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Estado de Minas

Depois da dengue, o rebote: por que a epidemia faz paciente sofrer em dobro

Al�m do aumento nas mortes, que tiveram salto de 50% em uma semana em BH, m�dicos constatam que virose tem deixado doentes vulner�veis a novas infec��es


postado em 25/05/2019 04:10 / atualizado em 25/05/2019 07:50

Dengue já totaliza 20.562 casos em Belo Horizonte(foto: NIAID/Divulgacao )
Dengue j� totaliza 20.562 casos em Belo Horizonte (foto: NIAID/Divulgacao )
O medo avan�a lado a lado com a dengue em Belo Horizonte, onde os casos da doen�a e as mortes se multiplicam semana a semana. Segundo boletim divulgado ontem, o n�mero de �bitos na capital teve aumento de 50% pela segunda semana consecutiva: eram quatro no dia 10, total que subiu para seis no dia 17 e chegou a nove ontem, com 5 mil casos confirmados a mais, totalizando 20.562. Para piorar, a epidemia vem com um efeito colateral: grande parte dos pacientes que enfrentaram a enfermidade foram acometidos por outras doen�as dias depois. Uma explica��o � sobrecarga do sistema imunol�gico provocada pelo combate � virose transmitida pelo Aedes aegypti. Um dos riscos est� no ar: o v�rus da gripe H1N1, que inclusive j� matou cinco pessoas em Minas, tr�s apenas na capital mineira.


Com total de casos prov�veis (soma de confirmados e suspeitos) atingindo 67.463 na cidade, os relatos de quem passou pela dengue e logo depois encarou um “efeito rebote”, sofrendo com outras doen�as, n�o esquece. Que o diga a banc�ria Izabella Duarte Campos. “Logo que me curei da dengue, umas duas semanas depois, peguei uma gripe muito forte. Fiquei indisposta, com uma tosse muito forte. Fiquei bem debilitada e n�o consegui fazer minhas atividades de dia a dia”, contou. “Acredito que possa ter rela��o com a dengue. Pode ser por causa da imunidade, que deve ter baixado”, concluiu.


No caso do cirurgi�o dentista Andr� de Ara�jo, de 28, os problemas de sa�de aconteceram sucessivamente durante tr�s semanas, entre abril e maio deste ano. Primeiro veio a dengue. Foram seis dias com febre alta, dores no corpo, n�useas, fortes dores de cabe�a e nos olhos. Ele conseguiu manter a rotina de trabalho, exceto em um dia em que a fraqueza aumentou. “At� tentei trabalhar, mas sem sucesso. Eu estava muito ruim. Por causa das n�useas e da falta de apetite, n�o estava me alimentando bem, ent�o fiquei com o corpo mole”, contou.

Quando os sintomas da dengue acabaram, Andr� foi surpreendido por uma forte dor de garganta. Uma semana depois veio a gripe, com mal-estar, coriza e muito cansa�o. “Acho que tive queda de imunidade devido ao ac�mulo de situa��es: dengue, o  meu trabalho, que n�o interrompi, e os cuidados com minha filha, de 1 ano e 4 meses, que tamb�m teve gripe” disse o dentista.


Os riscos de uma nova infec��o s�o provocados por diferentes motivos. Entre eles, a sobrecarga no sistema imunol�gico do paciente que contraiu a dengue. “H� risco de contrair outras doen�as, sim. A dengue � uma infec��o viral e, como todas as outras, o indiv�duo se exp�es a infec��es bacterianas subsequentes. A sobrecarga do sistema imunol�gico para combater o v�rus da dengue acaba gerando uma janela para doen�as oportunistas”, explica o infectologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia.


Uma das formas de evitar as infec��es � por meio da vacina��o, em casos como o da gripe. “Quem quiser evitar infec��es ou outras doen�as deve procurar se vacinar, protegendo-se de v�rus como o Influenza. Temos vacinas se perdendo nos postos de sa�de, pois as pessoas n�o est�o indo se imunizar. As pessoas tamb�m devem se proteger contra o pneumococo. A vacina Pneumo 13 � fundamental e reduz muito a incid�ncia de complica��es”, alerta o infectologista.


Com 289.500 casos prov�veis de dengue e 52 mortes no estado, nesse �ltimo caso somando-se as tr�s �ltimas de BH, a Secretaria de Estado de Sa�de destacou, por meio de nota, a sazonalidade das doen�as respirat�rias, que teve in�cio com a chegada do outono e se sobrep�s � epidemia da doen�a transmitida pelo Aedes aegypti. “O pico de incid�ncia das doen�as respirat�rias vai at� o fim do inverno, per�odo em que aumenta a circula��o de v�rus respirat�rios, resultando em maior n�mero de casos de gripe, resfriado comum, bronquiolite, rinite e outros quadros”, informou a pasta. “A principal forma de preven��o � evitar o contato com doentes, j� que os v�rus s�o disseminados pelas secre��es  expelidas no espirro, tosse e no contato direto com secre��es ou objetos contaminados. Al�m disso, � importante higienizar as m�os com �gua e sab�o ou com �lcool em gel. Pessoas que comp�em grupos eleg�veis devem procurar o posto de sa�de mais pr�ximo e se imunizar contra a gripe”, completou.

CAPITAL DOENTE Um alerta importante, especialmente considerando a combina��o das duas amea�as. Na capital, al�m das 20.562 pessoas infectadas ap�s serem picadas pelo mosquito, h� 46.901 mil registros ainda sendo investigados. Dados da Secretaria Municipal de Sa�de divulgados ontem mostram que o aumento em rela��o ao �ltimo balan�o, de 17 de maio, foi de 32,7%. A m�dia di�ria neste ano est� em 143,7 registros. Foram descartadas 10.228 suspeitas da enfermidade.


A Regi�o do Barreiro continua sendo a l�der em casos confirmados: foram 7.281 registros e outros 1.545 ainda em investiga��o. Em seguida vem a Regi�o Oeste, com 2.363 confirma��es e 3.987 suspeitas. A Nordeste tem 2.332 confirma��es e 8.071 diagn�sticos em investiga��o. Na Noroeste s�o 2.136 pacientes comprovadamente contaminados e 4.691 com quadro investigado. Entre os nove mortos em BH, seis tinham outras doen�as que contribu�ram para complica��es, segundo a Sa�de municipal.


Para o infectologista Carlos Starling, mesmo com o tempo frio, que diminui a prolifera��o dos mosquitos, os casos de dengue podem continuar crescendo, devido � circula��o do v�rus Denv 2. “A circula��o do mosquito tende a diminuir no inverno, o que pode fazer o n�mero de casos cair. Por�m, como est� circulando um v�rus diferente, o tipo 2, n�o podemos afirmar que vai acontecer um decl�nio da mesma forma que ocorreu em anos anteriores. Temos muitas pessoas suscet�veis ao micro-organismo, que n�o circulava havia anos”, disse o m�dico.

* Estagi�ria sob supervis�o do editor Roney Garcia

E o pior ainda estava por vir

“Passei um fim de semana de abril com muito frio e dor de cabe�a, deitada, embaixo das cobertas. No domingo � noite, reparei manchas nas pernas. Na segunda-feira, as costas j� estavam cheias de marcas vermelhas. Fiquei assim por uma semana. Pintinhas das solas dos p�s at� as orelhas me deixavam assustada e incomodavam, com uma leve coceira. Mas mal sabia eu que o pior ainda estava por vir. Uma semana depois, j� livre da maioria dos sintomas da dengue, acordei com dor de garganta. � noite veio a dor de cabe�a. Dormi e acordei �s 2h, j� com dificuldade para respirar. E frio. Muito frio. Depois de passar a noite em claro, fui cedo ao posto de sa�de. Para minha surpresa, mas n�o da m�dica, tive diagn�stico de amigdalite aguda e, ap�s raio-x, princ�pio de sinusite. Ouvi dela que doen�as respirat�rias vinham sendo recorrentes entre pacientes que haviam passado pela dengue recentemente. Motivo? Imunidade em baixa, atrelada ao clima. Receita: soro com rem�dios na veia, antibi�ticos e quatro dias de repouso – que, a prop�sito, me deram a impress�o de que jamais fossem acabar.” (D�borah Lima*)


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