
Os cinco integrantes da Torcida Organizada Galoucura envolvidos no espancamento de um torcedor da M�fia Azul, horas antes da final do Campeonato Mineiro de 2018, ser�o julgados pelo J�ri Popular. Marcos Vin�cius Oliveira de Melo, conhecido como Vinicin ou Vinicinho, Diego Felipe de Jesus, o Feij�o, Daniel Tavares de Souza e Alan Betti Cardoso, v�o responder por tentativa de homic�dio. O crime foi filmado por c�meras de seguran�a. A decis�o ainda cabe recurso.
O crime ocorreu em 4 de mar�o do ano passado, horas antes do jogo entre Atl�tico e Cruzeiro. Os grupos de torcedores rivais se encontraram na Avenida Francisco S�, no Bairro Prado, Regi�o Oeste de Belo Horizonte, onde iniciaram o confronto. Eles se enfrentaram com roj�es, paus e pedras. Enquanto militares continham um tumulto na via, houve a informa��o de que na Rua Cura D'ars havia outra briga, onde um cruzeirense foi espancado por atleticanos.
No local, os policiais encontraram um jovem com camisa de uma organizada do Cruzeiro desmaiado. Uma equipe do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) o levou para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. Depois de receber atendimento m�dico na unidade hospitalar, ele ficou em observa��o.
Ap�s pericia nas imagens de c�meras de seguran�a no local dos confrontos, foi constatado que o rapaz ferido tamb�m participava dos ataques aos rivais, com um peda�o de pau. Ele, al�m de v�tima, foi registrado no boletim de ocorr�ncia da PM tamb�m como autor das agress�es, junto com os outros 18 envolvidos.
Decis�o judicial
O juiz sumariante do 1º Tribunal do J�ri, Marcelo Fioravante, decidiu pronunciar os cinco r�us por tentativa de homic�dio. Eles v�o ser julgados pelo j�ri popular. Os r�us Daniel Marcos e Diego ainda foram pronunciados pela pr�tica do crime de associa��o criminosa. De acordo com o juiz, n�o ficou evidenciado que Alan e Daniel estivessem se associado aos demais r�us, ou a terceiros, para a pr�tica de outros crimes de forma permanente e habitual. O feito em rela��o ao r�u Renato Conc�rdia da Silva foi desmembrado.
Entre os r�us, est� Marcos Vin�cius. Na �poca do tumulto, ele estava em sa�da tempor�ria da pris�o devido a morte de um cruzeirense em 2010, em frente ao Chevrolet Hall. Por este crime, ele foi condenado a 17 anos de pris�o. O juiz manteve o decreto de pris�o contra eles, para manuten��o da ordem p�blica e para assegurar a aplica��o da lei penal, uma vez que Daniel e Diego ainda se encontram foragidos. “Nem mesmo a condena��o de um dos r�us, Marcos Vin�cius, pelo homic�dio de outro torcedor rival, se mostrou suficiente para refrear o �mpeto violento desses 'torcedores'”, disse.
Depoimentos
Os r�us prestaram depoimento em 9 de junho deste ano. Na ocasi�o, Marcos afirmou ter dado um �nico golpe na v�tima, que caiu. Depois, saiu do local imediatamente, n�o sabendo o que aconteceu depois. Ele admitiu ser a pessoa que aparece nas imagens mostradas e ter dado chutes na v�tima, mas alegou que estava “apenas revidando agress�es”, pois os rivais estavam jogando roj�es em dire��o a eles.
J� Alan Cardoso afirmou que estava em um ponto de �nibus quando foi abordado por policiais militares. Em depoimento, disse que, como n�o encontraram nada suspeito, os policiais disseram que iriam parar um �nibus para ele e um grupo entrarem e ir embora. Nesse momento, alegou ter sido provocado e apedrejado pela torcida rival, que passou em uma Kombi.
Completou dizendo que ouviu pedidos de socorro de dois torcedores atleticanos e avisou aos policiais, quando foi orientado por eles em resposta: “vai l� e pega”. Alegou, ainda, ter sido instigado pelos militares a entrar em confronto. O r�u afirmou que, quando viu a v�tima ca�da no ch�o, achou at� que a mesma estava morta e em um ato instintivo colocou o p� no rosto da v�tima e o empurrou de leve, sem o intuito de causar mais danos. Al�m deles, dez testemunhas foram ouvidas. Outras sete foram dispensadas.
