
Desabastecimento total ou parcial de 85 dos 217 rem�dios distribu�dos gratuitamente no programa Farm�cia de Minas, 13 deles fornecidos pelo Minist�rio da Sa�de, num quadro que persiste no estado. Entre as subst�ncias em falta est�o drogas para tratar de hipercolesterolemia, acne e epilepsia. No momento, nem mesmo imunossupressores, que s�o usados por pessoas transplantadas, para que o corpo n�o rejeite o �rg�o recebido, t�m abastecimento regular, embora estejam a caminho das prateleiras, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de (SES/MG). O �rg�o informa que o estoque desse item foi regularizado e que os medicamentos ser�o entregues �s farm�cias da rede at� ter�a-feira. A pasta ressalta que a falta dos medicamentos tem rela��o com a crise financeira vivida por Minas Gerais.
Drama em dose dupla para quem precisa dos rem�dios para viver – alguns deles de alto custo – e ainda t�m que enfrentar a incerteza no vaiv�m dos estoques da sa�de p�blica. O assistente administrativo Jos� Pereira Vieira da Silva, de 59 anos, vive de perto o drama da falta de medicamentos. O filho dele, Paulo Augusto Secundino Vieira, de 24, morador de Belo Horizonte, passou por um transplante de rim h� um ano e 11 meses. Por isso, precisa fazer uso de imunossupressores distribu�dos pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS). Desde o in�cio deste ano, entretanto, ele sofre com a falta de medica��o e chegou at� a ser internado por isso. Paulo faz uso da Ciclosporina.
“Essa falta de medicamentos vem ocorrendo desde outubro, mas o rem�dio do meu menino come�ou a faltar em janeiro. Uma caixa custa R$ 800 e dura apenas 15 dias. Na segunda semana de junho, o rem�dio voltou a ser distribu�do, ent�o, conseguimos para este m�s. Mas antes meu filho chegou a ficar internado por uma semana para tomar a medica��o. Isso � ruim, pois ele n�o est� doente e no hospital pode acabar contraindo algo. Al�m disso, ocupa a vaga de outras pessoas”, contou Jos� da Silva.
No meio da falta de distribui��o, Jos�, que est� afastado do trabalho pelo INSS, teve que recorrer a doa��es para conseguir os medicamentos. “Estou desempregado e tive que colocar uma pr�tese no joelho. Conseguimos comprar o medicamento com base nas doa��es. Inclusive, consegui um pouco em Florian�polis”, afirmou. Mesmo com a reposi��o, ele teme que a situa��o volte a ficar cr�tica. “O medo sempre fica”, resumiu.
Drama em dose dupla para quem precisa dos rem�dios para viver – alguns deles de alto custo – e ainda t�m que enfrentar a incerteza no vaiv�m dos estoques da sa�de p�blica. O assistente administrativo Jos� Pereira Vieira da Silva, de 59 anos, vive de perto o drama da falta de medicamentos. O filho dele, Paulo Augusto Secundino Vieira, de 24, morador de Belo Horizonte, passou por um transplante de rim h� um ano e 11 meses. Por isso, precisa fazer uso de imunossupressores distribu�dos pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS). Desde o in�cio deste ano, entretanto, ele sofre com a falta de medica��o e chegou at� a ser internado por isso. Paulo faz uso da Ciclosporina.
“Essa falta de medicamentos vem ocorrendo desde outubro, mas o rem�dio do meu menino come�ou a faltar em janeiro. Uma caixa custa R$ 800 e dura apenas 15 dias. Na segunda semana de junho, o rem�dio voltou a ser distribu�do, ent�o, conseguimos para este m�s. Mas antes meu filho chegou a ficar internado por uma semana para tomar a medica��o. Isso � ruim, pois ele n�o est� doente e no hospital pode acabar contraindo algo. Al�m disso, ocupa a vaga de outras pessoas”, contou Jos� da Silva.
No meio da falta de distribui��o, Jos�, que est� afastado do trabalho pelo INSS, teve que recorrer a doa��es para conseguir os medicamentos. “Estou desempregado e tive que colocar uma pr�tese no joelho. Conseguimos comprar o medicamento com base nas doa��es. Inclusive, consegui um pouco em Florian�polis”, afirmou. Mesmo com a reposi��o, ele teme que a situa��o volte a ficar cr�tica. “O medo sempre fica”, resumiu.
"O rem�dio do meu menino come�ou a faltar em janeiro. Uma caixa custa R$ 800 e dura s� 15 dias. Na segunda semana de junho, voltou a ser distribu�do, ent�o, conseguimos para este m�s (...). Mas o medo sempre fica"
Jos� Pereira Vieira da Silva, aposentado, pai de rapaz que toma Ciclosporina continuamente
CONTINUIDADE Vice-presidente da Associa��o Brasileira dos Centros de Di�lise e Transplante (ABCDT), Marcos Vieira refor�a que os pacientes transplantados precisam tomar os imunossupressores continuamente. A medica��o adapta o sistema imunol�gico para que ele n�o rejeite o �rg�o como um corpo estranho. “Se n�o usar os medicamentos, a tend�ncia do paciente � entrar em um processo de rejei��o do �rg�o”, diz. Segundo ele, a rejei��o pode ser causada por v�rios fatores, entre eles a interrup��o total ou altera��o na dose do medicamento. Neste �ltimo caso, ele cita como exemplo pessoas que come�am a tomar metade da dose do imunossupressor para que ele acabe mais lentamente diante dos problemas na distribui��o do medicamento.
“� uma 'doen�a cr�nica' a falta de rem�dio para os pacientes. A gente precisa de uma pol�tica de manuten��o cont�nua dessas medica��es para os pacientes renais. At� porque o paciente que fica sem tratamento pode ter uma sobrevida menor”, explica Vieira, ressaltando que os casos de pacientes transplantados de f�gado ou cora��o s�o mais graves, j� que a rejei��o pode at� levar � morte.
“� uma 'doen�a cr�nica' a falta de rem�dio para os pacientes. A gente precisa de uma pol�tica de manuten��o cont�nua dessas medica��es para os pacientes renais. At� porque o paciente que fica sem tratamento pode ter uma sobrevida menor”, explica Vieira, ressaltando que os casos de pacientes transplantados de f�gado ou cora��o s�o mais graves, j� que a rejei��o pode at� levar � morte.
RESPOSTA Sobre a falta dos imunossupressores, a SES/MG informou, por meio de nota, que os medicamentos Tacrolimo, Ciclosporina e Micofenolato de s�dio encontram-se com o abastecimento regularizado a n�vel central. Os rem�dios “est�o em processo de distribui��o para todas as farm�cias regionais do estado, com previs�o de entrega at� 25 de junho”, indicou.
A pasta informou que o Ciclosporina 50mg c�psula se encontra com estoque reduzido devido a pend�ncia financeira por parte da SES-MG com o fornecedor. No entanto, a previs�o � de que o abastecimento seja regularizado esta semana e que o item seja distribu�do a todas as regionais de sa�de estaduais. “A SES-MG entende que � de suma import�ncia o fornecimento regular do medicamento em quest�o e t�o logo o item seja entregue em nosso almoxarifado ser� autorizada a distribui��o a todas as regionais de sa�de do estado”, finalizou. (Colaborou Cristiane Silva)
Mem�ria - Problema cont�nuo
A falta de distribui��o dos medicamentos � um problema que vem sendo vivido em Minas Gerais h� tempos. Em janeiro, o Estado de Minas mostrou que dos 217 rem�dios distribu�dos gratuitamente no Farm�cia de Minas, 97 estavam desabastecidos ou parcialmente abastecidos, sendo que 74 tipos de medica��o estavam com o estoque zerado. A situa��o ainda persiste cr�tica. Segundo a SES, atualmente, 85 medicamentos encontram-se desabastecidos ou parcialmente abastecidos. Sendo que, desses, 13 itens s�o fornecidos pelo Minist�rio da Sa�de. Entre os rem�dios que est�o em falta est�o drogas para o tratamento de hipercolesterolemia, acne e epilepsia.