Copasa descarta risco de desabastecimento em BH, contrariando Comit� do Rio das Velhas

Mais uma vez, a Copasa e o Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas) discordam sobre o futuro do abastecimento de Belo Horizonte, um dia ap�s o Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) ter decretado estado de restri��o no uso da �gua do Rio das Velhas, respons�vel por 70% do abastecimento da capital mineira. A companhia de abastecimento afasta a possibilidade de rod�zio no consumo e outras medidas mais dr�sticas, mas o CBH afirma que a situa��o j� � extremamente cr�tica, sem alternativas vis�veis e ainda h� a amea�a de tr�s barragens de rejeitos que podem se romper e simplesmente interromper a capta��o de BH.

"Enfrentamos a pior situa��o h�drica do Rio das Velhas de todos os tempos. A vaz�o do rio, na capta��o da Copasa em Bela Fama (Nova Lima), est� abaixo do limite cr�tico de 10 metros c�bicos por segundo (m3/s). A Copasa est� retirando 6,5 at� 7 m3/s e � obrigada, pela for�a da outorga, a devolver 3 m3/s. Ou seja, est� � beira de um colapso", afirma o presidente do CBH-Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano. Em 2016, quando BH esteve �s v�speras de enfrentar rod�zio e teve problemas de abastecimento de bairros mais altos, a Copasa e o CBH tamb�m discordavam sobre a exist�ncia de uma crise.

A restri��o h�drica ocorreu nessa quarta-feira, pela Portaria 45/2019 do Igam. Grandes consumidores ao longo do Rio das Velhas a partir de Santo Hip�lito, munic�pio que marca a extens�o m�dia do rio, at� a nascente, em Ouro Preto, dever�o reduzir suas capta��es em 20%. A vaz�o em Santo Hip�lito j� se encontra em 70%.

"Temos uma previs�o de estiagem prolongada. As ocupa��es predat�rias de �reas produtoras de �gua tamb�m reduzem a quantidade de �gua produzida. Pouca �gua e muito esgoto, que ainda � lan�ado na Grande BH, levam � prolifera��o de algas. J� h� registros de mortandade de peixes em Augusto de Lima. Em Santana do Pirapama, o rio est� quase cortando. O Velhas pode, em breve, se tornar um rio intermitente", alerta Polignano.

A crise das barragens que Minas Gerais enfrenta foi o principal gatilho para essa crise h�drica, na avalia��o do CBH-Rio das Velhas. "O Rio das Velhas est� sendo sacrificado desde que o Paraopeba, onde a Copasa fazia capta��o, foi devastado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (Mina C�rrego do Feij�o). Essa situa��o traz uma inseguran�a h�drica muito grande", disse o presidente do CBH.

As demais barragens que amea�am o Rio das Velhas s�o o complexo de Forquilha (Ouro Preto), Vargem Grande (Itabirito) e B3/B4 (Macacos, Nova Lima). "Al�m de BH, os munic�pios de Nova Lima, Raposos, Sabar�, Santa Luzia e Sete Lagoas t�m uma depend�ncia cr�tica do Rio das Velhas para o abastecimento humano", frisa Polignano.

A Copasa informou que "a capta��o no Rio das Velhas est� dentro da m�dia. As vaz�es apresentadas no manancial, no momento, est�o dentro do esperado, comparando-se com anos anteriores. Eventuais redu��es de vaz�o dispon�vel no rio s�o complementadas pela transfer�ncias de �gua de outros sistemas".

A companhia esclarece que, desde o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, da Vale, a capta��o do Rio Paraopeba se encontra paralisada, e o abastecimento da popula��o da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vem sendo feito pelas represas do Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores e pela capta��o a fio d’�gua do rio das Velhas.

"A Copasa esclarece, ainda, que � prematuro, antes do pr�ximo per�odo de chuvas, dizer que haver� crise h�drica, desabastecimento, rod�zio ou racionamento, uma vez que a situa��o dos mananciais que abastecem a RMBH, no momento, est� em condi��es de atender a popula��o."