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Estado de Minas

Copasa alerta que �gua da Grande BH pode enfrentar colapso e cobra R$ 2 bi da Vale

Estatal apresenta conjunto de medidas emergenciais para recuperar a capta��o interrompida por polui��o no Rio Paraopeba e para proteger o sistema, sob amea�a de colapso em 18 meses


postado em 10/04/2019 06:00 / atualizado em 10/04/2019 07:31

Captação para a estação de Bela Fama, no Rio das Velhas, precisa ser protegida para o caso de mais acidentes com barragens, diz concessionária (foto: Guilherme Paranaiba/EM/DA Press)
Capta��o para a esta��o de Bela Fama, no Rio das Velhas, precisa ser protegida para o caso de mais acidentes com barragens, diz concession�ria (foto: Guilherme Paranaiba/EM/DA Press)


A Copasa se prepara para cobrar da Vale – inclusive pela via judicial, se necess�rio – um plano de a��o emergencial para evitar que o abastecimento da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte corra o risco de entrar em colapso depois do rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho. O desastre levou � paralisa��o de uma capta��o de 5 mil litros de �gua por segundo no Rio Paraopeba, integrante do sistema de mesmo nome, que abastece metade da Grande BH e pode entrar em crise em 18 meses, caso provid�ncias n�o sejam adotadas para restabelecer a produ��o. Desencadeou tamb�m uma crise de confian�a sobre as represas de rejeitos de minera��o do estado, que amea�am principalmente o Rio das Velhas, respons�vel pela outra metade do abastecimento da Grande BH.

Ap�s definir o conjunto de medidas, a Copasa articula reuni�es com o Minist�rio P�blico e com a Advocacia-Geral do Estado, para inteirar as duas institui��es que atuam junto ao Judici�rio sobre a situa��o, para que possam negociar acordos com a Vale ou tomar as medidas necess�rias na Justi�a, caso a mineradora n�o assuma o compromisso de implement�-las. Al�m das medidas emergenciais, a Copasa levantou duas a��es compensat�rias pelo desastre socioambiental que, se implantadas, levariam ao aumento da produ��o do Sistema Paraopeba. O custo do conjunto de a��es proposto gira em torno de R$ 2 bilh�es.

Entre as medidas de emerg�ncia apresentadas ontem aos vereadores que integram a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) das Barragens, instaurada na C�mara de Belo Horizonte, durante visita � Esta��o de Tratamento de �gua do Rio das Velhas, em Nova Lima, tr�s s�o apontadas pelos gestores da Copasa como mais urgentes. No �mbito do Velhas, a empresa pede que a Vale construa estruturas para proteger a capta��o de Bela Fama, em Nova Lima, de uma poss�vel onda de lama em caso de rompimento de outra barragem.

Cinco reservat�rios de rejeitos da minera��o que est�o em n�veis de alerta ou emerg�ncia, todos da Vale, est�o na regi�o do Alto Rio das Velhas (veja quadro). Um desastre em qualquer um deles tem potencial para levar lama �s m�quinas da Copasa em Bela Fama. Tamb�m foi apontado pela concession�ria que cuida do abastecimento da Grande BH a necessidade de desassoreamento de uma barragem da hidrel�trica da Cemig de Rio de Pedras, em Itabirito, para que possa reservar 20 milh�es de metros c�bicos de �gua. Essa interven��o prev� tamb�m a constru��o de adutoras para canalizar a produ��o at� a esta��o de tratamento do Rio das Velhas.

No caso do Sistema Paraopeba, a a��o considerada mais importante pela Copasa � a constru��o de uma capta��o acima do ponto onde a lama da barragem de Brumadinho alcan�ou o Rio Paraopeba, com capacidade para sugar 5 mil litros por segundo, com 12 quil�metros de adutoras para levar essa �gua at� a esta��o de tratamento do Rio Manso. Essa interven��o substituiria a capta��o emergencial inaugurada pela Copasa em dezembro de 2015, que significou a retirada de 216 milh�es de metros c�bicos de �gua desde seu primeiro dia de funcionamento at� 25 de janeiro, data da trag�dia em Brumadinho e da interrup��o da capta��o. Segundo a Copasa, essa alternativa, antes de ser desativada, possibilitou a recupera��o das tr�s represas do Sistema Paraopeba (Vargem das Flores, Serra Azul e Rio Manso) e evitou que Belo Horizonte mergulhasse em medidas de restri��o de consumo, como o racionamento, em raz�o da grave crise h�drica de 2014 e 2015. O custo da obra, na �poca, foi de R$ 128 milh�es aos cofres p�blicos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


O diretor de Opera��o Metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli, foi enf�tico ao dizer aos vereadores da capital que o abastecimento da Grande BH exige uma capta��o direta no Rio Paraopeba, para complementar a �gua produzida nos tr�s reservat�rios do sistema, sob risco de a crise de 2015 retornar j� no ano que vem. “Se n�o houver a retomada da capta��o, em 18 meses o Sistema Paraopeba estar� em situa��o de risco. Se eu n�o pudermos mais captar �gua direto no rio, vamos esgotar as represas. Sem d�vida, v�o esvaziar”, alertou o diretor. Hoje, ainda est� em discuss�o uma poss�vel retomada da capta��o paralisada, que fica em um ponto do rio por onde a onda de lama passou.

A retomada do tratamento nesse local traria de volta as condi��es de seguran�a h�drica que eram garantidas antes do rompimento para o Sistema Paraopeba, mas a desconfian�a da sociedade sobre a qualidade da �gua � uma situa��o que incomoda o diretor. “A Copasa n�o vai captar �gua do Paraopeba enquanto n�o houver uma autoridade assegurando que essa �gua pode ser consumida”, afirma. Ele diz ser importante que �rg�os de controle da qualidade da �gua, como Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) e Minist�rio de Sa�de acompanhem de perto e fiscalizem a qualidade do produto final. Na semana passada, a diretora do Igam, Mar�lia Melo, disse que ainda � necess�rio cautela, principalmente pelos n�veis de turbidez no Rio Paraopeba, que continuam acima do considerado toler�vel pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente  para abastecimento humano. Segundo a �ltima medi��o no Paraopeba, no dia 1º, o n�vel de turbidez na altura da capta��o da Copasa foi de 194 NTU, ante o limite de 100 NTU.

A vereadora Bella Gon�alves (PSOL), uma das integrantes da CPI da C�mara de BH, diz que � normal que a desconfian�a sobre a qualidade da �gua venha � tona, e considera ser necess�rio um monitoramento muito rigoroso, que dure por muito tempo. S� com esse acompanhamento garantindo a qualidade da �gua � que a parlamentar defende o retorno da capta��o no Paraopeba. “A gente est� falando de um sistema caro, que custou muito ao poder p�blico, e precisa voltar a funcionar caso tenha condi��es. � preciso, e acho que a Copasa apresentou o caminho, adotar uma s�rie de medidas para garantir que n�o sejamos obrigados a captar �gua contaminada”, afirmou.

Relator da CPI na C�mara, o vereador Irlan Melo (PR) adianta que pessoas ligadas � Vale podem ser indiciadas ao fim dos trabalhos da comiss�o, se as medidas emergenciais para garantir a �gua da Grande BH n�o forem adotadas. “Tamb�m vamos colher sugest�es da sociedade civil, mas essas provid�ncias indicadas pela Copasa s�o muito importantes, porque � a empresa que traz a �gua para todos n�s”, completou.

Consultada sobre o assunto, a Vale informou ontem que apresentou � Copasa cronograma para estudar a viabilidade das medidas e dos projetos discutidos.

 

 

Em risco


Veja amea�as sobre as capta��es que atendem � Regi�o Metropolitana de BH

Rio das Velhas

Cinco barragens constru�das pelo m�todo menos seguro, de alteamento a montante, est�o no Alto Rio das Velhas. Poss�veis rompimentos levariam lama at� o manancial antes da capta��o da Copasa de Bela Fama, que serve metade da Regi�o Metropolitana de BH:

Barragem B3/B4 
Macacos/Nova Lima
» Reservat�rio da Vale com 1,8 milh�o de metros c�bicos de rejeitos em n�vel 3 de risco, o mais alto, que caracteriza emerg�ncia

Barragens Forquilha 1 e 3 – Ouro Preto
» Reservat�rios da Vale que somam mais de 35 milh�es de metros c�bicos de rejeitos, tamb�m em n�vel 3 de risco

Barragem Forquilha 2 – Ouro Preto
» Reservat�rio da Vale com 20,8 milh�es de metros c�bicos de rejeitos, em n�vel 2 de seguran�a, que caracteriza alerta

Barragem de Vargem Grande 
Nova Lima

» Reservat�rio da Vale com 9,5 milh�es de metros c�bicos de rejeitos tamb�m em n�vel 2 de seguran�a

Rio Paraopeba
» A capta��o de 5 mil litros de �gua por segundo diretamente no Rio Paraopeba est� parada desde 25 de janeiro, em consequ�ncia da lama que foi despejada da barragem da Vale em Brumadinho. N�o h� previs�o de retomada

Reservat�rio Rio Manso
» Poss�vel rompimento de reservat�rio de rejeitos em Itatiaiu�u levaria lama at� o curso d’�gua que forma a maior represa integrante do Sistema Paraopeba, respons�vel pelo abastecimento de metade da
Grande BH

Barragem da Mina Serra Azul  Itatiaiu�u
» Reservat�rio da Arcelor Mittal com 5,2 milh�es de metros c�bicos de rejeitos apresenta o n�vel 2 de seguran�a, que caracteriza alerta

 


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