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Estado de Minas PATRIM�NIO

Espet�culo renovado: cidade hist�rica mineira reinaugura �pera que encantou imperadores

Ap�s tr�s anos fechada para restaura��o, em investimento de R$ 2,6 milh�es, Casa da �pera de Sabar�, um dos teatros mais antigos do pa�s, ser� reaberta nesta quinta-feira


postado em 19/09/2019 06:00 / atualizado em 19/09/2019 15:56

Visão geral do teatro de cima do palco: parte elétrica recebeu atenção especial durante a reforma(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/6/2019)
Vis�o geral do teatro de cima do palco: parte el�trica recebeu aten��o especial durante a reforma (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 1/6/2019)


Os tapumes ser�o retirados hoje cedo, mas, esticando o olhar para apreciar a fachada e visitando o interior do pr�dio, d� para ver que a bicenten�ria Casa da �pera – Teatro Municipal de Sabar� – ficou mesmo “um espet�culo”. Depois de tr�s anos fechado para restaura��o, o equipamento cultural do munic�pio vizinho � capital ser� reaberto nesta quinta-feira � noite, Dia Nacional do Teatro, com mais conforto para o p�blico, espa�o adequado aos atores nos camarins, acessibilidade para quem precisa e, claro, seguran�a fundamental para valorizar as artes c�nicas. Na tarde de ontem, uma equipe de servi�os gerais da prefeitura local, junto de oper�rios da empreiteira respons�vel pela obra e t�cnicos de som, deram os retoques finais para a cerim�nia de reinaugura��o marcada para as 19h30. “Lindo, lindo! Vai ser �timo para nossa cidade, nossa hist�ria”, disse a funcion�ria Leonice Belis�rio Pinto, que limpava as cadeiras de palhinha, ao lado de Sandra Maria Pimentel e Maria On�sia Faria. “Lustrando a cultura”, brincou Sandra Maria.



Com obras iniciadas em outubro de 2016 e valor total da interven��o estimado em R$ 2,6 milh�es – recursos do PAC Cidades Hist�ricas, do governo federal – o bem tombado desde 1963 pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) recebeu uma s�rie de interven��es como recupera��o do piso, pois muitos barrotes estavam podres; imuniza��o da madeira, tendo em vista o ataque de cupins; substitui��o do forro de palhinha; restauro de portas e janelas e adequa��o da acessibilidade. Nesse �ltimo aspecto foram instaladas duas plataformas, tanto no acesso do p�blico como no fundo do palco, para lig�-lo ao camarim.

“Trata-se da primeira obra do PAC que entregamos em Sabar�, uma cidade com um s�tio urbano muito importante”, disse, ontem, a superintendente do Iphan em Minas, C�lia Corsino. Satisfeita com o resultado da obra, ela disse que o objetivo � que o teatro seja do povo de Sabar�, destinado, portanto, � m�sica, ao teatro, � dan�a e, de modo muito especial, ao conv�vio das pessoas. “Muito mais do que um pr�dio, � um espa�o para pr�ticas culturais”, disse C�lia Corsino, que estar� na cerim�nia de reinaugura��o ao lado da presidente do Iphan, K�tia Bog�a, e do diretor do Departamento de Projetos Especiais/Iphan, Robson Almeida.

Palhinha


O p�blico ter� � disposi��o banheiros com acessibilidade, da mesma forma que os atores que ocuparem os camarins. Na ter�a-feira, em visita ao teatro, inaugurado em 2 de junho de 1819 e localizado na Rua Dom Pedro II, no Centro Hist�rico, o prefeito Wander Borges (PSB) explicou que a administra��o ficar� a cargo da Secretaria Municipal de Cultura, tamb�m respons�vel pela programa��o ao longo do ano. “Ser� elaborado o regulamento da casa, que ter� como prioridade a apresenta��o de pe�as, concertos e outros espet�culos dessa natureza”, afirmou Borges, lembrando que foi entregue � popula��o em abril, ap�s uma d�cada de espera, o Cine Bandeirante, de 500 lugares, agora com o nome de Centro Cultural Jos� da Costa Sep�lveda.

Embora os recursos sejam “100% federais”, conforme ressalta C�lia Corsino, Borges explicou que a prefeitura deu sua contribui��o, no valor de R$ 120 mil, para a recupera��o das cadeiras de jacarand� com palhinha, de meados do s�culo passado, outras pe�as de mobili�rio e troca de telhas. “Foram reformadas 146 unidades, e h� 20 cadeiras com bra�o e 58 sem bra�o para conserto. Al�m disso, temos bancos tamb�m antigos para acomodar maior n�mero de pessoas.” Com tr�s andares para camarotes, o pr�dio est� protegido contra o per�odo de chuvas, pois foram trocadas as telhas, numa �rea de 720 metros quadrados, colocando-se as do tipo colonial na cor cer�mica, conforme aprovado pelo Iphan.

Sob olhares do prefeito de Sabará, Wander Borges (de blazer), e do pesquisador José Bouzas, funcionárias davam os toques finais nas tradicionais cadeiras de palhinha (foto: Gustavo Werneck/EM/D.A Press)
Sob olhares do prefeito de Sabar�, Wander Borges (de blazer), e do pesquisador Jos� Bouzas, funcion�rias davam os toques finais nas tradicionais cadeiras de palhinha (foto: Gustavo Werneck/EM/D.A Press)


Segundo a coordenadora do PAC em Sabar� pela prefeitura local, arquiteta Milene Cristine Pinto, tudo foi feito para manter as caracter�sticas originais da edifica��o, incluindo t�cnicas construtivas originais e decora��o em madeira, a fim de preserv�-la ao m�ximo. Cada detalhe chama a aten��o e, desta vez, as cortinas realmente v�o se abrir e elas s�o na cor azul-escuro, que combina com o colonial das janelas, colunas, portas e barrados da fachada branca.

IMPORT�NCIA Quem tamb�m esteve no teatro, cheio de entusiasmo, foi o pesquisador da hist�ria local, Jos� Bouzas. “Esta casa n�o � importante apenas para Sabar� e Minas, mas sim para o Brasil”, afirmou, lembrando que o local sempre foi o palco de arte e cultura e tamb�m de fatos pol�ticos importantes, “em especial no per�odo da aboli��o”, diz. Com experi�ncia por mais de 20 anos como ator – “participei de 25 pe�as, de 1971 a 1992”, orgulha-se –, Bouzas espera que o espa�o volte a fortalecer a cultura de Sabar� e o conv�vio das pessoas”. “Num per�odo, funcionou ali o Cine Borba Gato, que deixou casos memor�veis.” No seu tempo como ator, ele integrava o Grupo de Teatro do Conselho de Arte de Sabar�, hoje Cena Aberta.

Quem j� assistiu a um espet�culo na Casa da �pera, um dos teatros mais antigos em funcionamento do pa�s, sabe que o espa�o � obra de arte genu�na, tanto que recebeu a visita dos imperadores dom Pedro I (1798-1834), em 1831, e dom Pedro II (1825-1891), em 1881 – a sala tem forma de ferradura, com vasto palco elevado e �tima visibilidade. Conforme os relatos e pesquisas, h� detalhes que enriquecem a hist�ria: “As portas de entrada pertenceram � antiga cadeia. A cortina do pano de boca foi pintada pelo conhecido pintor alem�o George Grimm, que veio ao Brasil em 1874 e foi professor por algum tempo na Academia de Belas-Artes, no Rio de Janeiro”. As pinturas do pano de boca, no entanto, desapareceram com o tempo.

Em 1971, o teatro recebeu o espetáculo Morte e vida severina, primeira montagem do grupo de teatro do Conselho de Arte de Sabará(foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
Em 1971, o teatro recebeu o espet�culo Morte e vida severina, primeira montagem do grupo de teatro do Conselho de Arte de Sabar� (foto: Arquivo pessoal/Divulga��o)


Nesse ambiente, em que a equipe concluiu os servi�os, os moradores t�m orgulho em dizer que, nesse palco, com “uma das melhores ac�sticas da Am�rica”, se apresentaram artistas renomados, a exemplo de Paulo Gracindo, �tala Nandi, Arthur Moreira Lima, Belchior, Roberto de Regina, Nelson Freire, Clementina de Jesus, Jackson Antunes, Felipe Silvestre, Marco Ant�nio Ara�jo e Maria L�cia Godoy. Placas na entrada indicam reformas em 1970, 1983 e 1996 e informam que, h� 32 anos, a propriedade do pr�dio passou do estado para a prefeitura.

“Em meados da d�cada de 1960, a atriz Maria Della Costa (1926-2015) esteve em Sabar� e ficou alarmada com o estado prec�rio do teatro. Ent�o, falou com o governador Israel Pinheiro (1896-1973), que tomou as provid�ncias e o salvou da destrui��o”, contou Bouzas. O projeto do restauro conclu�do em 1970 foi assinado pelo arquiteto Luciano Amed�e Peret, de 91 anos.

Visita do imperador


De acordo com as pesquisas, a antiga Casa da �pera de Sabar� � considerada “um dos mais interessantes edif�cios de Minas, principalmente por ser o teatro um programa pouco comum na �poca de abertura”. Em 1831, viveu grandes momentos com a visita do imperador dom Pedro I. Sabe-se que o teatro foi erguido em terreno pertencente ao alferes Francisco da Costa Soares, com a constitui��o de uma sociedade an�nima da qual o povo participou e reuniu recursos para a obra. Diz um documento que, “aos poucos, os cotistas propriet�rios do teatro foram doando suas a��es � Santa Casa de Sabar�, que mantinha a maioria das cotas na ocasi�o de seu tombamento pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), em 1963.

Veja imagens:

Ver galeria . 7 Fotos Gladyston Rodrigues/EM
(foto: Gladyston Rodrigues/EM )




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