
De acordo com o delegado da Pol�cia Federal (PF), Luiz Augusto Pessoa Nogueira, o crime foi cometido tr�s vezes, sendo uma vez em junho e outras duas vezes em setembro de 2018, quando as empresas assinaram documentos que atestavam a estabilidade da barragem, a Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE). Os indiciados ainda ser�o investigados por crimes ambientais e contra a vida.
Cerca de 80 pessoas prestaram depoimento e 34 per�cias foram feitas para que as autoridades chegassem � conclus�o repassada em coletiva de imprensa na manh� desta sexta-feira. Os membros da Vale indiciados s�o: Alexandre de Paula Campanha, Marilene Christina Lopes de Oliveira Ara�jo, Washington Pirete da Silva, Felipe Figueiredo Rocha, C�sar Augusto Paulino Grandchamp, Andrea Leal Loureiro Dornas e Cristina Heloise da Silva Malheiros."Trag�dia humana poderia ser evitada."
delegado da Pol�cia Federal (PF), Luiz Augusto Pessoa Nogueira
J� os funcion�rios da T�V S�D indiciados s�o: Makoto Namba, Marl�sio Cec�lio de Oliveira, Ars�nio Negro J�nior, Ana Paula Toledo Ruiz e Chris Peter Mayer. Nenhum diretor da Vale foi responsabilizado nessa etapa do inqu�rito.
Neste momento, segundo a autoridade, nenhum diretor da Vale foi responsabilizado j� que se trata de um “relat�rio muito t�cnico”.
J� segundo o delegado, a T�V S�D assinou o termo de estabilidade para manter uma rela��o de contrato com a mineradora. “Ela n�o queria conflitos que fizessem perder outros contratos ou os que estavam em vig�ncia. A inten��o era continuar trabalhando com a Vale”, disse o delegado. Entre 2017 e 2018, a T�V S�D recebeu cerca de R$6,4 milh�es em cinco contratos aditivos.
O relat�rio da PF n�o pediu por pris�es, mas entrou com medida cautelar contra os indiciados – proibindo os funcion�rios de prestarem consultorias ou novos trabalhos nessa �rea. Esse inqu�rito ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico, que vai avaliar o relat�rio e as provas produzidas. A partir da�, o �rg�o faz a den�ncia ou n�o."(...) a empresa e seus executivos continuar�o contribuindo com as autoridades e responder�o �s acusa��es no momento e ambiente oportunos."
Vale por meio de nota
Caso sejam culpados, cada um dos envolvidos pode ter pena entre 9 a 18 anos. N�o h� prazo para que isso ocorra, de acordo com o delegado.
As investiga��es continuam em rela��o aos crimes ambiental e contra a vida. “Nos desmembramos o inqu�rito porque a mat�ria � muito extenso para ser avaliado. S�o 85 milh�es de documentos”, explicou o delegado. Agora, � preciso aguardar a per�cia para indicar o gatilho que provocou a liquefa��o e, consequentemente, o rompimento da barragem. “S� assim vou conseguir direcionar a responsabiliza��o criminal”, completou a autoridade.
Veja quem s�o os indiciados:
Cristina Heloiza da Silva Malheiros
(integrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)
Ela � uma das respons�veis pelo monitoramento in loco e manuten��o da barragem 1 do Complexo Miner�rio Mina C�rrego do Feij�o. Ela trabalhava diariamente na barragem e, segundo a PF, teve papel fundamental na elabora��o do documento de estabilidade.
Alexandre de Paula Campanha
(gerente-executivo de geotecnia corporativa da Vale)
Canaliza informa��es sens�veis sobre as quest�es de geotecnia, entre elas a estabilidade de barragens. De acordo com a PF, ele teria pressionado o analista da T�V S�D, Makoto Namba, a assinar declara��o de estabilidade
Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Ara�jo
(integra o setor de gest�o de riscos geom�tricos da Vale)
Ela participava do gerenciamento de dados corporativos que denotaram, inclusive, a criticidade da situa��o da barragem B1.
Felipe Figueiredo Rocha
(assessor t�cnico do setor de gest�o de riscos geot�cnicos da Vale)
Ele participava do gerenciamento de dados corporativos que denotaram, inclusive, a criticidade da situa��o da barragem B1. Ele foi respons�vel por apresenta��o interna dirigida � Vale, em que apontou a situa��o de risco das barragens inseridas em zona de aten��o pela pr�pria empresa. De acordo com a investiga��o da PF, ele pressionou a empresa T�V S�D a mudar o crit�rio de seguran�a.
Washington Pirete da Silva
(Especialista em liquefa��o integrante da gest�o de riscos geom�tricos da Vale)
De acordo com a PF, ele era o maior especialista em liquefa��o que trabalhava na Vale. Inclusive, fez uma tese sobre a barragem de B1 e sabia das condi��es. Ele teria sido um dos autores de atestar a seguran�a adequada.
C�sar Augusto Paulino Grandchamp
(Integrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)
Segundo a PF, ele assinou tr�s vezes o Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE). Ele tamb�m teria participado de v�rias discuss�es t�cnicas. Autoridade acredita que ele sabia das condi��es reais da barragem.
Andrea Leal Loureiro Dornas
(Integrante da ger�ncia de geotecnia da Vale)
De acordo com a denuncia, ela participava das reuni�es t�cnicas. Trabalhava ao lado da Cristina Heloiza da Silva Malheiros e do C�sar Augusto Paulino Grandchamp.
Chris Peter Mayer
(Executivo da T�v S�d na Alemanha)
Respons�vel pelas opera��es no Brasil. Mayer se recusou a viajar ao Brasil para prestar depoimento � PF. A corpora��o vai buscar tratados internacionais para ouvi-lo na Alemanha ou por v�deo confer�ncia.
Makoto Namba
(Analista senior da T�v S�d)
Segundo a PF, disse ter se sentido pressionado para assinar documento atestando a estabilidade da barragem. Ele assinou o Declara��o de Condi��o de Estabilidade (DCE) em setembro do ano passado.
Marl�sio Cec�lio de Oliveira
(Analista t�cnico da T�v S�d)
Investiga��es apontam que ele liderou estudos e revis�es peri�dicas da seguran�a da barragem.
Ars�nio Negro J�nior
(Consultor da T�v S�d)
De acordo com a PF, ele dava sugest�es importantes. Teria sido o respons�vel por retratar a situa��o ao executivo da empresa alem�.
Ana Paula Toledo Ruiz
(Consultora especializada em geotecnia e liquefa��o)
Ela teria ajudado Marl�sio Cec�lio de Oliveira na elabora��o da revis�o peri�dica de seguran�a da barragem. Segundo a PF, ela foi quem ficou respons�vel pela inspe��o em setembro do ano passado.
