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Estado de Minas

Conhe�a a tecnologia que ajuda bombeiros nas buscas aos desaparecidos de Brumadinho

Seis meses depois da trag�dia, falta encontrar 22 v�timas. N�o h� data para finaliza��o dos trabalhos


postado em 25/07/2019 06:00 / atualizado em 25/07/2019 08:33

O capitão Patrick (E) com sua equipe na área do desastre: 'Toda vez que encontramos (vestígios de vítimas), renovamos nossa motivação para estar aqui'(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O capit�o Patrick (E) com sua equipe na �rea do desastre: 'Toda vez que encontramos (vest�gios de v�timas), renovamos nossa motiva��o para estar aqui' (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Seis meses j� se passaram e o verde come�a a tomar forma em meio ao rastro de destrui��o deixada pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Mesmo depois de tanto tempo, homens e m�quinas dividem o espa�o em pontos estrat�gicos, � procura de v�timas de uma das maiores trag�dia do pa�s. A megaopera��o, hoje, se resume aos 136 homens e mulheres do Corpo de Bombeiros, que n�o poupam esfor�os para encontrar as 22 v�timas ainda desaparecidas. Os bombeiros lutam contra o tempo e, cada vez mais, a tecnologia se mostra uma importante aliada.

E n�o h� prazo para acabar. “O bombeiro n�o trabalha com data para acabar. Nosso objetivo sempre foi encontrar todas as v�timas. E quase todos os dias temos encontrado fragmentos. Por isso, n�o h� previs�o nem nos interessa interromper as buscas”, disse o capit�o Patrick Tavares Gomes, adjunto de opera��es em Brumadinho, respons�vel pela atividade operacional das equipes de campo e planejamento. Ele ainda complementa que as escalas de agosto j� at� foram divulgadas pela corpora��o com a convoca��o dos militares que dar�o continuidade �s buscas.

Essa � a maior opera��o de buscas em desastres no Brasil, com mais de 1,6 mil horas de voo – fluxo de pouso e decolagem maior do que o do Aeroporto de Confins – e empenho de efetivo recorde. Em Minas Gerais, os trabalhos em novembro de 2015 em Mariana, na Regi�o Central, eram os considerados os mais extensos at� ent�o. No Brasil, a maior opera��o havia ocorrido no deslizamento da Regi�o Serrana no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011. Hoje, ao chegar a 182 dias, a opera��o conta com 136 militares, sendo que 130 de Minas Gerais e cinco do Mato Grosso e de Pernambuco, quatro c�es e 160 maquin�rios divididos em 22 frentes de trabalho. Mais de 2 mil militares passaram por Brumadinho, assim como 40 c�es. S� assim para localizar 92% das pessoas v�timas do rompimento da barragem.

Tecnologia


A aliada � estrat�gia e intelig�ncia, a tecnologia � imprescind�vel para o sucesso da opera��o. At� porque a barragem do C�rrego do Feij�o tinha 12,7 milh�es de metros c�bicos de rejeitos. Em seis meses, nem 10% dos rejeitos foram removidos. O total chegou a apenas 750 mil metros mesmo com todos os esfor�os. “Se f�ssemos retirar toda a lama para fazer as buscas, demorar�amos mais de cinco anos”, acrescentou o capit�o. Ontem, a equipe dos bombeiros colocou em pr�tica uma nova estrat�gia, que deve ajudar a localizar as 22 pessoas desaparecidas. “Come�amos a atuar com um drone que tem um sistema de magnet�metro –  instrumento usado para medir a intensidade, dire��o e sentido de campos magn�ticos em sua proximidade. Na pr�tica, ele faz um esc�ner da �rea para identificar as estruturas met�licas soterradas na lama. O equipamento pode rastrear 25 metros de profundidade”, explicou.

Segundo ele, a corpora��o busca por uma caminhonete que estaria com quatro funcion�rios terceirizados  que trabalhavam em cima da barragem antes de ela se romper. “Primeiro, vamos fazer o refino de estruturas maiores em toda a �rea. E, depois, conseguiremos ampliar as imagens e identificar objetos menores como, por exemplo, um celular.



Para a maior busca de resgate do Corpo de Bombeiros feita em solo brasileiro tamb�m foi desenvolvido um aplicativo para facilitar o trabalho em campo, distribu�do logo nos primeiros dias ap�s a trag�dia. Cada militar em campo disp�e desse aplicativo para facilitar o lan�amento de coordenadas de corpos e de objetos que encontramos na miss�o. Com esse aplicativo no celular, os bombeiros batem a foto no ambiente do aplicativo e a imagem com suas informa��es de coordenadas � lan�ada automaticamente no mapa. “N�o � poss�vel dizer quantas imagens e fotos j� fazem parte do nosso acervo. Mas, s�o milhares. E o app se mostra extremamente eficiente”, explicou.

MP projeta den�ncia � Justi�a em at� 3 meses


O Minist�rio P�blico de Minas Gerais pretende concluir os procedimentos necess�rios para apresentar den�ncia na Justi�a pela trag�dia de Brumadinho em at� tr�s meses. De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG), 248 pessoas morreram no rompimento da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o e outras 22 ainda est�o desaparecidas. Segundo a promotora Andressa de Oliveira Lanchotti, coordenadora da for�a-tarefa montada pelo MP para apurar crimes no epis�dio, a equipe se concentra em finalizar an�lises de provas antes de apresentar a den�ncia para desencadear um processo criminal para puni��o dos respons�veis. “Nossa expectativa � de que em um prazo de 60 a 90 dias essas an�lises, sobretudo as provas periciais, an�lises de laudo de causa das mortes, les�es corporais e an�lises de equipamentos eletr�nicos sejam conclu�das, permitindo o oferecimento da den�ncia e o desencadeamento da a��o penal”, disse.

Sobre os crimes para os quais o MP pretende oferecer den�ncia, a promotora preferiu n�o adiantar informa��es. Segundo ela, a equipe est� avaliando todas as provas existentes nos autos, “que s�o bem contundentes no sentido de demonstrar que a companhia sabia que havia riscos inaceit�veis e conhecia esses riscos”, nas palavras da coordenadora da for�a-tarefa. “O que posso dizer � que as investiga��es apontaram a exist�ncia de um risco inaceit�vel, uma rela��o inadequada entre a empresa auditora certificadora, a T�v S�d, e a Vale. Na verdade, a T�v S�d atuava como auditora independente, mas mantinha outros contratos com a Vale, contratos vultosos, e isso, na nossa vis�o, maculava totalmente a independ�ncia”, acrescenta.

A promotora tamb�m destacou que Minas Gerais ainda convive com amea�as em outras 35 barragens que n�o t�m atestado de estabilidade, das quais quatro em n�vel 3 de seguran�a, o mais alto antes de eventual rompimento. “O MP vem fazendo um trabalho consistente de gest�o de risco. Propusemos outras 21 a��es civis p�blicas em Minas em face da Vale, buscando obter auditorias verdadeiramente independentes para certificar a situa��o dessas estruturas. S�o mais de 25 minas que s�o objetos de a��es propostas pelo MP e mais de 100 estruturas”, completa.

�gua


Outro assunto abordado ontem, durante balan�o de seis meses de atua��o da for�a-tarefa criada pelo MP p�s-desastre, foi o risco de falta de �gua em Belo Horizonte e cidades da regi�o metropolitana. Andressa Lanchotti garantiu que j� existem projetos e obras em andamento para garantir duas frentes de a��o relacionadas � seguran�a h�drica na Grande BH. O MP firmou acordo com a Vale para garantir ambas.

A primeira � a constru��o de nova capta��o no Rio Paraopeba, acima do ponto em que a lama atingiu o curso d'�gua. A capta��o de Brumadinho, que funcionava no manancial desde dezembro de 2015 e foi constru�da justamente para resolver o problema da falta de �gua na regi�o, teve que ser fechada em janeiro, devido � passagem da lama. A segunda � a prote��o da capta��o do Rio das Velhas, em Nova Lima, que est� abaixo de tr�s barragens no mais alto n�vel de risco: Forquilha I e III, em Ouro Preto, e B3/B4 em Macacos, comunidade que pertence a Nova Lima. (Guilherme Parana�ba)


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