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Estado de Minas

Quadro de viol�ncia amea�a professores em Minas Gerais

Estado registra m�dia di�ria de 55 ataques nas institui��es de ensino. 'Temos que propor pol�ticas para que as escolas possam formar cidad�os', defende diretor do Sind-UTE


postado em 16/10/2019 06:00 / atualizado em 16/10/2019 08:01

Em Franciscópolis, uma professora foi agredida com socos, chutes e puxões de cabelo. A violência foi cometida pela mãe de uma aluna.(foto: Reprodução da internet/Youtube)
Em Francisc�polis, uma professora foi agredida com socos, chutes e pux�es de cabelo. A viol�ncia foi cometida pela m�e de uma aluna. (foto: Reprodu��o da internet/Youtube)


O dia deveria ser de festejar, mas a realidade nas escolas � motivo de preocupa��o e reflex�o. No Dia dos Professores, comemorado ontem, chama a aten��o a realidade com a qual educadores t�m de lidar e que vai muito al�m do ensino. Casos de viol�ncia j� fazem parte do cotidiano escolar e n�o s�o raros os relatos de agress�es de estudantes contra professores ou depreda��es das escolas. Esse cen�rio exp�e a desvaloriza��o dos profissionais que zelam pela educa��o. Em Belo Horizonte, a viol�ncia aumentou 6,3%, nos primeiros oito meses de 2019, em rela��o ao mesmo per�odo de 2018.

No estado, mesmo apresentando diminui��o, os casos impressionam, com uma m�dia de 55 por dia, ou seja, dois a cada hora. Dados da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) mostram que, de janeiro a agosto deste ano, foram 13.334 ocorr�ncias de infra��es em institui��es de ensino p�blico municipal, estadual, federal e particular, al�m de creches, que envolvem danos a pessoas, entre eles ataques a professores e ao patrim�nio. 
 
De acordo com Paulo Henrique Santos Fonseca, diretor estadual do Sindicato �nico dos Trabalhadores em Educa��o de Minas Gerais (Sind-UTE) e professor da rede p�blica h� 13 anos, o problema da viol�ncia nas escolas � reflexo do que acontece na sociedade. "A viol�ncia que est� na sociedade como um todo tamb�m vai parar dentro da sala de aula", declara. Para ele, o desrespeito dos alunos e a falta de aten��o nas aulas s�o alguns dos problemas. "Isso abre as portas em um primeiro momento para as agress�es verbais", comenta.

Ele alerta que a viol�ncia dentro e fora do ambiente escolar ocorre em todas as regi�es do estado, portanto n�o � um desafio a ser enfrentado apenas por educadores, pais e alunos. "� uma quest�o social. Temos que fazer uma a��o conjunta para propor pol�ticas p�blicas para que as escolas possam cumprir seu verdadeiro papel, que � formar cidad�os", destacou.

"� uma quest�o social. Temos que propor pol�ticas p�blicas para que as escolas possam cumprir seu verdadeiro papel, que � formar cidad�os"

Paulo Henrique Santos Fonseca, diretor do Sind-UTE



Casos de viol�ncia em escolas de Minas Gerais exp�em a vulnerabilidade dos profissionais da educa��o. No in�cio deste m�s, duas ocorr�ncias chamaram a aten��o, uma na capital mineira e outra em Francisc�polis, na Regi�o do Vale do Jequitinhonha. Em BH, um professor idoso foi agredido dentro de uma sala da Escola Municipal Marlene Pereira Rancante, no Bairro Al�pio de Melo, Regi�o da Pampulha. Um menino de 12 anos jogou uma caixa de pl�stico na cabe�a do docente, que precisou ser levado a um hospital. J� em Francisc�polis, uma professora foi agredida com socos, chutes e pux�es de cabelo. A viol�ncia foi cometida pela m�e de uma aluna.

Dados da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) mostram que esses n�o s�o epis�dios isolados. Entre janeiro e agosto desse ano, as 13.334 ocorr�ncias registradas em Minas Gerais mostram apenas um leve recuo em rela��o aos 13.364 registros do mesmo per�odo de 2018. Em Belo Horizonte e cidades da regi�o metropolitana, as ocorr�ncias est�o em alta. Foram 2.049 infra��es na capital, contra 1.947, no ano passado. Na Grande BH, s�o 1.768 neste ano, contra 1.663, do per�odo anterior.

Para o diretor estadual do Sind-UTE, os educadores v�m sendo feitos ref�ns do medo, porque n�o h� pol�ticas p�blicas para a seguran�a nas escolas. Ele acredita que os alunos causadores da viol�ncia n�o s�o assistidos como deveriam e os professores s�o mal remunerados. "A solu��o n�o � colocar mais policiamento nas escolas e instalar detectores de metal. Precisamos de uma equipe multidisplinar, com psic�logos e assistentes sociais que dar�o assist�ncia n�o s� para alunos, mas tamb�m aos professores", afirma Paulo Fonseca.

Segundo o professor, favorecer uma cultura de paz nas escolas n�o se limita � elimina��o da viol�ncia f�sica. Ele acredita que a cria��o de espa�os democr�ticos que ensinem aos estudantes como conviver com as diferen�as e a��es que promovam o protagonismo juvenil s�o importantes. "Precisamos substituir a repress�o por meios que facilitem a conviv�ncia entre as pessoas. Temos � nossa frente uma luta que n�o � s� pela categoria, mas pelo compromisso com a aprendizagem", finaliza.


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