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Estado de Minas

Missa de P�scoa � celebrada no C�rrego do Feij�o quase tr�s meses ap�s trag�dia de Brumadinho

Igreja de Nossa Senhora das Dores, que fica no vilarejo onde aconteceu desastre da Vale, recebe primeira celebra��o religiosa desde o rompimento da barragem. Local serviu de base de opera��es do Corpo de Bombeiros


postado em 21/04/2019 10:00 / atualizado em 21/04/2019 14:10

Ver galeria . 12 Fotos Moradores da comunidade, Brumadinho e militares que atuam na operação de buscas, lotaram a igrejaEdesio Ferreira/EM/D.A.Press
Moradores da comunidade, Brumadinho e militares que atuam na opera��o de buscas, lotaram a igreja (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A.Press )


Quase tr�s meses depois da trag�dia que marcou para sempre a cidade de Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, foi celebrada a primeira missa na Igreja de Nossa Senhora das Dores, que fica no C�rrego do Feij�o, comunidade onde ocorreu o desastre. Centenas de pessoas, entre moradores da cidade, da comunidade, e militares do Corpo de Bombeiros, participaram do encontro religioso. Os bombeiros foram homenageados com uma imagem da Senhora do Ros�rio e tamb�m inauguraram uma placa que mostra que o templo religioso abrigou a base de opera��es entre 25 de janeiro e 20 de fevereiro. 



Presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a celebra��o do domingo de P�scoa acontece na manh� deste domingo no ponto que abrigou durante semanas a base de opera��es do Corpo de Bombeiros e serviu como ponto para a constru��o das estrat�gias de buscas em todo territ�rio coberto pela lama da Vale.

Morador de um s�tio no C�rrego do Feij�o, Wilson Oliveira, de 71 anos, veio � celebra��o com a camisa da sobrinha Camila Aparecida da Fonseca Silva, uma das v�timas da barragem. Ela trabalhava na Pousada Nova Est�ncia. “Essa missa � muito importante para amenizar nossa dor. Temos que nos apegar em Deus para conseguir recome�ar”, diz ele. Segundo Wilson, a tristeza causada pela trag�dia foi enorme e n�o ficou restrita apenas ao C�rrego do Feij�o. “Prejudicou muita gente e por isso ainda demora at� conseguir retomar a vida”, completa.

A celebra��o atraiu moradores n�o s� do C�rrego do Feij�o, mas de diversos povoados vizinhos que vieram prestar solidariedade ao povo do Feij�o e exercitar a f�. “Viemos para apoiar nossos irm�os do Feij�o. Sabemos que a �nica forma de superar o que aconteceu � se apegar em Deus. Se n�o formos fortes na f�, n�o temos sa�da”, diz a dona de casa Sebastiana Ros�ria da Cruz, 52 anos, moradora do povoado de Aranha, tamb�m pertencente a Brumadinho.

O casal de volunt�rios Rafaela Rosa, 35, que � professora, e Eduardo Rosa, 36, publicit�rio, moradores de S�o Paulo, vieram a Brumadinho e fizeram quest�o de participar da celebra��o no C�rrego do Feij�o distribuindo chocolates aos presentes na missa. “� uma a��o para ado�ar a vida das pessoas que passaram por essa trag�dia na igreja que que foi a base dos bombeiros para a opera��o”, diz Rafaela. Ontem, o casal esteve no Clube Aurora e na atual base militar dos bombeiros onde s�o coordenadas as opera��es de busca pelas v�timas. “Entregamos 140 bombons e ovos de chocolate tamb�m para os bombeiros”, acrescenta Eduardo.

Os bombeiros tamb�m participaram em peso da celebra��o. Eles chegaram em viaturas por terra e tamb�m de helic�ptero. A aeronave deu duas voltas na igreja antes de pousar. Ao fim da missa, os militares receberam uma imagem da Senhora do Ros�rio e foram homenageados pelos religiosos que conduziram a celebra��o.

O coronel S�rgio Jos� Ferreira, que � o comandante das opera��es em Brumadinho, se emocionou com a homenagem e disse que as buscas seguem para encontrar 41 desaparecidos e dar conforto �s fam�lias dessas v�timas que ainda n�o tiveram condi��o de enterrar seus parentes. “� a renova��o do nosso compromisso de continuar trabalhando cada vez mais, cada vez melhor. Certamente isso vai ser levado para todos que est�o empenhados aqui ainda nessa ocorr�ncia e com certeza vai nos fortalecer para continuar at� o final, at� que todos sejam encontrados”, diz ele.

O coronel acrescenta que � importante encontrar todos os desaparecidos para aliviar o sofrimento das fam�lias. “O Corpo de Bombeiros trabalha para os mineiros, para os moradores de Minas Gerais. Este evento marcou profundamente a nossa sociedade e o munic�pio de Brumadinho. E mais profundamente ainda a comunidade de C�rrego do Feij�o. Estamos alinhados com este sentimento, estamos colocando todos os nossos recursos aqui para continuarmos na opera��o com o n�mero suficiente de efetivos e equipamentos, t�cnicas, intelig�ncia de buscas para encontrar todos e possibilitar a essas fam�lias um encerramento de um ciclo. Possibilidade para estas fam�lias saber, com paz no cora��o, o destino de seus familiares”, afirmou.

O militar agradeceu o apoio dos moradores, que renova os trabalhos dos bombeiros. “Este retorno da popula��o, � muito importante para n�s, porque, n�o obstante a gente trabalhar em lugares destru�dos, lidar com perdas e sentimentos, temos o reconhecimento de que aquilo que n�s fazemos � importante para as pessoas. E assim a gente se refor�a, se renova e continua na miss�o atendendo os mineiros da melhor maneira poss�vel”, finalizou.

Tempo de renovar


O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou a import�ncia simb�lica da missa no C�rrego do Feij�o neste domingo de P�scoa para criar um marco de esperan�a e retomada das vidas que foram impactadas pela trag�dia. “Esse � o sentido de estarmos aqui, de recome�armos. N�o podemos viver sobre os escombros da trag�dia. Precisamos nos refazer, nos levantar e o povo precisa disso. Por isso estamos aqui junto com as pessoas que mais sofreram, nesta esperan�a, e sabendo que no horizonte de Deus e da f� � poss�vel reconstruir. O caminho � longo mas � preciso reconstruir. Ent�o � por isso que estamos aqui para reacender a chama desta esperan�a”, diz o chefe da Arquidiocese de BH.

Dom Walmor tamb�m pontuou as li��es que se tiram da trag�dia. “As li��es a serem aprendidas de fato s�o muitas. Entre elas � que n�s n�o podemos nos reger pela idolatria do dinheiro, que gera gan�ncia e, portanto, faz com que hajam escolhas que depois s�o desastrosas para vida das pessoas e da sociedade. A li��o que Minas Gerais precisa ser diferente depois, sobretudo, desta grande trag�dia, e particularmente com a minera��o”, completa.


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