
Pela primeira vez neste ano, uma autoridade do governo do estado admite o risco real de racionamento de �gua em Belo Horizonte e regi�o metropolitana. A conten��o pode ter in�cio a partir de mar�o de 2020, caso o volume de chuvas se mostre insuficiente para equilibrar a suspens�o da capta��o no Rio Paraopeba - medida tomada pela Copasa por conta do rompimento da Barragem Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho. A afirma��o foi feita pela secret�ria-adjunta de estado de Panejamento e Gest�o, Lu�za Barreto nesta quinta-feira (17), ap�s audi�ncia na 6ª Vara da Fazenda P�blica e Autarquias da capital, no processo que apura os danos causados pela mineradoras.
De imediato, o governo vai apelar � consci�ncia da popula��o, numa esp�cie de campanha de redu��o volunt�ria do consumo. Se a a��o n�o se mostrar suficiente, a ideia � adotar medidas mais dr�sticas. Na audi�ncia, foram ouvidas como testemunhas representantes da Vale, respons�vel pela barragem que se rompeu, da Copasa e do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio das Velhas. De acordo com a secret�ria, o problema vai bater � porta caso a estiagem permane�a e o n�vel dos rios chegue a patamares inferiores aos de 2015, o per�odo de seca mais cr�tico dos �ltimos tempos. “Hoje, o regime pluviom�trico � similar ao de 2015. O ideal seria que j� estivesse chovendo”, disse.
“O risco foi ocasionado porque houve o rompimento em Brumadinho, o que impede a capta��o de �gua no Rio Paraopeba”, destacou Lu�za Barreto. A obra de capta��o, inaugurada no fim de 2015, custou R$ 128,4 milh�es aos cofres p�blicos e era a promessa de solu��o, durante 20 anos, diante da crise h�drica que afetou a Grande BH em 2015. Com a interven��o, a Copasa poderia usar a �gua captada diretamente no rio nos per�odos chuvosos e, assim, poupar os reservat�rios do Sistema Paraopeba.
A secret�ria-adjunta acrescentou que governo, Minist�rio P�blico, Copasa j� t�m preparado, com a Vale, um rol de medidas a serem implantadas em car�ter imediato caso o cen�rio piore. A primeira � a perfura��o de po�os artesianos para garantir o abastecimento de locais estrat�gicos, como escolas e hospitais.
A promotora Andressa Lanchotti, coordenadora da for�a-tarefa montada pelo MP para apurar os fatos de Brumadinho, lembrou que, com a capta��o interrompida, h� uma sobrecarga do uso da Bacia do Rio das Velhas. A vaz�o residual que era de 3 metros c�bicos por segundo passou para 1,88. “Se n�o chover, essa situa��o pode se agravar”, alertou. Ela destacou ainda que est�o sendo negociadas com a Vale medidas em rela��o �s barragens em n�vel 3 que amea�am o sistema do Velhas – em Macacos e em Ouro Preto. “Se qualquer uma dessas romper, afeta a capta��o de Bela Fama, respons�vel por 60% do abastecimento de BH”, disse.
Em nota, a Vale informou que vai aplicar cerca de R$ 450 milh�es em uma s�rie de a��es nos sistemas de capta��o de �gua nas bacias dos rios Paraopeba e das Velhas para restabelecer o sistema de abastecimento de �gua da Grande BH. As medidas fazem parte do Termo de Compromisso homologado no in�cio de agosto entre a empresa e a Copasa, com as participa��es do Minist�rio P�blico em n�veis estadual e federal. “Pelo acordo, a Vale se compromete a construir um novo sistema de capta��o de �gua no Rio Paraopeba, realizar a��es preventivas na capta��o no Rio das Velhas e a contratar uma auditoria externa que ir�, entre outros pontos, analisar os projetos e acompanhar o volume de �gua armazenado nos reservat�rios da regi�o”, diz o comunicado. Sobre a vincula��o do poss�vel racionamento com o rompimento da barragem em Brumadinho, a assessoria de imprensa afirmou que a situa��o est� relacionada � falta de chuva.