
“Vamos tocando o servi�o como podemos. Esse teatro � fundamental para a popula��o de Sabar�”, diz o chefe do Executivo, destacando que o espa�o em estilo elisabetano sempre foi vital para fomentar a cultura, pois apresentava pe�as infantis com entrada franca, espet�culos de dan�a e teatro de grupos locais e de outros estados que, ao vir � capital, estendiam a viagem ao munic�pio vizinho. “Agora, n�o temos um lugar para oferecer esses eventos ao p�blico”, lamenta.
Preocupado com a situa��o, Borges conta que outros pr�dios hist�ricos est�o fechados, alguns correndo risco de degrada��o acentuada, como o da prefeitura, o Solar Padre Corr�a, tamb�m na Pedro II. Nesse caso, a interven��o tamb�m � do PAC, que tem, no munic�pio, nove a��es selecionadas para receber os investimentos. De t�o lament�vel o estado do sobrado, a administra��o municipal teve que se mudar para um pr�dio pr�ximo, o Solar Dona Sofia, antiga Secretaria Municipal de Cultura. O prefeito chama aten��o ainda para a centen�ria Escola Estadual Paula Rocha, na Pra�a Melo Viana, fechada h� quatro anos, e o Cine Bandeirantes (Centro Cultural Jos� Costa Sep�lveda), na Rua Lu�s Cassiano, fechado h� cinco.
Com recursos municipais e para evitar deteriora��o, a atual gest�o vai empreender obras emergenciais na Capela do Senhor Bom Jesus, onde, na Semana Santa, ocorre uma grande peregrina��o de madrugada; na Capela de Nossa Senhora do �, que ter� madeira vinda de uma oficina do Iphan em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, com transporte, m�o de obra e outros materiais custeados pela municipalidade; no Passo de Sim�o Cirineu; e nas igrejas de S�o Francisco e de Santo Ant�nio do Pomp�u, inclu�das no PAC Cidades Hist�ricas e necessitando de cuidados urgentes.
A dire��o do Iphan reconhece que h� realmente duas medi��es sem pagar e a explica��o � que foram apresentadas ao Iphan apenas no fim da semana passada. A autarquia federal informa que o valor total do restauro do teatro j� foi empenhado, mas o pagamento depende do andamento da obra. “Dessa forma, se n�o foi tudo pago at� agora, � de responsabilidade da prefeitura local, que n�o deu o devido encaminhamento aos servi�os”, avisa. De todo jeito, amanh�, o diretor do PAC Cidades Hist�ricas, Robson de Almeida, estar� em Sabar� para uma visita t�cnica � obra.

OBRA DE ARTE Quem j� assistiu a um espet�culo no Teatro Municipal de Sabar�, com 400 lugares, sabe que o espa�o � obra de arte genu�na, tanto que recebeu a visita dos imperadores dom Pedro I (1798-1834), em 1831, e dom Pedro II (1825-1891), em 1881. Embora sem as cadeiras e ornamentos, d� gosto ver a sala em estilo italiano, em forma de ferradura, com vasto palco elevado e �tima visibilidade. Conforme as pesquisas, h� tr�s andares de camarotes, com detalhes que enriquecem a hist�ria: “As portas de entrada pertenceram � antiga cadeia. A cortina do pano de boca foi pintada pelo conhecido pintor alem�o George Grimm, que veio ao Brasil em 1874 e foi professor por algum tempo na Academia de Belas-Artes, no Rio de Janeiro”.
Nesse ambiente, os oper�rios se revezem em servi�os na plateia e no foyer do pr�dio, que est� cercado por tapumes. E os moradores t�m orgulho em dizer que, nesse palco, com “uma das melhores ac�sticas da Am�rica”, se apresentaram artistas renomados, a exemplo de Paulo Gracindo, �tala Nandi, Arthur Moreira Lima, Belchior, Roberto de Regina, Nelson Freire, Clementina de Jesus, Jackson Antunes, Felipe Silvestre, Marco Ant�nio Ara�jo e Maria L�cia Godoy. Placas na entrada indicam reformas em 1970, 1983 e 1996 e informam que, h� 30 anos, a propriedade do pr�dio passou do estado para a prefeitura.
A obra de restauro preveem a manuten��o das caracter�sticas originais do teatro, como as t�cnicas construtivas tradicionais e os elementos decorativos em madeira e a adapta��o da casa �s exig�ncias atuais de conforto, seguran�a e acessibilidade. Pelo projeto, o anexo lateral receber� novos banheiros e ter� “linguagem contempor�nea” para diferenciar o pr�dio atual do antigo. Todos os elementos, como cobertura, pisos, forros, portas, janelas v�o merecer reparos, havendo pintura de alvenarias, da estrutura de madeira aparente e das partes met�licas.
O projeto contempla tamb�m as instala��es el�tricas, luminot�cnicas, de sonoriza��o, de seguran�a e de preven��o e combate a inc�ndio, que ser�o adequadas a fim de garantir o bom funcionamento do local. Foi ainda idealizada uma rota acess�vel a pessoas portadoras de necessidades especiais e com mobilidade reduzida, em todos os n�veis do teatro, e outra espec�fica para os artistas.
HIST�RIA De acordo com as pesquisas, a antiga Casa da �pera de Sabar� � um dos mais interessantes edif�cios de Minas, principalmente por ser o teatro um programa pouco comum na �poca de abertura. Em 1831, viveu grandes momentos com a visita do imperador dom Pedro II. Sabe-se que o teatro foi erguido em terreno pertencente ao alferes Francisco da Costa Soares, com a constitui��o de uma sociedade an�nima da qual o povo participou e reuniu recursos para a obra. Diz um documento que “aos poucos, os cotistas propriet�rios do teatro foram doando suas a��es � Santa Casa de Sabar�, que mantinha a maioria das cotas na ocasi�o de seu tombamento em 1963. No s�culo 20, transformou-se em Cine -Teatro Borba Gato, entrando em total decad�ncia.
SEM VISITA��O
Em Sabar�, tr�s pr�dios est�o fechados � visita��o p�blica e sem uso permanente. Confira:

Localizado na Rua Dom Pedro II, no Centro Hist�rico, o sobrado est� amea�ado, com o forro deteriorado, e interditado desde julho de 2016. Com isso, o Executivo e outros setores da atual gest�o tiveram que mudar integralmente de endere�o. Obras est�o inclu�das no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) Cidades Hist�ricas

Fica na Pra�a Melo Viana, no Centro Hist�rico, e est� fechada h� quatro anos. J� foi feita a licita��o pelo governo estadual, faltando assinar a ordem de servi�o para come�o da reforma. Em 22 de junho, completar� 110 anos de funda��o

Est� fechado h� cinco anos. Obra foi restaurada pela prefeitura em parceria com a Vale, em 2012, mas n�o houve inaugura��o do equipamento, que sofreu altera��es em 2015 e teve o uso inviabilizado para atender o p�blico. Os recursos s�o municipais
Fonte: Prefeitura de Sabar�