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Estado de Minas

Comit� do Rio das Velhas far� inspe��es em barragens na regi�o do Alto Rio das Velhas

Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas verifica situa��o de barragens entre Ouro Preto e Jequitib�. Receio � que material t�xico atinja manancial e prejudique abastecimento


postado em 07/02/2019 06:00 / atualizado em 07/02/2019 08:18

Represa Mundo Mineração, em Rio Acima, está abandonada há cerca de sete anos e tem dupla classificação de alto risco: possibilidade de acidente e dano potencial (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Represa Mundo Minera��o, em Rio Acima, est� abandonada h� cerca de sete anos e tem dupla classifica��o de alto risco: possibilidade de acidente e dano potencial (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Equipes do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) v�o percorrer barragens localizadas ao longo do manancial entre Ouro Preto e Jequitib�, na Regi�o Central de Minas Gerais. O objetivo � verificar as condi��es dos reservat�rios nesse trecho, chamado de “Alto Velhas”. O receio � que diante de rompimentos, como ocorreu em Brumadinho e Mariana, o material armazenado nessas represas atinja o rio e o abastecimento de cidades da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte seja prejudicado.

Levantamentos sobre as barragens das cidades ao longo do Alto Velhas est�o sendo realizados pela �rea t�cnica do comit�, que � respons�vel pelas outorgas e barramentos. “Temos uma preocupa��o muito grande, como j� anunciamos, com algumas barragens. Diferentemente do Paraopeba, que tem capta��o de �gua em represas e reservat�rios, no Velhas se d� por meio de fio d’�gua. Ent�o, caso aconte�a algo semelhante como em Brumadinho, seria preciso interromper o abastecimento na regi�o metropolitana. Lembrando que na Grande BH � feito meio a meio entre o Sistema Paraopeba e o Rio das Velhas”, pontuou Marcus Vin�cius Polignano, presidente do CBH Rio das Velhas.

Entre as barragens que est�o ao longo do trecho que ser� analisado pelo Comit� est� a  da Mundo Minera��o em Rio Acima, na Grande BH. O reservat�rio est� abandonado h� aproximadamente sete anos e armazena materiais t�xicos. O empreendimento est� na lista dos que t�m dupla classifica��o de alto risco – na possibilidade de acidentes e na extens�o do dano potencial em caso de rompimento – como a barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho. Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), a barragem ser� descomissionada, ou seja, ser� esvaziada e passar� por posterior reabilita��o.

“A barragem da Mundo Minera��o, em Rio Acima, � uma mina antiga de ouro que foi abandonada. Est� literalmente abandonada. L� tem uma represa onde h� uma concentra��o alt�ssima de metais pesados, inclusive o cianeto. Ent�o, temos uma preocupa��o grande quanto ao destino final desta barragem, pois � potencialmente muito delicada”, afirmou Polignano.

A opera��o ainda se encontra na fase preliminar. Ainda est� sendo feito, pela equipe t�cnica do Comit�, um estudo das barragens que se encontram em Ouro Preto e Jequitib�. “O grupo j� tem reuni�o agendada a partir de semana que vem para discutir e tra�ar todo o processo de trabalho. Queremos agilizar o processo ao m�ximo para que possamos, de alguma forma, estar atentos a situa��o que se encontra no Velhas. Quero dizer que n�o � obriga��o efetiva fazer isso, que � um papel efetivo do estado e do DNPM (Departamento Nacional de Produ��o Mineral), mas como a gente tem essa preocupa��o de responsabilidade de gest�o da bacia hidrogr�fica, n�o podemos nos fazer omisso. � hora de exatamente ir atr�s de respostas, e � isso que estamos fazendo”, concluiu o presidente do Comit� Rio das Velhas.

RIO PARAOPEBA Os 12 milh�es de rejeitos de min�rio que desceram da barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, atingiram o Rio Paraopeba. Desde do dia seguinte a trag�dia, a an�lise est�o sendo feitas em 10 pontos de coleta distribu�dos ao longo de 300 quil�metros, entre munic�pio e Felixl�ndia. Foram encontrados valores at� 21 vezes acima do aceit�vel de chumbo total e merc�rio total. Tamb�m foi constatada a presen�a de n�quel, c�dmio e zinco. Diante dessa situa��o, o Governo de Minas desaconselha o uso da �gua para qualquer finalidade at� que a situa��o esteja normalizada. A recomenda��o vai desde a conflu�ncia do manancial com o C�rrego Ferro-Carv�o at� Par� de Minas.

A Vale instalou barreiras para tentar impedir o avan�o da lama pelo Rio Paraopeba. A terceira membrana de conten��o entrou em opera��o na ter�a-feira em Par� de Minas. Outras duas barreiras foram colocadas no �ltimo fim de semana. A iniciativa � uma medida preventiva e faz parte do plano apresentado pela empresa mineradora ao Minist�rio P�blico e aos �rg�os ambientais.

Equipes da Funda��o SOS Mata Atl�ntica percorrem o Rio Paraopeba para fazer an�lises da �gua. A entidade afirma que j� fez o monitoramento em 11 diferentes pontos. A institui��o informou que “a maioria deles possui �gua com condi��o p�ssima”. Uma das verifica��es foi feita depois das barreiras instaladas pela Vale. O resultado n�o foi positivo. “Para analisar a efetividade das membranas instaladas pela Vale, que t�m como objetivo conter os rejeitos, a equipe da ONG realizou medi��es antes e depois das barreiras. No primeiro ponto, onde o rio possui intensa corrente – trecho mais largo at� agora –,o �ndice de oxig�nio chegou a 3mg/l e a turbidez a 683,8 NTU (sigla em ingl�s para a unidade matem�tica Nefelom�trica de Turbidez, que verifica quantidade de part�culas s�lidas em suspens�o, o que impede a passagem da luz e a fotoss�ntese, causando a morte da vida aqu�tica). Essa turbidez equivale a seis vezes mais que o indicado pela legisla��o ambiental”, afirmou.

Barragem de Bocaiuva come�a a ser esvaziada


Uma barragem localizada no distrito de Engenheiro Dolabela, em Bocaiuva, no Norte de Minas Gerais, come�a a ser esvaziada para reduzir o risco de colapso. Uma reuni�o realizada na ter�a-feira na sede do Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra) debateu a situa��o da Barragem da Caatinga. A estrutura tem capacidade para armazenar 23 milh�es de metros c�bicos de �gua. A represa cruza o assentamento Betinho, o maior do estado, onde 760 fam�lias vivem apreensivas desde 2017, quando foram registrados problemas no local.

Na �poca, uma estrutura de concreto chegou a ser arrastada durante um temporal e o Comit� da Bacia Hidrogr�fica da regi�o aprovou documento alertando sobre “o risco de morte iminente das fam�lias assentadas” e o “desabastecimento do distrito de Engenheiro Dolabela”.

Procurado pela reportagem, o Incra informou que a decis�o “pelo descomissionamento total da barragem” foi deliberada pelo Comit� de Decis�o Regional do �rg�o em Minas. Informou ainda que, “por ora, a primeira medida tomada foi a abertura total da comporta para a diminui��o gradual do n�vel de �gua, com consequente diminui��o do risco apontado, inicialmente, pelo Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Jequita� e do Pacu�”.

O Incra diz que vem realizando uma “s�rie de reuni�es com entidades relacionadas � estrutura para definir as pr�ximas a��es a respeito”. O encontro de ter�a-feira contou com representantes do Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (SAAE) de Bocaiuva, com vereadores e outras autoridades do munic�pio.

Esporte prejudicado

Ver galeria . 7 Fotos Caiaques e aventura 200 metros abaixo de onde o Córrego do Feijão deságua no Rio ParaopebaRodrigo Rezende de Angelis/Arquivo Pessoal
Caiaques e aventura 200 metros abaixo de onde o C�rrego do Feij�o des�gua no Rio Paraopeba (foto: Rodrigo Rezende de Angelis/Arquivo Pessoal )

Tomado pela lama de min�rio de ferro, restos de constru��o e de natureza morta, o trecho o Rio Paraopeba que recebe as �guas do C�rrego do Feij�o era reduto de praticantes da canoagem. A combina��o das pedras com curvas sinuosas oferecia condi��es favor�veis para iniciantes, que se aventuravam com caiaques nas corredeiras sepultadas pelos rejeitos da barragem (foto) da Vale em Brumadinho, na Grande BH. O monitoramento Qualidade das �guas Superficiais de Minas Gerais, do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), do terceiro trimestre de 2018, apontou que foi encontrado no Rio Paraopeba  �ndice de Qualidade da �gua (IQA) “muito ruim”. “Essa condi��o � favorecida principalmente pelo lan�amento de grandes quantidades de esgotos dom�sticos e efluentes industriais nos corpos de �gua”, explica o relat�rio.


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