
A velocidade de deslocamento do talude norte da Mina de Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, Regi�o Central de Minas, aumentou do fim da tarde de segunda para a manh� desta ter�a-feira. Segundo a Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM), por volta das 17h de ontem a movimenta��o em alguns pontos isolados era de 21,5 cent�metros/dia. �s 8h de hoje, o deslocamento chegou a 23,9 cm/dia. A deforma��o na por��o inferior do talude norte tamb�m aumentou de 18 cm/dia para 19,5 cm/dia.
A Barragem Sul Superior, da Vale, se tornou centro das aten��es ap�s a ruptura dos barramentos 1, 4 e 4A, em Brumadinho, respons�vel pela morte j� confirmada de 243 pessoas e por 27 desaparecidos, quando 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos foram despejados sobre o Vale do Rio Paraopeba. A trag�dia foi o gatilho para uma crise no setor, com revis�o dos crit�rios de estabilidade das represas de rejeitos. Em 9 de fevereiro, a barragem de Bar�o de Cocais foi declarada como sem garantia de estabilidade, atingindo o n�vel tr�s de alerta, que indica risco iminente de ruptura.
Dois simulados de evacua��o foram feitos e 400 pessoas foram retiradas da comunidade de Socorro, a cerca de 2 quil�metros da represa. A Barragem Sul Superior tem 6 milh�es de metros c�bicos de rejeitos, um conte�do que pode, ainda, atingir e se incorporar ao volume menor da Barragem Sul Inferior. Desde o dia 18 a situa��o piorou, com a detec��o da movimenta��o acelerada de uma por��o do talude (pared�o) de 10 milh�es de metros c�bicos na lateral da cava da mina. A encosta pode desabar e iniciar uma rea��o em cadeia com potencial para romper a barragem, que fica abaixo, a 1,5 quil�metro de dist�ncia.
Uma das esperan�as � de que o talude des�a aos poucos, n�o gerando uma onda de choque consider�vel. A probabilidade de que o deslizamento gere um rompimento da Barragem Sul Superior � estimada em aproximadamente 15%, de acordo com avalia��o da �rea de meio ambiente do estado. Uma das medidas para evitar que os rejeitos destruam Bar�o de Cocais � a constru��o de uma barragem a seis quil�metros da mina, no curso do Rio S�o Jo�o, que j� est� em andamento, como mostrou ontem reportagem do Estado de Minas.
Nessa segunda-feira, oper�rios come�aram a construir vias para impedir que mais de 2 mil moradores da cidade fiquem ilhados em caso de rompimento da barragem, que fica a 20 quil�metros. Parte dos rejeitos de min�rio de ferro seria lan�ada no Rio S�o Jo�o, manancial que corta o Centro da cidade e que pode levar o material �s vizinhas Santa B�rbara e S�o Gon�alo do Rio Abaixo.