postado em 25/09/2019 06:00 / atualizado em 25/09/2019 08:35
Presos sendo transportados pela PM (foto: Gaeco/Divulga��o)
Quarenta e seis pessoas foram presas ontem numa megaopera��o desencadeada pelo Minist�rio P�blico em conjunto com Pol�cia Militar em nove cidades mineiras e em tr�s munic�pios paulistas. Entre os presos, seis foram detidos em flagrante. A quadrilha, investigada h� seis meses, � acusada de cometer quase 20 crimes nos dois estados, de falsifica��o de documentos, passando por c�rcere privado at� homic�dios. Policiais civis fazem parte do grupo de acusados. A suspeita � de que as fraudes tenham rendido milh�es.
A Opera��o N�mesis foi comandada pelo Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Patos de Minas (Alto Parana�ba), com a coopera��o das unidades de Belo Horizonte, Uberaba, Uberl�ndia (Tri�ngulo), Passos (Sul de Minas), S�o Paulo, S�o Jos� do Rio Preto e das Pol�cias Militares de Minas Gerais e S�o Paulo. Em territ�rio mineiro, al�m de Patos de Minas, a opera��o foi desencadeada nas cidades de Patroc�nio, Serra do Salitre, Arax� e Monte Carmelo (tamb�m no Alto Parana�ba), Uberaba e Uberl�ndia (Tri�ngulo), em Presidente Oleg�rio (Noroeste do estado) e em Sete Lagoas (na Regi�o Central). J� em SP, ela ocorreu na capital, em Mairipor� e em S�o Jos� do Rio Preto.
As equipes foram para as ruas para cumprir 42 mandados de pris�o e 71 de busca e apreens�o expedidos pela Justi�a Estadual em Patos de Minas. De acordo com a PM, os agentes p�blicos que integram a quadrilha atuam em Patos de Minas e S�o Paulo. Os criminosos praticavam homic�dios, concuss�o, corrup��o, prevarica��o, falsidade ideol�gica, furto e roubo de ve�culos, de cargas, de fazendas, de estabelecimentos comerciais, recepta��o e adultera��o de sinais identificadores de ve�culos, c�rcere privado, inser��o de dados falsos em sistemas de informa��es da administra��o p�blica, lavagem de capitais, falsifica��o e venda de documentos p�blicos.
A investiga��o come�ou em mar�o e resultou na pris�o do mandante e dos executores de um homic�dio, que foi o pano de fundo para as apura��es. “O Gaeco foi acionado para prestar apoio a um colega de Carmo do Parana�ba e, ao longo das investiga��es, vimos que havia uma grande e complexa organiza��o criminosa, que se subdividia em diversos n�cleos e grupos e em organiza��es menores, especializadas em v�rios tipos de crimes”, explicou o coordenador do Gaeco em Patos de Minas, promotor Paulo C�sar de Freitas.
(foto: Gaeco/Divulga��o)
Segundo ele, havia duas principais organiza��es. A primeira atuava na pr�tica de roubo de cargas e ve�culos e a outra, chefiada pelo mesmo agente na “legaliza��o” de documentos de ve�culos junto ao Departamento Estadual de Tr�nsito (Detran). “Eles eram esquentados por despachantes em BH, S�o Jos� do Rio Preto e S�o Paulo, com envolvimento de alguns agentes p�blicos”, explicou o promotor.
Das organiza��es menores, um n�cleo se concentrava em furtos em estabelecimentos comerciais em Patos: objetos de grande valor, como joias, mercadorias importadas e dinheiro. “Havia envolvimento de agentes p�blicos, inclusive da coordenadora do Renavam do Detran de S�o Paulo e de pelo menos um policial civil em Patos de Minas”, informou Paulo de Freitas.
Tamb�m foi identificado um “esquema de enriquecimento il�cito por meio da obten��o de vantagem indevida, os quais deliberadamente e com estabilidade, se uniram para garantir a perpetua��o de a��es criminosas diversas”, segundo a PM. Participaram da opera��o 270 policiais militares, al�m de duas aeronaves, drones, c�es, equipes do Gaeco, promotores de Justi�a, analistas do Minist�rio P�blico e servidores do Judici�rio.
Dos mandados expedidos, 71 de busca e apreens�o foram cumpridos e 40 pris�es executadas. Foram presos preventivamente a coordenadora do Detran de S�o Paulo e policial de Patos. A busca na casa de policiais civis resultou na pris�o de tr�s deles em flagrante. Dois pagaram fian�a e foram soltos.
Os agentes apreenderam 33 ve�culos, 133 celulares, oito armas de fogo, 310 muni��es, 50 computadores e R$ 265.456,95. Procurada para se manifestar sobre o caso, a Pol�cia Civil de Minas informou que informa��es deveriam ser obtidas com o Minist�rio P�blico.