportagem do Estado de Minas chegou pr�ximo � �rea da barragem e flagrou, com exclusividade, o emprego de radar para fazer o monitoramento da estrutura, que teve o n�vel 3 de emerg�ncia acionado no dia 27 pela Vale, que administra o complexo em Macacos. Equipamentos semelhantes s�o utilizados para monitorar desastres naturais, como erup��o vulc�nica e abalos s�smicos. A literatura cient�fica aponta efici�ncia no uso desses radares para prever desastres naturais.

A estrutura, que consta de ve�culo motorizado e antena parab�lica, est� localizada a cerca de 1 quil�metro da frente da barragem e pode ser vista pelos moradores. Tamb�m � poss�vel ver antenas nas bases da barragem. A Vale confirmou, por meio da assessoria de imprensa, o uso do radar. A medida de preven��o foi implantada por determina��o da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad). “A B3/B4 adotou o radar como mais uma medida preventiva e complementar para refor�ar a seguran�a da estrutura. O radar � capaz de detectar movimenta��es milim�tricas na barragem”, informou a empresa.

A Vale, por�m, n�o explicou o funcionamento. O EM procurou especialistas para detalhar esse sistema de monitoramento. Trata-se do m�todo Interferometria de Radar de Abertura Sint�tica (InSAR), usado no monitoramento milim�trico de deslocamentos de massas. A tecnologia � descrita pela Divis�o de Processamento de Imagens, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (DPI/INPE), o termo radar (radio detection and ranging) tem sido utilizado de forma gen�rica para classificar os sistemas que operam na faixa de frequ�ncia de microondas.

Costuma ser empregado porque a regi�o espectral de opera��o permite alta transmiss�o das ondas eletromagn�ticas na atmosfera independentemente da ilumina��o solar, podendo assim gerar imagens sob as condi��es mais adversas. Tem aplica��o na geologia, agricultura, cartografia, hidrologia, oceanografia, entre outras �reas.

O InSAR utiliza duas ou mais imagens de sat�lite para medir mudan�as de fases consecutivas do sinal de radar que s�o adquiridas em posi��es e atitudes id�nticas, por�m em momentos diferentes. O deslocamento no terreno, caso ocorra, pode ser observado por meio da defasagem do sinal de fase entre as duas posi��es. Os deslocamentos do terreno podem ser medidos com a precis�o de um mil�metro.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


SUSTO
Desde 16 de mar�o, Macacos sofre com o temor de ser atingido por mais um rompimento de barragem em Minas, com queda do turismo, a principal fonte de renda do munic�pio, o risco de as crian�as, em idade escolar, perderem o ano letivo por n�o ter onde estudar, e o medo constante de ver se repetirem as cenas das tsunami de lama e rejeito que tomaram os distritos de Mariana, em 5 de novembro de 2015, e Brumadinho, em 25 de janeiro deste ano.

Um dos moradores mais conhecidos de Macacos, o comerciante M�rcio Rodrigues, de 46 anos, v� como positiva a instala��o do radar. “A presen�a do radar ajuda. Assim, a gente sabe que est� sendo feito o monitoramento mais de perto”, afirma M�rcio, dono de um bar que leva seu nome. Ele lembra que a Barragem B3/B4 � uma heran�a da Minera��o Rio Verde. “Ela est� inativa h� 18 anos, desde 2001, quando ocorreu o rompimento de outra barragem que fica pr�xima. Era da Minera��o Rio Verde, passou para a MBR e a Vale arrendou por 30 anos”, comenta.

Com 55 metros de altura, a barragem B3/B4 cont�m 1,896 milh�o de metros c�bicos de rejeitos da extra��o de min�rio de ferro. Na noite do dia 16, um s�bado, a Vale elevou para o n�vel 2 o Plano de A��o de Emerg�ncia de Barragens de Minera��o para a Barragem B3/B4. Cerca de 200 pessoas foram retiradas de resid�ncias e estabelecimentos comerciais. Onze dias depois, foi acionado o n�vel 3 de emerg�ncia.

BARRAGENS EM RISCO Em 27 e 28 de mar�o, a Vale acionou o n�vel 3 de emerg�ncia tamb�m para as barragens de rejeitos Forquilhas I e II, em Ouro Preto. Todas as barragens foram constru�das com a metodologia de alteamento a montante, de rejeitos de min�rio de ferro. Al�m da barragem em Macacos, a empresa levou o equipamento para as barragens Sul Superior, em Bar�o de Cocais, Forquilhas I e III, na Mina F�brica, Ouro Preto, Vargem Grande, Complexo Vargem Grande, em Nova Lima, B6 em C�rrego do Feij�o, em Brumadinho; e tamb�m a B1, para monitoramento da massa rompida.

 

Buscas concentradas em Brumadinho

Pátio ferroviário é uma das três áreas da mina onde estão focadas ações das equipes de resgate. Ainda há 69 pessoas desaparecidas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
P�tio ferrovi�rio � uma das tr�s �reas da mina onde est�o focadas a��es das equipes de resgate. Ainda h� 69 pessoas desaparecidas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Tr�s �reas devastadas pelo rompimento da Barragem 1, da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, foram ontem o centro das aten��es nos trabalhos de buscas dos bombeiros militares por corpos de v�timas. Enquanto as buscas se concentraram na �rea das baias da planta industrial de minera��o, os demais esfor�os eram para melhorar a drenagem da �rea identificada como Remanso 3, espa�o de ac�mulo de �gua e rejeitos fora do fluxo dos mananciais, e o acesso � “pera ferrovi�ria”, uma estrutura de trilhos que funcionava como p�tio em formato circular e que possibilitava o transbordo das cargas sem a necessidade de desmembrar os trens, garantindo mais agilidade e seguran�a no escoamento quando a mina ainda funcionava. Os trabalhos se deram em ritmo acelerado, uma vez que havia a previs�o de pancadas de chuva no fim da tarde, o que eleva o risco de acidentes para as equipes e atrasa os trabalhos.

De acordo com os bombeiros, um contingente de 128 militares participou das buscas se dividindo em 24 frentes de trabalho. Para auxiliar na sondagem de terreno, remo��o dos rejeitos e escombros, foram empregadas 97 m�quinas pesadas como escavadeiras, tratores e caminh�es. At� o momento, foram encontrados 224 corpos de v�timas, sendo que outros 69 ainda se encontram desaparecidos sob os dep�sitos de rejeitos. H� suspeitas de que um corpo esteja soterrado pr�ximo ao local da terceira baia do complexo miner�rio e, por esse motivo, boa parte dos esfor�os de escava��o se d�o naquele local.

A drenagem est� sendo reconstitu�da na �rea denominada Remanso 3 para que a �gua acumulada possa escoar. Essa reten��o de l�quido impede que o odor da decomposi��o dos corpos soterrados das v�timas seja percebido pelos grupos de bombeiros e c�es farejadores. O solo seco permite que esse odor seja detectado pelo faro agu�ado dos animais. Tr�s duplas de homens com c�es atuaram ontem sobre a �rea afetada, sendo um deles de uma equipe do Distrito Federal e as outras duas de Goi�s. Em todas as �reas o planejamento seguiu apoiado por drones, que permitem um acompanhamento mais amplo de todas as frentes.

Ontem foi o 73º dia de trabalho desde que a Barragem 1, da Vale, se rompeu, em 25 de janeiro, despejando cerca de 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro. A onda de destrui��o rompeu tamb�m as barragens IV e IV-A, que retinham sedimentos e �gua, o que impulsionou ainda mais o tsunami de lama. A mancha de destrui��o se espalhou por mais de 10 quil�metros, desde a mina at� o Rio Paraopeba, que foi contaminado e despejou parte desse rejeito no Rio S�o Francisco, no lago de Tr�s Marias.


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