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Estado de Minas

Contribuinte ter� que pagar R$ 15 milh�es para descaracteriza��o de barragens em Rio Acima

Mina de Engenho D'�gua foi abandonada pela empresa australiana Mundo Minera��o e, em caso de rompimento, poderia prejudicar o abastecimento de metade da Grande BH


postado em 13/05/2019 20:51 / atualizado em 14/05/2019 07:34

(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)

A conta final da descaracteriza��o das barragens da Mina de Engenho D’�gua, da Mundo Minera��o, em Rio Acima, na Grande BH, deve chegar ao custo R$ 15 milh�es ao estado de Minas Gerais – e, por extens�o, aos contribuintes mineiros.

Os reservat�rios da antiga mina de ouro foram abandonados pela empresa australiana e constituem hoje, como mostrou reportagem do Estado de Minas, o complexo miner�rio mais perigoso de Minas Gerais, com potencial de inutilizar a capta��o de �gua que a Copasa mant�m em Bela Fama, em Nova Lima, respons�vel pelo abastecimento de 50% da regi�o metropolitana da capital. “O abandono elevou o risco dessas barragens que trazem amea�a � seguran�a h�drica da regi�o metropolitana. Estamos tentando formas jur�dicas de acionar no exterior essas empresas e seus s�cios no Brasil, mas n�o podemos ficar de bra�os cruzados com um problema como esse”, disse o Diretor de opera��o metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli.

Como antecipou o EM, apenas o custo com o tratamento das duas barragens de Engenho D’�gua beira os R$ 8 milh�es, com cerca de R$ 600 mil empregados no projeto executivo e em torno de R$ 7,3 milh�es aplicados na obra em si. O restante do gasto total de R$ 15 milh�es deve ser empregado em a��es como elabora��o do Plano de Atendimento a Emerg�ncias (PAE), estudo hipot�tico de ruptura, monitoramentos da estrutura da barragem e patrulhamento desde 2017. “Aqui temos uma caracter�stica pior, pois h� ars�nio misturado com os rejeitos e por isso o processo de tratamento tem de ser cuidadoso”, sustenta o diretor da Copasa, em refer�ncia � subst�ncia extremamente t�xica usada na explora��o de ouro.

Apesar de o conte�do ser mais t�xico do que o encontrado em barragens de rejeito de min�rio de ferro, a quantidade � menor do que a dos �ltimos reservat�rios que se romperam. “O volume de rejeitos � de 700 mil metros c�bicos, muito menor do que das barragens de Brumadinho (12 milh�es de m3) e de Mariana (40 milh�es de m3). Estamos sendo acompanhados por todos os �rg�os da �rea ambiental (do estado). Temos um tratamento de efluentes (�gua que retorna do processo) que reintroduz a �gua descontaminada no Rio das Velhas”, afirmou Perilli. Uma esta��o de tratamento de �gua remota teve de ser montada no local para ajudar nos trabalhos.

REVEGETA��O Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Renov�vel (Semad), ser� feito um esgotamento da �gua retirada nos dois barramentos. O l�quido ser� filtrado e tratado antes de voltar ao Rio das Velhas. Depois, as reten��es em lonas pl�sticas que hoje impedem que a �gua acumulada seja absorvida pelo solo ser�o envelopadas com o lodo resultante do processo de filtragem. Tudo isso dever� ser recoberto por terra, receber revegeta��o e se tornar novamente parte da paisagem. “Queremos deixar essas estruturas inertes, eliminando o risco hipot�tico de rompimento. A Copasa instalou sistemas de monitoramento que v�o auxiliar no processo durante todo o seu curso. A previs�o da obra � de 10 meses, mas pode ser que isso seja resumido, devido ao emprego de t�cnicas avan�adas”, disse o secret�rio-adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, Anderson Aguilar.

Ele sustenta que, apesar de as barragens terem sido abandonadas pela empresa que as ergueu, o empreendimento jamais ficou sem monitoramento. “O abandono foi operacional. Quando soubemos que a empresa fugiu do Brasil de forma criminosa, os s�cios n�o foram localizados e por isso n�o pudemos acion�-los judicialmente. O estado foi condenado judicialmente a suprir os preju�zos deixados pela empresa desde 2017. Foi ent�o que formamos um comit� com a Secretaria de Meio Ambiente, Pol�cia Militar, Corpo de Bombeiros, Casa Civil, prefeitura de Rio Acima, entre outros, para fazer o monitoramento e n�o deixar que essa estrutura ficasse abandonada”, disse Aguilar.

Desde 2006, a Mundo Minera��o, uma empresa australiana com parte societ�ria de brasileiros, planejava extrair ouro da Mina do Engenho D’�gua e de outras duas propriedades em Rio Acima. As outras minas n�o chegaram a ter o licenciamento liberado, devido a v�rios entraves, inclusive a demarca��o do Parque Nacional da Serra do Gandarela. Quando finalmente os licenciamentos come�aram a tramitar, o projeto j� n�o se mostrava vi�vel, segundo relatos da mineradora a seus acionistas a que o EM teve acesso, com apenas uma mina ativa e d�vidas com quatro credores, dos quais tr�s ainda aceitaram renegociar cerca de R$ 15 milh�es.

A reportagem tenta desde mar�o contato com a Titan Minera��o, empresa australiana que incorporou a Mundo Minera��o e que atualmente opera no Peru, Equador e Chile. Contudo, ningu�m da companhia teceu qualquer comet�rio sobre as amea�as deixadas com a desativa��o e abandono do complexo da Mina Engenho D’�gua.


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