
Das seis esta��es de integra��o de �nibus da capital, apenas tr�s t�m biciclet�rios, enquanto as restantes usam um sistema de paraciclo, no qual a bike s� fica travada em uma �rea que n�o necessariamente est� dentro das esta��es. Situa��es como esta prejudicam muito o uso do chamado sistema intermodal, aquele no qual h� integra��o de bicicletas com transporte p�blico, com o uso de cada tipo de meio de locomo��o de acordo com o perfil do deslocamento.
- Esta��es de �nibus de BH com biciclet�rio
- Vilarinho
- Venda Nova
- Barreiro
- Esta��es de �nibus de BH com paraciclo (local para fixar bikes)
- Diamante
- Pampulha
- S�o Gabriel
- Hor�rios para entrar com bicicleta em �nibus de BH (somente Move)
- Segunda a sexta: ap�s �s 20h
- S�bado: A partir das 14h
- Domingo e feriado: o dia inteiro
Apesar do bom exemplo de um espa�o adequado para as bikes, os ciclistas enfrentam uma situa��o curiosa nas passarelas de acesso � Esta��o Vilarinho e ao shopping. Apesar da estrutura adequada para estacionar bikes, na rampa de acesso ao estacionamento h� placas indicando que � proibido entrar com uma bicicleta. Na �rea destinada aos pedestres com acesso pela esquina da Avenida Vilarinho com a Rua das Macieiras, outra placa tamb�m pro�be as magrelas, aumentando a confus�o.

- O que � transporte intermodal?
- A integra��o entre dois meios de transporte diferentes � chamada de intermodal. No caso das bicicletas, a conex�o pode ser feita com o trajeto de casa at� uma esta��o pedalando, e o restante do caminho usando um �nibus ou metr�. Para isso, o terminal precisa oferecer uma estrutura chamada biciclet�rio, onde o ciclista pode trancar sua bicicleta com seguran�a, para pegar de volta no retorno.
- O que � um biciclet�rio?
- � uma estrutura fechada espec�fica para o estacionamento de bicicletas, com suportes onde as bikes s�o fixadas com cadeados, chamadas de paraciclos. Os biciclet�rios mais modernos podem contar com ferramentas de reparo, bebedouros, bombas para encher pneus, entre outras facilidades.
- O que � um paraciclo?
- � a estrutura onde a bicicleta � travada, que n�o necessariamente precisa estar dentro de um ambiente fechado
Na Esta��o Pampulha, inaugurada h� pouco mais de cinco anos para a Copa do Mundo, n�o h� um biciclet�rio estruturado, apenas paraciclos antes da catraca com acesso pela Avenida Portugal. Mesmo cen�rio da Esta��o Diamante, no Barreiro, onde a estrutura para bicicletas fica do lado de fora da esta��o. “O ideal � uma estrutura que fique protegida dentro da esta��o ou ent�o com alguma pessoa por conta fazendo a seguran�a”, diz o gar�om Vanderley Ferreira, de 41, que j� teve bicicleta, mas acabou desistindo de usar e � passageiro da Esta��o Diamante.


Transporte intermodal tem grande demanda
Carlos Edward Campos, integrante da Associa��o dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo), destaca que o potencial do investimento em estruturas para permitir o acondicionamento das bikes nas esta��es e, consequentemente, a pr�tica intermodal, tem um potencial muito grande de atra��o de ciclistas. “O custo � muito baixo e o impacto vai ser enorme, porque existe uma demanda reprimida muito grande para essa utiliza��o. Voc� v� que as vezes a pessoa deixa a bicicleta em local inseguro, amarrado na grade da esta��o, com risco de roubar a bicicleta, porque precisa”, afirmou.
Para o consultor em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade, do ponto de vista de transporte a bicicleta � complementar, ela precisa se integrar aos meios de transporte p�blicos de massa. “As viagens curtas podem ser feitas com bicicleta. Voc� sai da sua casa e vai ao terminal de �nibus ou metr� deixando a sua bicicleta. Essa � a grande fun��o dela. Voc� amplia o raio de influ�ncia daquela esta��o.”

A coordenadora de Sustentabilidade e Meio Ambiente da BHTrans, Eveline Trevisan, justifica a falta de melhorias nos biciclet�rios das esta��es pela falta de recursos. Mas, nesse ponto, ela diz que existe uma possibilidade de financiamento no valor de R$ 800 mil para implantar a estrutura necess�ria nas esta��es, que deveria estar pronta no ano passado, segundo as metas do Plano de Mobilidade por Bicicleta de Belo Horizonte (PlanBici). “Encaminhamos essa solu��o para avalia��o da prefeitura, mas ainda n�o temos uma resposta definitiva. O ideal � que a gente tenha um biciclet�rio fechado, com bebedouro, um conforto na hora de deixar sua bicicleta, com sala fechada e controle de acesso”, diz ela."Se aparecer o recurso, a gente consegue implementar, porque temos um projeto que conseguimos avan�ar para todas as esta��es"
Eveline Trevisan, coordenadora de Sustentabilidade e Meio Ambiente da BHTrans
Diferentemente de outras a��es mais complexas, como a constru��o de ciclovias, a meta dos biciclet�rios � mais f�cil de ser implementada com a disponibilidade de recursos. “Se aparecer o recurso, a gente consegue implementar, porque a gente tem, ainda que n�o seja um projeto executivo, um projeto simples, que conseguimos avan�ar para todas as esta��es”, afirmou.
Integra��o pode atrair passageiros
A necessidade de investimentos para aumentar o n�mero de ciclistas em BH � discutida em um momento que o sistema de �nibus da capital mineira busca ser mais atrativo para aumentar o n�mero de passageiros. Dados do transporte p�blico dispon�veis no site da BHTrans mostram uma diminui��o acentuada do n�mero de pessoas transportadas nos �ltimos cinco anos.

Para Carlos Edward Campos, da BH em Ciclo, esta � uma �tima oportunidade para as empresas aproveitarem o momento e colocarem em pr�tica os investimentos necess�rios para trazer mais usu�rios ao sistema. “Se eles est�o precisando de passageiros, est� aqui uma boa demanda de passageiros reprimida, porque n�o tem onde deixar sua bicicleta. Com investimento baixo e uma possibilidade de retorno alta”, disse."O custo (do transporte intermodal) � muito baixo e o impacto � enorme, porque existe uma demanda reprimida muito grande para esse uso"
Carlos Edward Campos, integrante da BH em Ciclo
Tamb�m da BH em Ciclo, Marcos Gomes acrescenta que a BHTrans deveria fomentar essa mobiliza��o, incentivando as empresas a implementarem as medidas. “Seria muito f�cil e � muito barato. A gente enxerga como uma sa�da a integra��o de dois modais para resolver esse problema na cidade.”
Usu�rios cobram exemplo de incentivo
O ciclista Breno Bizinoto, que participou da elabora��o do Plano de Mobilidade por Bicicleta de Belo Horizonte (PlanBici), diz que faz sentido que as empresas busquem esse investimento, mas o normal a se esperar de organiza��es que visam lucro � atuar apenas quando j� existe alguma coisa em andamento e funcionando. “Quem tem que ter o pensamento ativo para a elabora��o dessas ideias � o poder p�blico. Parece arriscado propor a cria��o de uma estrutura para uma quantidade de ciclistas que ainda nem existe, mas a hist�ria j� nos mostrou que quando se cria a oportunidade de um bom uso, os usu�rios aparecem.”
Consultor em transporte e tr�nsito, Silvestre de Andrade pontua que em um esquema de concess�o de servi�os, que � o caso do transporte p�blico em BH, os custos das empresas s�o definidos com base em um contrato e a amplia��o dos investimentos normalmente gera contrapartidas. “Se voc� imp�e custos extras ao prestador do servi�o, voc� precisa reequilibrar a quest�o de alguma forma. E no caso dos �nibus as empresas s�o remuneradas pela tarifa. Se for uma iniciativa pr�pria deles, tudo bem, � iniciativa deles e ponto. Mas por quest�es legais quando o custo aumenta tem que haver um reequil�brio.”

O Shopping Esta��o, respons�vel pelo biciclet�rio na Esta��o Vilarinho, informou que a estrutura segue os padr�es estipulados em lei e que a quantidade de vagas atende � demanda do p�blico. Por�m, informou que est� investindo para implantar nova sinaliza��o e tamb�m est� estudando o aumento de vagas. J� o Setra/BH informou que vem fazendo estudos n�o s� para a melhoria do modal bicicleta, mas tamb�m para integrar todos os outros modais.