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Estado de Minas

Obras no entorno da Mina de Gongo Soco tentam reduzir impacto de eventual desastre

A encosta que amea�a desabar se deslocou, segundo o �ltimo balan�o divulgado, a 33,4 cent�metros por dia, a maior taxa desde que a instabilidade se agravou


postado em 02/06/2019 06:00 / atualizado em 02/06/2019 07:33

Uma das vias abertas para evitar que populações fiquem ilhadas em caso de ruptura de barragem de rejeitos começou a receber asfaltamento(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Uma das vias abertas para evitar que popula��es fiquem ilhadas em caso de ruptura de barragem de rejeitos come�ou a receber asfaltamento (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Bar�o de Cocais – Em meio � previs�o de escorregamento do talude norte da Mina de Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, na Regi�o Central do estado, com amea�a � Barragem Sul Superior, a menos de dois quil�metros da encosta, a Vale, respons�vel pelo complexo, trabalha em obras que circundam o empreendimento, na tentativa de minimizar danos de eventual desastre. Est�o mobilizados oper�rios em pelo menos quatro frentes de trabalho: um enorme muro de conten��o, a abertura de duas estradas para evitar que popula��es de bairros da cidade fiquem ilhadas, a constru��o de um canal para condu��o dos rejeitos em caso de colapso e uma bacia para armazenamento da lama. Ao mesmo tempo, a encosta que amea�a desabar se deslocou, segundo o �ltimo balan�o divulgado, a 33,4 cent�metros por dia, a maior taxa desde que a instabilidade se agravou.

A abertura de duas vias que serviriam de rota de fuga em caso de ruptura foi a obra que mais avan�ou nos �ltimos dias. Iniciada na �ltima segunda-feira, como mostrou o Estado de Minas, a interven��o na via que vai ligar os bairros Vi�va e Capim Cheiroso est� avan�ada. O trecho tem cerca de 700 metros e j� come�a a receber asfalto nas proximidades da Capela Nossa Senhora Aparecida. Na atual fase, j� � poss�vel se deslocar pela pista, inclusive de carro.

No entanto, moradores dos bairros envolvidos reclamam que falta informa��o. “Viemos caminhar por esta abertura para saber at� onde a estrada vai. Moramos aqui e vemos todo mundo trabalhando, mas n�o sabermos o porqu� disso tudo. Ningu�m passou nada para a gente no Capim Cheiroso”, queixa-se a professora C�ntia Gon�alves Luz, de 41 anos.

A outra rua que ser� aberta vai ligar as vilas da Ch�cara e Brand�o. Segundo moradores pr�ximos, j� h� um trajeto entre os dois bairros, mas em forma de trilha, geralmente usada por quem deseja cortar caminho. No local, a equipe do EM constatou que ainda h� muito entulho, galhos e vegeta��o, em terreno aparentemente inst�vel. “Moro no Bairro S�o Benedito, mas passo muito por aqui, na Vila da Ch�cara. Vi m�quina aqui esta semana, mas nenhuma grande movimenta��o”, conta o morador Ananias Jos� Pinto, de 50.

Segundo a Vale, as obras s�o conduzidas em parceria com a Defesa Civil em n�veis estadual e municipal, al�m da Prefeitura de Bar�o de Cocais.

OUTRAS OBRAS A empresa planeja pelo menos outras tr�s interven��es em Bar�o de Cocais. A principal delas, iniciada no �ltimo dia 18, � uma megaestrutura em concreto. O muro ter� 35 metros de altura, 307 de comprimento e 10 de largura na parte superior. Ser� erguido seis quil�metros abaixo da Barragem Sul Superior. O objetivo � bloquear eventual onda de rejeitos que pode vazar da estrutura em n�vel 3 da escala de risco, o mais alto, desde mar�o.

A empresa prev� tamb�m a constru��o de um canal para transportar os rejeitos de min�rio de ferro, em caso de desastre, at� uma bacia de deten��o. A represa abrigaria cerca de 3 milh�es de metros c�bicos de lama. Essa �ltima interven��o s� foi permitida depois que um juiz de plant�o autorizou a empresa a ocupar terrenos particulares na cidade. A mineradora justificou que as obras s�o importantes para proteger a popula��o em eventual desastre.

Inicialmente, a Vale pediu � Justi�a que fosse aplicada multa de R$ 10 milh�es por dia aos moradores que n�o deixassem os im�veis localizados nas proximidades da bacia e do canal. Contudo, o juiz estabeleceu puni��o de R$ 100 mil/dia. Al�m disso, a decis�o prev� bloqueio de R$ 50 milh�es da empresa para garantir indeniza��o aos propriet�rios das terras.

TALUDE Enquanto as obras avan�am, a velocidade de deslocamento do talude norte da mina tamb�m aumenta. Segundo boletim divulgado pela Ag�ncia Nacional de Minera��o na manh� de ontem, a estrutura se movia a 33,4 cent�metros por dia. Aumento significativo em rela��o � atualiza��o anterior, que apontava 24,6cm/dia. Segundo o superintendente de gest�o do risco da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais, major Marcos Afonso Pereira, os trabalhos se voltam para o monitoramento da estrutura.

Na sexta, a Vale informou que uma placa de 600 metros quadrados se descolou do talude. A situa��o leva a crer, segundo a mineradora, que a estrutura vai se desfazer aos poucos, o que diminuiria os riscos de colapso da barragem. O peda�o que se desprendeu equivale a menos de 1% da encosta, que tem 96 mil m².


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