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Estado de Minas

PF indicia sete funcion�rios da Vale e seis da T�V S�D por falsidade ideol�gica

Delegado respons�vel pelo caso afirma que o crime foi cometido tr�s vezes. Indiciados ainda ser�o investigados por crimes ambiental e contra a vida


20/09/2019 11:59 - atualizado 20/09/2019 19:33
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Coletiva de imprensa na Polícia Federal (PF) detalha indiciamentos
Coletiva de imprensa na Pol�cia Federal (PF) detalha indiciamentos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Sete funcion�rios da mineradora Vale e outros seis da T�V S�D foram indiciados por falsidade ideol�gica e falsifica��o de documentos previstos na Lei de Crimes Ambientais por causa do rompimento da barragem da mina de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. O rompimento da barragem 1 ocorreu em 25 de janeiro deste ano. Quase oito meses ap�s a trag�dia, 21 pessoas continuam desaparecidas.

De acordo com o delegado da Pol�cia Federal (PF), Luiz Augusto Pessoa Nogueira, o crime foi cometido tr�s vezes, sendo uma vez em junho e outras duas vezes em setembro de 2018, quando as empresas assinaram documentos que atestavam a estabilidade da barragem, a Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE).  Os indiciados ainda ser�o investigados por crimes ambientais e contra a vida.

"Trag�dia humana poderia ser evitada."

delegado da Pol�cia Federal (PF), Luiz Augusto Pessoa Nogueira

Cerca de 80 pessoas prestaram depoimento e 34 per�cias foram feitas para que as autoridades chegassem � conclus�o repassada em coletiva de imprensa na manh� desta sexta-feira. Os membros da Vale indiciados s�o: Alexandre de Paula Campanha, Marilene Christina Lopes de Oliveira Ara�jo, Washington Pirete da Silva, Felipe Figueiredo Rocha, C�sar Augusto Paulino Grandchamp, Andrea Leal Loureiro Dornas e Cristina Heloise da Silva Malheiros.

J� os funcion�rios da T�V S�D indiciados s�o: Makoto Namba, Marl�sio Cec�lio de Oliveira, Ars�nio Negro J�nior, Ana Paula Toledo Ruiz e Chris Peter Mayer. Nenhum diretor da Vale foi responsabilizado nessa etapa do inqu�rito. 

“A trag�dia poderia ser evitada. Primeiro, porque a barragem deu alguns sinais. Os estudos realizados apresentavam seguran�a abaixo do que era recomendado pelos pain�is de especialistas que a pr�pria Vale adotou”, explicou o delegado respons�vel pelo caso. Isso porque, apesar de os estudos apontarem que o fator m�nimo de seguran�a aceito por boas pr�ticas internacionais era de 1,3, a barragem da mina do C�rrego do Feij�o apresentava 1,09. 

“Na minha vis�o, houve press�o por parte dos funcion�rios da Vale para conseguir os laudos. A empresa queria dizer que tinha 100% das barragens est�veis. Queria apresentar para a sociedade e para o mercado que se tratava de uma empresa segura”, completou. Chamou a aten��o o fato de que  o valor do b�nus pagos a estes funcion�rios da Vale era calculado proporcionalmente ao n�vel de seguran�a das barragens. Ou seja, quanto maior o n�vel de seguran�a, maior o b�nus.

Neste momento, segundo a autoridade, nenhum diretor da Vale foi responsabilizado j� que se trata de um “relat�rio muito t�cnico”.

J� segundo o delegado, a T�V S�D assinou o termo de estabilidade para manter uma rela��o de contrato com a mineradora. “Ela n�o queria conflitos que fizessem perder outros contratos ou os que estavam em vig�ncia. A inten��o era continuar trabalhando com a Vale”, disse o delegado. Entre 2017 e 2018, a T�V S�D recebeu  cerca de R$6,4 milh�es em cinco contratos aditivos. 

"(...) a empresa e seus executivos continuar�o contribuindo com as autoridades e responder�o �s acusa��es no momento e ambiente oportunos."

Vale por meio de nota

O relat�rio da PF n�o pediu por pris�es, mas entrou com medida cautelar contra os indiciados – proibindo os funcion�rios de prestarem consultorias ou novos trabalhos nessa �rea. Esse inqu�rito ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico, que vai avaliar o relat�rio e as provas produzidas. A partir da�, o �rg�o faz a den�ncia ou n�o.

Caso sejam culpados, cada um dos envolvidos pode ter pena entre 9 a 18 anos. N�o h� prazo para que isso ocorra, de acordo com o delegado.

As investiga��es continuam em rela��o aos crimes ambiental e contra a vida. “Nos desmembramos o inqu�rito porque a mat�ria � muito extenso para ser avaliado. S�o 85 milh�es de documentos”, explicou o delegado. Agora, � preciso aguardar a per�cia para indicar o gatilho que provocou a liquefa��o e, consequentemente, o rompimento da barragem. “S� assim vou conseguir direcionar a responsabiliza��o criminal”, completou a autoridade. 

A Vale informa que tomou conhecimento, em 20 de setembro de 2019, dos resultados do primeiro inqu�rito policial relativo ao rompimento. empresa disse que "avaliar� detalhadamente o inteiro teor do relat�rio policial antes de qualquer manifesta��o de m�rito, ressaltando apenas que a empresa e seus executivos continuar�o contribuindo com as autoridades e responder�o �s acusa��es no momento e ambiente oportunos".

A T�V S�D afirmou que n�o vai comentar os indiciamentos. 
 

Veja quem s�o os indiciados:


Cristina Heloiza da Silva Malheiros

(integrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)

Ela � uma das respons�veis pelo monitoramento in loco e manuten��o da barragem 1 do Complexo Miner�rio Mina C�rrego do Feij�o. Ela trabalhava diariamente na barragem e, segundo a PF, teve papel fundamental na elabora��o do documento de estabilidade. 


Alexandre de Paula Campanha

(gerente-executivo de geotecnia corporativa da Vale)

Canaliza informa��es sens�veis sobre as quest�es de geotecnia, entre elas a estabilidade de barragens. De acordo com a PF, ele teria pressionado o analista da T�V S�D, Makoto Namba, a assinar declara��o de estabilidade

 

Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Ara�jo

(integra o setor de gest�o de riscos geom�tricos da Vale)

Ela participava do gerenciamento de dados corporativos que denotaram, inclusive, a criticidade da situa��o da barragem B1. 

 

Felipe Figueiredo Rocha

(assessor t�cnico do setor de gest�o de riscos geot�cnicos da Vale)

Ele participava do gerenciamento de dados corporativos que denotaram, inclusive, a criticidade da situa��o da barragem B1. Ele foi respons�vel por apresenta��o interna dirigida � Vale, em que apontou a situa��o de risco das barragens inseridas em zona de aten��o pela pr�pria empresa. De acordo com a investiga��o da PF, ele pressionou a empresa  T�V S�D a mudar o crit�rio de seguran�a. 


Washington Pirete da Silva 

(Especialista em liquefa��o integrante  da gest�o de riscos geom�tricos da Vale)

De acordo com a PF, ele era o maior especialista em liquefa��o que trabalhava na Vale. Inclusive, fez uma tese sobre a barragem de B1 e sabia das condi��es. Ele teria sido um dos autores de atestar a seguran�a adequada. 

 

C�sar Augusto Paulino Grandchamp
(I
ntegrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)

Segundo a PF, ele assinou tr�s vezes o Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE). Ele tamb�m teria participado de v�rias discuss�es t�cnicas.  Autoridade acredita que ele sabia das condi��es reais da barragem.


Andrea Leal Loureiro Dornas
(Integrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)
De acordo com a denuncia, ela participava  das reuni�es t�cnicas. Trabalhava ao lado da Cristina Heloiza da Silva Malheiros e do C�sar Augusto Paulino Grandchamp. 
 

Chris Peter Mayer
(Executivo da T�v S�d na Alemanha)

Respons�vel pelas opera��es no Brasil. Mayer se recusou a viajar ao Brasil para prestar depoimento � PF. A corpora��o vai buscar tratados internacionais para ouvi-lo na Alemanha ou por v�deo confer�ncia.

Makoto Namba
(Analista senior da T�v S�d)

Segundo a PF, disse ter se sentido pressionado para assinar documento atestando a estabilidade da barragem.  Ele assinou o Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE) em setembro do ano passado. 

Marl�sio Cec�lio de Oliveira
(Analista t�cnico da T�v S�d)
Investiga��es apontam que ele liderou estudos e revis�es peri�dicas da seguran�a da barragem.

Ars�nio Negro J�nior
(Consultor da 
T�v S�d)

De acordo com a PF, ele dava sugest�es importantes. Teria sido o respons�vel por retratar a situa��o ao executivo da empresa alem�.  


Ana Paula Toledo Ruiz 

(Consultora especializada em geotecnia e liquefa��o) 

Ela teria ajudado Marl�sio Cec�lio de Oliveira na elabora��o da revis�o peri�dica de seguran�a da barragem. Segundo a PF, ela foi quem ficou respons�vel pela inspe��o em setembro do ano passado.


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