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Estado de Minas

Casa de Juscelino ser� reaberta depois de mais de dois meses fechada

Im�vel que guarda parte da hist�ria de JK ter� patroc�nio da Cemig, anuncia secret�ria-adjunta de Cultura


27/04/2019 06:00 - atualizado 27/04/2019 07:46

Fachada do imóvel de propriedade do estado em Diamantina, que reúne museu, biblioteca e espaço de convívio ao ar livre(foto: Fotos: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A. PRESS %u2013 22/1/19)
Fachada do im�vel de propriedade do estado em Diamantina, que re�ne museu, biblioteca e espa�o de conv�vio ao ar livre (foto: Fotos: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A. PRESS %u2013 22/1/19)

 

Sinal verde para reabertura da Casa de Juscelino, no Centro Hist�rico de Diamantina, na Regi�o Central de Minas. Durante audi�ncia p�blica da Comiss�o de Cultura na Assembleia Legislativa, a secret�ria-adjunta de Estado de Cultura, Solanda Steckelberg, informou que a Cemig dever� patrocinar, via Lei Rouanet, o equipamento que est� fechado h� mais de dois meses. “A Cemig abra�ou o projeto por estar de acordo com sua pol�tica p�blica e tamb�m porque Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi seu fundador”, disse, ontem, a representante do Executivo estadual na audi�ncia ocorrida na quarta-feira, em Belo Horizonte.

“Estou muito feliz com a decis�o. O projeto j� foi aprovado (na Lei Rouanet) e aguardamos uma reuni�o com a dire��o da companhia para definir os pr�ximos passos”, afirmou, com satisfa��o, Serafim Jardim, presidente da entidade sem fins lucrativos que administra o monumento localizado na Rua S�o Francisco, 241, no Centro Hist�rico da cidade reconhecida como Patrim�nio da Humanidade. Na tarde de ontem, o advogado e conselheiro da Casa, Bernardo Franco Vianna, entrou em contato com a Cemig e destacou ser importante saber o valor do patroc�nio.

Vianna destacou um dos gargalos que levaram a Casa de Juscelino a fechar as portas ap�s 35 anos de funcionamento. “O estado, via Secretaria de Cultura (SEC) e em cumprimento � Lei 9.722/1988, celebra anualmente conv�nios para manuten��o e conserva��o. Mas o n�o repasse de valores em 2017 para despesas de custeio gerou quebra do fluxo de caixa da entidade, Assim, a Casa ficou quase dois anos sem o recebimento dos recursos vitais para sua manuten��o, sendo que os valores, liberados no ano passado, reduzidos, n�o foram suficientes para as in�meras despesas que se acumularam”. O advogado explicou que esses recursos s�o essenciais para pagamento de funcion�rios e acerto de outros d�bitos no per�odo, entre outras pend�ncias. Segunda a secret�ria-adjunta, a situa��o precisa ser regularizada. “A presta��o de contas est� em andamento”, disse.

Perto do fechamento do equipamento cultural, ocorrido em 22 de fevereiro, sua dire��o ajuizou a��o para que o estado mandasse desbloquear o nome da Casa de Juscelino do Sistema Integrado de Administra��o Financeira de Minas Gerais (Siafi), o que impedia a entidade de receber verbas de conv�nios. “Conseguimos a liminar logo depois e esta quest�o ficou resolvida”, informou Vianna, lembrando que vai depender da reuni�o com a Cemig a defini��o de quanto a Casa ser� reaberta.

Incentivo


Conforme nota da ALMG, o projeto, pelo qual a Casa de Juscelino dever� reabrir as portas, foi apresentado pela empresa N� de Rosa Produ��es. “A proposta j� havia sido aprovada pela Lei Federal de Incentivo � Cultura. O passo seguinte contou com a intermedia��o da secret�ria-adjunta, que abordou a Cemig a fim de que a empresa destinasse os recursos ao museu. A capta��o resolve o problema da casa apenas para 2019”, disse a diretora da empresa, M�rcia Ribeiro.

Durante a audi�ncia p�blica, os parlamentares se manifestaram sobre o assunto. Para Duarte Bechir (PSD), “a reabertura da casa � fundamental para que se d� acesso aos mineiros e visitantes de muitos pa�ses � hist�rica trajet�ria pol�tica de JK”. J� para Professor Cleiton (DC), JK foi o maior estadista do pa�s e o mineiro mais importante: “Como mestre em Hist�ria do Brasil, fa�o essa afirma��o com muita tranquilidade, porque ele, de fato, foi o homem que desenvolveu o pa�s 50 anos em 5.” Os deputados Marquinhos Lemos (PT) e Bosco (Avante) ressaltaram ainda a necessidade de se preservar o passado e aprender com os exemplos de JK. Presente, o prefeito de Diamantina, Juscelino Brasiliano Roque, lembrou que “n�o constru�mos o futuro sem hist�ria” e alertou que “o museu n�o pode ficar totalmente na depend�ncia dos recursos do estado”.

Hist�ria


Em janeiro, o Estado de Minas mostrou a situa��o de um dos �cones de Diamantina, o im�vel de propriedade do estado e que re�ne museu, biblioteca, espa�o de conv�vio ao ar livre e guarda parte da hist�ria de Juscelino Kubitschek, ex- presidente do Brasil (1956-1961), ex-governador do estado (1951-1955) e ex-prefeito de Belo Horizonte (1940-1945). Nesse espa�o, ele viveu na inf�ncia e adolesc�ncia, embora nascido na Rua Direita, 106, Pintada de branco com janelas e portas azuis, aonde se chega subindo uma ladeira pavimentada com pedras capistranas, t�picas de Diamantina, a Casa de Juscelino est� bem conservada. E sempre em movimento, com grupos de seresta se apresentando no interior e na cal�ada. Para abrigar todo o acervo, est� dividida em duas partes, interligadas pela Pra�a Seresteiro Boanerges Meira. Nesse espa�o fica uma jabuticabeira, na qual o menino Non�, apelido de inf�ncia de JK, se deliciava com a fruta preferida. Com o tempo, a �rvore morreu e, para n�o ficar na saudade, Jardim decidiu conservar o tronco, o qual foi envernizado, em vez de substitu�-la por outra. Ficou parecendo uma escultura.

Jardim explica que JK. Para o diretor-presidente, morou na casa que hoje leva seu nome dos 3 anos aos 19 preservar a casa � mais do que uma miss�o, pois, 13 dias antes de morrer, JK lhe pediu que comprasse o im�vel, ent�o em poder de uma fam�lia, e zelasse por ele. O visitante pode ver o pequeno quarto onde JK dormia na inf�ncia e uma foto de quando ele, j� adulto, a revisitou e sentou na cama. Na parede, foi instalado um quadro com uma frase pin�ada de seus escritos: “Meu quarto era acanhado. N�o comportava mais que a cama, uma min�scula mesa, feita em caixote, com a respectiva cadeira arranjada n�o sei onde. E a�, de fato, �s seis horas da manh�, eu come�ava a estudar”.

Perto dali, h� um arm�rio, sem um prego, s� com encaixes, doado pela ex-primeira dama Sarah Kubitschek (1909-1996) e feito pelo bisav� de JK, o marceneiro Jan Nepomusky Kubitschek, conhecido como Jo�o Alem�o e natural da regi�o da Bo�mia, na Rep�blica Tcheca. Em outras partes da resid�ncia, h�, nas paredes, desenhos a l�pis do arquiteto modernista e urbanista L�cio Costa (1902-1998), datados de 1924, e outros com esbo�os de Bras�lia. Chamam aten��o o belo retrato da m�e, a professora J�lia Kubitschek (1873-1971), e a cozinha com o fog�o a lenha e utens�lios dom�sticos. “As pessoas entram no quarto de Juscelino e ficam muito tempo sentadas na cama. Alguns ficam comovidos”, conta Jardim. No casar�o, trabalham cinco funcion�rios, e o pagamento em dia eleva as preocupa��es de Jardim: “Muitas vezes n�o tive como pag�-los, sendo obrigado a fazer vales.”

Imposs�vel n�o destacar a import�ncia do monumento. Um giro pela casa permite descobertas. No anexo, nos fundos, constru�do em 1994, est� o primeiro consult�rio de JK, formado na Faculdade de Medicina da UFMG em 1927, na capital. Num canto, um aparelho de anestesia, de 1930, doado por um particular de S�o Paulo (SP); no outro, o equipamento para eletrocardiograma, do mesmo ano; e, pendurado, um jaleco branco. Na sala ao lado, estudantes e pesquisadores t�m espa�o para estudar em obras doadas pela ex-primeira-dama.

Na biblioteca, pode ser visto ainda um retrato de JK, a �leo, pintado por Di Cavalcanti (1897-1976), que apresenta uma curiosidade. “A obra foi feita em 1952, quando Juscelino ainda era governador de Minas. Mas, ele j� traz, no peito, a faixa de presidente da Rep�blica, o que soa como premoni��o”, diz Jardim. O quadro foi doado � institui��o, em 2001, peles irm�os Walduck Wanderley e Saulo Wanderley e por Sinval de Moraes.


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