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Estado de Minas

Saiba quanto vamos pagar para desarmar amea�a � �gua que abastece 60% de BH

Ao custo de R$ 7,8 mi para contribuintes mineiros, Copasa d� in�cio � desativa��o de barragens abandonadas com rejeitos de minera��o de ouro e potencial para envenenar o Rio das Velhas


postado em 10/05/2019 06:00 / atualizado em 10/05/2019 07:33

Concessionária estadual de saneamento assumiu a responsabilidade sobre tratamento de efluentes abandonados pela mineradora australiana, que podem conter elementos altamente tóxicos(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press %u2013 13/12/17)
Concession�ria estadual de saneamento assumiu a responsabilidade sobre tratamento de efluentes abandonados pela mineradora australiana, que podem conter elementos altamente t�xicos (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press %u2013 13/12/17)

Os custos com a paralisa��o de atividades, perda de empregos, redu��o de arrecada��o e medo trazido pela crise por que passa o setor de minera��o e barragens agora traz preju�zo direto ao contribuinte mineiro, al�m de risco ao meio ambiente.

Consideradas as mais perigosas de Minas Gerais, as barragens 1 e 2 da Mina de Engenho D’�gua, em Rio Acima, na Grande BH, come�am a ser descomissionadas pela Copasa, ao custo inicial de R$ 7,8 milh�es. Um alto pre�o, em um momento em que o estado enfrenta dificuldades para honrar compromissos b�sicos, como sal�rios e benef�cios para o funcionalismo p�blico, al�m de restri��es para investimentos em outros setores. Em 2017, a Copasa assumiu as estruturas que pertenciam � falida Mundo Minera��o e que ret�m res�duos da extra��o e beneficiamento de ouro, podendo conter subst�ncias extremamente nocivas � vida, como o ars�nio, que pode matar mesmo em pequenas concentra��es.

As formas construtivas e a situa��o de estabilidade das estruturas de reten��o de rejeitos, abandonadas pela mineradora em 2012, s�o desconhecidas. Outro agravante � que os reservat�rios se encontram a apenas 2,5 quil�metros de vales que desembocam no Rio das Velhas, o principal manancial de abastecimento da Grande BH. Caso atinja esse curso h�drico, os detritos t�xicos teriam de percorrer apenas 7,5 quil�metros at� chegar � Esta��o de Tratamento de �gua de Bela Fama, em Hon�rio Bicalho, em Nova Lima, onde a Copasa capta cerca de 60% da �gua consumida por Belo Horizonte e perto de 50% do que � utilizado para matar a sede da Grande BH.

De acordo com a Copasa, as obras para o descomissionamento das barragens 1 e 2 da Mina do Engenho D’�gua foram licitadas e est�o em andamento. J� h� oper�rios e t�cnicos trabalhando no terreno da Mina Engenho D’�gua e foi iniciada a montagem de uma esta��o de tratamento de �gua (ETA) pr�-fabricada, com capacidade para tratar at� 40 litros de rejeitos por segundo. “Esses trabalhos (de instala��o da ETA) est�o previstos para ser conclu�dos nesta semana e na pr�xima ser� iniciado o tratamento dos rejeitos”, informou a companhia de abastecimento e tratamento de �gua, por meio de nota.

Paralelamente a essas a��es, a Copasa informou que est� dotando os barramentos de instrumenta��o geot�cnica necess�ria para monitorar a estabilidade das estruturas abandonadas h� sete anos. “Est�o sendo instalados piez�metros e inclin�metros para monitoramento do maci�o, al�m de iniciados os trabalhos de tratamento das encostas. O empreendimento envolve recursos de R$ 7,8 milh�es, que est�o sendo aplicados no tratamento dos rejeitos, no envelopamento dos res�duos, na drenagem de �rea, na revegeta��o da �rea, entre outros servi�os. A previs�o para conclus�o � de 10 meses”, informou a companhia.

Em evento do gabinete de crise da sociedade civil, institu�do para agir e cobrar a��es no contexto da crise deflagrada ap�s o rompimento das barragens 1, 4 e 4A da Mina C�rrego do Feij�o, operadas pela mineradora Vale, em Brumadinho, na Grande BH, ambientalistas demonstraram extrema preocupa��o com a situa��o dessas represas de rejeitos de Rio Acima.

A �rea, no Alto Velhas, � onde est�o as �guas de melhor qualidade do rio, segundo o presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas, Marcus Vin�cius Polignano. “H� um conjunto de barramentos nas cabeceiras dos rios nessa regi�o. No caso da Mundo Minera��o, ainda temos um agravante de a Copasa estar investindo milh�es, e estamos vivendo uma inseguran�a h�drica absurda. N�o h� um plano de conting�ncia se ocorrer o rompimento durante o descomissionamento. Como fica isso? Teremos de esperar romper para agir? Nada tem sido dito e essa situa��o afeta as pessoas, afeta diretamente o abastecimento”, alerta.

Desde mar�o, o Estado de Minas questiona a Copasa sobre que resultados os estudos pagos pela empresa apontaram sobre os tipos de res�duos qu�micos depositados nas barragens abandonadas de Rio Acima, e se parte desse material vazou, atingindo mananciais ou len��is subterr�neos. Contudo, tais quest�es t�m sido simplesmente ignoradas. O sil�ncio � criticado pelo presidente do comit� de bacia do Velhas. “Precisamos de a��es do poder p�blico. Precisamos saber o que h� dentro dessas barragens. H� ars�nio? H� merc�rio?”, indaga Polignano, citando elementos t�xicos comumente usados na minera��o de ouro.

Para o engenheiro Euler Cruz, do F�rum Permanente do Rio S�o Francisco, em cuja bacia se insere o Rio das Velhas, a situa��o � de uma gravidade muitas vezes subestimada. “Mesmo as barragens consideradas est�veis podem se romper, como todas as que se romperam assim eram consideradas. Imaginem o problema que representam essas barragens da Mundo Minera��o, que est�o sobre o Rio das Velhas. S�o estruturas de alto risco e alto potencial de dano socioambiental no estado”, alerta.

 

Enquanto isso...

...Nova capta��o no Rio Paraopeba

Em meio � preocupa��o sobre os riscos ao abastecimento de �gua na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a mineradora Vale concordou com projeto de constru��o de nova capta��o no Rio Paraopeba para abastecer a Grande BH. O acordo foi firmado na noite de ontem, entre representantes da mineradora e do Minist�rio P�blico, Defensoria e Copasa, no F�rum Lafayette, na capital. De acordo com o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais, o novo ponto de capta��o dever� ser acima do ponto em que os res�duos liberados pelo rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, entram no curso d’�gua. A previs�o � de que a obra fique pronta em setembro de 2020. O estado ficou com a responsabilidade de apressar autoriza��es e licenciamentos para a interven��o. Desde 25 de janeiro, dia do rompimento da represa de rejeitos, foi suspensa a retirada de �gua no rio para abastecimento da popula��o.

(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A PRESS - 13/12/17)
(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A PRESS - 13/12/17)

Do sonho dourado ao pesadelo

Saiba como a estra��o de ouro da Mundo Minera��o, que promteia lucro, se transformou em heran�a de medo

Promessa de riqueza
2004

» A australiana Mundo Minera��o se instala na Mina do Engenho D’�gua, em Rio Acima, Regi�o Metropolitana de BH, para minerar ouro no Vale do Rio das Velhas. Em sua composi��o no Brasil, conta com diretores locais e australianos

Dificuldades e esperan�a
Junho de 2010

» Diretor da Mundo Minera��o, Barry Eldridge relata aos acionistas que a mina atravessa “desafios gerenciais e operacionais nos �ltimos cinco anos”. Por�m, demonstra grande esperan�a de “salvar o empreendimento” com a opera��o de duas novas minas, chamadas “Crista” e “Olhos”

Um parque no caminho
Julho de 2010

» Barry Eldridge se mostra confiante com as duas novas minas, mesmo com a demarca��o da �rea do Parque Nacional do Gandarela podendo englobar o empreendimento. “Com a iminente resolu��o da quest�o do parque nacional no Brasil, isso permitir� o imediato desenvolvimento da lavra aberta de Crista e aumento da explora��o nas �reas de sat�lites do norte, como Olhos, onde a perfura��o come�ar� nos pr�ximos meses”, relata.

Atrasos para novas minas
Agosto de 2011

» Todos os licenciamentos de minas s�o suspensos na regi�o at� a defini��o do territ�rio do parque nacional

Esperan�a renovada
9 de novembro de 2011

» Demarca��o do parque deixa fora a �rea da Mundo Minera��o. Executivos comemoram assinatura de termo de compromisso com o governo mineiro para recome�ar o licenciamento da Mina de Crista

Na corda bamba
11 de novembro de 2011

» Informe a acionistas demonstra a necessidade de refinanciar d�vidas com quatro bancos credores brasileiros. A mineradora deve R$ 14,4 milh�es. A sa�da sinalizada pelos diretores seria vender equipamentos e estruturas da Mina Engenho D’�gua e recuperar investimentos com a explora��o em Crista e Olhos

Burocracia emperra neg�cio
29 de novembro de 2011

» Informe pessimista alerta acionistas de que os licenciamentos das minas novas dificilmente sairiam antes de fevereiro de 2012. “Apesar do acordo alcan�ado com o governo, novas exig�ncias continuam aparecendo por parte de funcion�rios p�blicos, o que se prova extremamente frustrante”, informa relat�rio da empresa

Sufoco financeiro
16 de dezembro de 2011

» Diretores afirmam que, mesmo chegando a acordo com dois bancos, outro credor n�o aceita os termos. Sa�da seria a recupera��o judicial

Sozinha no Brasil
13 de mar�o de 2012

» Diretores buscam aux�lio na matriz Australiana para pagamento de credores, dando como garantias as remessas feitas para a Oceania e a produ��o na Am�rica do Sul. Australianos rejeitam a solu��o. A mina na Grande BH j� se encontra abandonada. Com capital que n�o passa de R$ 190 mil, a mineradora brasileira entra em fal�ncia

Fim da Mundo Minera��o

14 de setembro de 2012

» Empresa muda de nome no mercado exterior. Passa a se chamar Minera Gold Limited e concentra suas atividades no Chile (cobre), Peru (ouro) e Equador (ouro)

Ordem de recupera��o
28 de mar�o de 2016

» Justi�a Federal em Minas Gerais determina que a massa falida da Mundo Minera��o e sua subsidi�ria Minera Gold recomponham a paisagem na �rea da mina abandonada e suas barragens. Nada � feito, mas a Justi�a e o poder p�blico t�m dificuldade de acionar os respons�veis pelo empreendimento

Novos Planos
18 de julho de 2017

» A Titan Minerals, da Austr�lia, incorpora a Minera Gold Limited e passa a ter como prioridade a extra��o de ouro no sul do Peru, em Torrecillas. Na Grande BH ficou o passivo do territ�rio de minera��o abandonado, assim como as duas barragens com efluentes t�xicos que amea�am o abastecimento de �gua para a Regi�o Metropolitana (foto)

Fonte: Hist�rico de informes a acionistas da Titan Minerals


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