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Estado de Minas

Esvaziada pela crise das barragens, Macacos tenta recuperar turismo na semana santa

'Nunca fizemos antes', conta dona de pousada, que recorreu a site para atrair clientes


postado em 17/04/2019 06:00 / atualizado em 17/04/2019 07:49

Mesmo localizadas fora da área de risco em caso de rompimento de barragens, pousadas sofrem com baixa procura de turistas, mas o distrito não perde as esperanças de se reerguer(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Mesmo localizadas fora da �rea de risco em caso de rompimento de barragens, pousadas sofrem com baixa procura de turistas, mas o distrito n�o perde as esperan�as de se reerguer (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


O ponteiro do rel�gio parece n�o andar em S�o Sebasti�o das �guas Claras, distrito de Nova Lima na Grande BH. Popularmente conhecido como Macacos, o distrito est� em compasso de espera pelo momento de voltar a ser destino desejado pelos turistas e para que a agita��o de antes fa�a as horas passarem mais depressa. Na semana santa, um dos per�odos em que o destino costumava receber n�mero maior visitantes, a expectativa de comerciantes, donos de pousadas e moradores � que, a partir de amanh�, o turista d� novamente o ar da gra�a.

Muita gente evita o vilarejo desde 16 de mar�o, quando a popula��o foi retirada, �s pressas, diante da eleva��o do n�vel de risco da barragem B3/B4, que passou para o 3. Os donos de pousada t�m feito de tudo para que o turismo volte a aquecer a economia local. Anunciam vagas em sites de reserva como o Booking, ou as colocam dispon�veis no air bnb. “Isso � algo que nunca fizemos antes”, diz a propriet�ria de uma pousada, que pediu para n�o ser identificada. “Quando a sirene tocou pela primeira vez, os turistas sumiram. Depois, quando est�vamos nos recuperando, a sirene tocou de novo. Estamos fazendo de tudo para trazer o turista de volta”, diz.

Depois de um carnaval para esquecer, a expectativa � a retomada da visita��o nas �reas consideradas seguras do vilarejo. De acordo com as defesas civis de Nova Lima e do estado, todas as �reas consideradas de autossalvamento est�o bloqueadas e 303 pessoas j� foram retiradas desses locais. Os demais pontos que n�o est�o interditados podem receber turistas normalmente e, por isso, as defesas civis garantem que n�o h� risco onde o acesso est� liberado. No entanto, o propriet�rio do restaurante e pousada Restaurante Evolu��o da Gula, Wellington Vaz Ferreira, de 35, costumava, nesta altura do m�s, ter fechado as reservas para os oito chal�s de sua pousada. “N�o tem h�spede. Toda semana minha pousada ficava cheia. No feriado, era a �poca que mais fatur�vamos. Nem no carnaval nem na semana santa, n�o tenho reserva para nenhum quarto”, afirma.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


A maior parte das pousadas, restaurantes e bares n�o est� em �reas que poderiam ser atingidas pela lama em caso de rompimento da barragem. “Cerca de 5% da cidade corre risco. Se houver uma trag�dia vai ser terr�vel. Mas boa parte da popula��o saiu das casas. N�o estamos na mancha”, diz a propriet�ria da pousada.

O Cabana Marcenaria Bistr� est� fora de risco. Ali�s, em sua localiza��o h� uma rota de fuga, mas, ainda assim, os turistas n�o t�m ido ao local e o propriet�rio Rolf Flister, de 30 anos, vem mantendo as contas do estabelecimento gra�as ao recebimento do voucher concedido pela Vale aos moradores, que foi apelidado de “bitmonckey”. “A expectativa � duvidosa. A gente n�o sabe se o turista vir�. N�o sabemos se devemos esperar ou n�o o turista comparecer. Mas vamos abrir as portas. Acreditamos em Macacos”, afirma Rolf.

Ele investiu, h� dois anos, cerca de R$ 180 mil para abrir o estabelecimento. Rolf explica que, embora muitos turistas saibam que n�o correm risco na �rea onde est�o os bares em Macacos, temem as consequ�ncias de um eventual rompimento. “A estrada para chegar at� aqui passa por uma �rea de risco. Todas as sa�das de Macacos t�m a mancha. As pessoas t�m medo de acontecer algo e ficarem ilhadas”, afirma Rolf. Al�m do voucher, outra palavra que entrou no vocabul�rio corrente � o termo “mancha” para se referir �s �reas que podem ser atingidas pela lama em caso de rompimento.

A administradora Cl�udia Magalh�es, de 52, e o advogado Marcello Lyra, de 51, almo�avam no Restaurante Evolu��o da Gula, acompanhados dos filhos Carolina Lyra, de 15, e Gabriel Lyra, de 14. A fam�lia mora no condom�nio Pass�rgada, em Nova Lima, e costuma frequentar Macacos por lazer. “Macacos est� triste. Completamente abandonado pelos turistas. S�bado � noite fervilhava. N�o tinha lugar para estacionar. Todos os bares estavam cheios. Viemos hoje para dar uma for�a aos comerciantes. Muitos fecharam as portas dos neg�cios”, diz Cl�udia. A fam�lia confessa que fica preocupada com a seguran�a, mas sabe que n�o h� risco para os bares. “Quando a barragem da mineradora Rio Verde se rompeu em 2001, a lama atravessou a estrada”, completa Marcello. 

'Viemos para dar uma força aos comerciantes. Muitos fecharam as portas', comenta a administradora Cláudia Magalhães, que foi com o marido, Marcello Lyra, e os filhos almoçar ontem em Macacos, local que costumam frequentar para lazer(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
'Viemos para dar uma for�a aos comerciantes. Muitos fecharam as portas', comenta a administradora Cl�udia Magalh�es, que foi com o marido, Marcello Lyra, e os filhos almo�ar ontem em Macacos, local que costumam frequentar para lazer (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Seguran�a


O coordenador da Defesa Civil de Nova Lima, Marcelo Marques de Santana, afirma que 28 pousadas est�o fora de �rea de autossalvamento e podem receber turistas normalmente. “Mesmo com todo esse transtorno causado pelo n�vel de seguran�a dessa barragem, que foi elevado para 3, o munic�pio tem o compromisso de garantir a seguran�a de quem vai e quem j� est� em Macacos. Temos 97 profissionais de uma empresa terceirizada dia e noite fazendo monitoramento da barragem e das vias que possam ser afetadas, al�m de mais 10 profissionais da Defesa Civil”, diz.

O capit�o Herbert Aquino, diretor de Resposta a Desastres da Defesa Civil estadual, garantiu que nas �reas livres de interdi��es n�o h� nenhum risco e que, por isso, � seguro rodar por Macacos. “As rodovias est�o liberadas, o que existem s�o alguns pequenos trechos onde est� funcionando o sistema siga e pare monitorado 24 horas por dia. Portanto, nesses pontos o deslocamento � seguro e quem quiser pode ir para Macacos sem problemas”, afirma.

 


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