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Estado de Minas

Casos de dengue em abril e maio de 2019 superam outros anos epid�micos

Avan�o se mant�m em �poca em que, historicamente, virose come�a a perder for�a. Total de casos em abril e maio � o maior da d�cada e confirma��es de mortes avan�am 29% em uma semana


postado em 22/05/2019 06:00 / atualizado em 22/05/2019 07:24

Atendimento a pacientes em centro especializado no Barreiro: condições do tempo e novo tipo de vírus ajudam doença a continuar se alastrando (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Atendimento a pacientes em centro especializado no Barreiro: condi��es do tempo e novo tipo de v�rus ajudam doen�a a continuar se alastrando (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Mesmo no per�odo em que, historicamente, os casos de dengue diminuem, a doen�a segue se alastrando em ritmo acelerado por Minas Gerais. O n�mero de casos prov�veis – que engloba os confirmados e suspeitos – registrados em abril e maio j� � o maior da d�cada.

Desde que a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES/MG) confirmou as duas primeiras mortes pela doen�a no estado, j� se passaram 10 boletins semanais. Os dados divulgados nas duas �ltimas semanas chamam a aten��o para um salto no n�mero de �bitos. As subidas de 25 para 38 (aumento de 52%) no pen�ltimo boletim, e de 38 para 49 mortes (alta de 28,9%) no relat�rio de ontem apontam crescimentos percentuais bem superiores em rela��o �s progress�es de casos prov�veis do mesmo per�odo. Nos �ltimos cinco meses, 38 mortes foram descartadas ap�s exame laboratorial e investiga��o epidemiol�gica.

Os aumentos percentuais de casos registraram 18,3% na pen�ltima semana e 16,9% no boletim de ontem (veja gr�ficos), que apontou 289.500 diagn�sticos prov�veis da doen�a transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Outra situa��o que chama a aten��o � o n�mero de mortes ainda em apura��o: 97.

Se confirmados, esses �bitos podem colocar o ano de 2019 na segunda coloca��o entre as maiores epidemias da d�cada, superando 2010 (que terminou com 96), 2013 (107), 2014 (50), 2015 (78) e atr�s de 2016 (208). Em nota, a SES informou que as mortes confirmadas no �ltimo boletim n�o s�o, necessariamente casos que ocorreram recentemente. “Os �bitos notificados pelos munic�pios passam por v�rias etapas at� serem descartados ou n�o. Existe um comit� para discuss�o e encerramento dos �bitos, em que s�o avaliados, al�m dos resultados laboratoriais, a investiga��o epidemiol�gica, que pode demandar mais tempo para a conclus�o.”

Em n�mero de casos, os 289.500 prov�veis de 2019 s� perdem para 2013 (414.719) e 2016 (519.050). O avan�o da doen�a coloca 264 munic�pios mineiros com incid�ncia alta ou muito alta de dengue, com base nas semanas epidemiol�gicas entre 14 de abril e 11 de maio. Outras 134 cidades tem incid�ncia m�dia, 264 est�o com incid�ncia baixa e 191 n�o t�m casos registrados de dengue em 2019. Betim � a cidade mineira que lidera em n�mero de mortes. S�o 10 �bitos provocados por dengue no munic�pio da Grande BH, enquanto Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, tem nove, e Belo Horizonte, seis.

O n�mero de casos registrados em abril e maio deste ano chama a aten��o. Na s�rie hist�rica dos �ltimos 10 anos, abril normalmente � o m�s que registra recorde de notifica��es da doen�a. Somente nas epidemias de 2016 e 2013 o m�s com mais infec��es foi mar�o. No quinto m�s de cada ano, os registros normalmente j� apresentam queda, devido, principalmente, ao frio, que desacelera a prolifera��o do mosquito Aedes aegypti. Mas a tend�ncia n�o est� sendo registrada em Minas em 2019.

Dados divulgados pela SES mostram que, nos primeiros 20 dias deste m�s, j� foram registrados 37.385 diagn�sticos prov�veis. No per�odo, o total fica atr�s apenas de 2015, que teve 51.062 registros, e deve ultrapassar 2010, que fechou maio com 38.796. Para se ter ideia, nas duas �ltimas epidemias, de 2016 e 2013, foram feitas 36.046 e 31.307 notifica��es no quinto m�s do ano. Se somados os registros dos �ltimos dois meses, a situa��o � ainda mais cr�tica. Em 2019, foram 159.449 casos prov�veis, o maior n�mero da d�cada.

A SES ressaltou que a dengue � uma doen�a sazonal, que concentra a maior parte dos casos entre janeiro e abril. Acrescentou que neste ano alguns fatores influenciaram na continuidade de infec��es em maio, como o �ndice de chuva e a temperatura. “Outro fator que pode ter contribu�do para elevar os n�meros da doen�a e de �bitos no estado � a introdu��o do v�rus tipo 2, que est� predominando nas amostras testadas. Apesar de j� circular em Minas, muitas pessoas est�o suscet�veis a ele. Durante a grande epidemia de dengue em 2016, o sorotipo que circulou foi o 1, portanto, as pessoas que tiveram dengue naquele ano ficaram imunes ao tipo 1, mas n�o ao sorotipo 2”, informou. A pasta espera uma redu��o no n�mero de casos nos pr�ximos meses, que s�o mais frios.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


COMBATE
De acordo com a SES/MG, a pasta tem atuado em diversas frentes para frear o avan�o da doen�a no estado. Desde o fim de abril o governo decretou situa��o de emerg�ncia nas cidades que est�o nas chamadas macrorregi�es Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Tri�ngulo do Norte e Tri�ngulo do Sul. Essa medida permitiu a mobiliza��o mais r�pida de recursos para os munic�pios. Resolu��o tamb�m liberou R$ 4,1 milh�es para 93 cidades que no in�cio da abril apresentavam incid�ncia alta ou muito alta da dengue.

Nova resolu��o, j� no fim de abril, contemplou mais 107 munic�pios nas mesmas condi��es com R$ 4,2 milh�es. “Entre as atividades que poder�o ser realizadas est� a contrata��o de agentes de controle de endemias, capacita��es para profissionais na assist�ncia hospitalar, confec��o e reprodu��o de material gr�fico informativo, aquisi��o de material de apoio para a��es de mobiliza��o, al�m de mutir�es de limpeza de �reas priorit�rias”, segundo a SES/MG.

A libera��o de recursos complementares para munic�pios com incid�ncia alta ou muito alta ser� feita at� 30 de junho, sempre de 15 em 15 dias, conforme resolu��o espec�fica. O governo, por meio da SES tamb�m criou for�a-tarefa para atuar junto a 10 cidades que tem incid�ncia alta da doen�a e tamb�m grande infesta��o do mosquito transmissor. A a��o envolve diferentes setores da sa�de estadual e se concentra na remo��o dos focos do Aedes aegypti.

Por�m, prefeitos mineiros cobram do estado R$ 4,8 bilh�es em recursos atrasados para a �rea de sa�de dos munic�pios desde dezembro.


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