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Estado de Minas

Brumadinho: 9 meses depois, busca corre contra o tempo para evitar risco da chuva

Ap�s localizar 252 v�timas do rompimento da barragem, bombeiros intensificam buscas por 18 desaparecidos, preocupados com complica��es do per�odo chuvoso


postado em 25/10/2019 06:00 / atualizado em 25/10/2019 07:57

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 26/1/19)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 26/1/19)


Passados nove meses do rompimento da Barragem B1, da Mina C�rrego do Feij�o, ocorrido em 25 de janeiro em Brumadinho, na Grande BH, o ritmo de trabalhos do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais n�o apenas se mant�m, mas se intensifica. O motivo � a aproxima��o de mais uma temporada de chuvas, que leva os militares a temer que as condi��es do tempo comprometam a localiza��o das 18 v�timas ainda desaparecidas. Por isso, cerca de 130 militares trabalham incessantemente em uma �rea de 253 hectares coberta por parte dos 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos que se desprenderam do reservat�rio. O uso de m�quinas pesadas chegou ao limite, com o emprego de 180 equipamentos. Mas, contra a necessidade de acelerar as buscas, a corpora��o perdeu importantes aliados, respons�veis por localizar mais de 80 v�timas: n�o h� mais c�es farejadores para o trabalho. Todos os 64 dispon�veis no pa�s foram empregados e tiveram a sa�de afetada por exposi��o ao material presente na lama.

“Nem a chuva, nem a aus�ncia dos c�es impedir�o que continuemos com a miss�o de recuperar os corpos das 18 v�timas ainda desaparecidas. S� vamos cessar em duas situa��es: se ocorrer uma impossibilidade t�cnica ou quando a �ltima fam�lia receber o �ltimo desaparecido”, afirma o comandante da Opera��o Brumadinho, capit�o Josias Soares de Freitas J�nior. O militar se diz confiante. “Tenho um sentimento de que muito em breve conseguiremos recuperar todos os corpos desaparecidos. Isso por causa do avan�o das buscas sobre o terreno e pelos modelos matem�ticos que nos auxiliaram a prever onde encontrar as v�timas”, disse.

O capit�o do Corpo de Bombeiros afirma que, al�m dos c�es, o aux�lio vindo de outros estados desde o rompimento foi fundamental para essa que � a maior opera��o de resgate de v�timas do Brasil. “Todos os volunt�rios e recursos que chegaram foram empregados. De volunt�rios que ofereceram cortes de cabelo at� equipamentos de ponta”, afirma. O oficial destacou a ajuda dos 130 militares vindos de Israel, apesar de essa tropa ter recebido cr�ticas. “Contribu�ram muito, pois s�o uma das melhores tropas do mundo para quest�es de soterramento. Ajudaram na formata��o da opera��o, no tratamento dos dados, na forma��o do nosso banco de dados. O sistema de triangula��o de sinais de celular nos ajudou bastante, entre v�rias colabora��es tecnol�gicas”, destaca.

SONDAGEM Atualmente, a estrat�gia tem sido concentrar esfor�os nas profundidades de rejeitos de at� 3 metros, fazendo sondagens e prospec��es nas �reas mais profundas do terreno atingido. “Estamos concentrando as a��es nas profundidades de tr�s metros, porque foi onde 92% dos resgates (de corpos) ocorreram. Entre o terceiro e o sexto metro foram encontrados os demais”, explicou o oficial.

De acordo com o capit�o, os c�es que j� serviram em Brumadinho n�o podem retornar, sob risco de comprometimento grave da sua sa�de. “O organismo dos animais � menos resistente aos metais pesados do que o nosso. Al�m disso, eles se exp�em mais � contamina��o. Por isso, os que j� trabalharam na opera��o n�o podem retornar. Mas j� requisitamos mais e vamos esperar que consigamos, para o fim das opera��es de buscas”, espera.

Exames feitos pelas corpora��es de todo o Brasil que usaram c�es em Brumadinho detectaram contamina��o por alum�nio e chumbo. Esse fato traz preocupa��o sobre a contamina��o no Rio Paraopeba, mas a mineradora Vale, respons�vel pela barragem que se rompeu, garante que a �gua n�o foi afetada e a capta��o atualmente est� suspensa preventivamente.

Investiga��es


A Controladoria-Geral do Estado divulgou relat�rio que investigou os licenciamentos das barragens do complexo da Mina C�rrego do Feij�o e identificou falhas e fragilidades. Foi detectada, tamb�m, falha em procedimentos operacionais e recomendada a melhoria na comunica��o com o Sistema Estadual de Meio Ambiente e os �rg�os do poder p�blico relativos ao licenciamento da opera��o de barragens, bem como a suspens�o de atividades de empreendimentos sem garantia de estabilidade.

A Pol�cia Federal indiciou 13 funcion�rios da Vale e da auditoria independente T�v S�d – respons�vel por atestar a estabilidade da barragem que se rompeu – por falsidade ideol�gica e uso de documentos falsos envolvendo a trag�dia de Brumadinho. O rompimento da barragem deu origem tamb�m a uma s�rie de processos administrativos, multas ambientais e processos criminais contra diretores, executivos e auditores das duas empresas. O inqu�rito criminal que foi instaurado pela Pol�cia Civil e que apura as responsabilidades pela morte das pessoas atingidas e os crimes ambientais ainda n�o foi conclu�do.

Repara��o chega a R$ 2,3 bilh�es


A Vale informa que desde janeiro de 2019 destinou mais de R$ 2,3 bilh�es para a��es de repara��o e compensa��o ambiental, devido ao rompimento da Barragem em Brumadinho. De acordo com a mineradora, mais de 108 mil moradores da pr�pria cidade, de Bar�o de Cocais e de munic�pios da calha do Rio Paraopeba foram atendidos com a��es que incluem moradia, �gua, alimentos, medicamentos, roupas e transportes. “Mais de 1.200 indeniza��es c�veis j� foram firmadas com fam�lias das comunidades atingidas, al�m de outros 500 acordos trabalhistas”, informa a empresa.

A mineradora firmou tamb�m o compromisso de repasses para as �reas de sa�de e assist�ncia social de Brumadinho no valor de R$ 32,6 milh�es. Ainda de acordo com a companhia, um acordo com a Associa��o dos Munic�pios Mineradores de Minas Gerais (Amig) prev� aportes de R$ 200 milh�es a essas cidades. Outros R$ 20 milh�es ser�o destinados � compra de equipamentos, melhoria estrutural e capacita��o profissional do Corpo de Bombeiros de Minas, R$ 5 milh�es para a Defesa Civil estadual, R$ 4 milh�es para a Pol�cia Militar e R$ 6,5 milh�es para aquisi��o de equipamentos de ponta para o Instituto M�dico-Legal de Belo Horizonte.

Com a suspens�o das capta��es de �gua abaixo do local do rompimento, o Rio Paraopeba, que recebeu parte do rejeito da barragem que se rompeu, passou a contar com 67 pontos de monitoramento de 393 par�metros de qualidade de �gua ao longo de 2,6 mil quil�metros de extens�o, desde o Ribeir�o Ferro-Carv�o at� a foz, no Rio S�o Francisco. A mineradora informa que investe R$ 450 milh�es em obras nos sistemas de capta��o de �gua e abastecimento da Grande BH, uma das regi�es que tiveram a capta��o interrompida.

Para evitar que mais rejeitos entrem no Rio Paraopeba, est� em curso a constru��o tr�s grandes estruturas de conten��o (duas barreiras hidr�ulicas filtrantes e um dique), al�m de 24 pequenas barreiras estabilizantes na �rea atingida, informou a companhia. Desde 27 de maio n�o descem mais sedimentos para o rio, segundo a Vale.

A empresa anunciou, ainda, um plano de R$ 7,1 bilh�es para a descaracteriza��o de barragens de m�todo construtivo de alteamento a montante (mais perigoso). Com mais de 3 mil trabalhadores empenhados, a previs�o � encerrar as obras em 2020.

Trabalho incans�vel


As cinco fases da maior opera��o de buscas por v�timas do Brasil, mantida pelo Corpo de Bombeiros de Minas

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 26/1/19)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 26/1/19)


Primeira fase 
(janeiro e fevereiro)

» Buscas superficiais no terreno saturado de rejeitos. �rea liquefeita exigiu o empenho de 630 bombeiros por dia e mais de 30 aeronaves para detectar e transportar corpos. Grande dificuldade para enviar m�quinas, devido � instabilidade do terreno. Dificuldade para c�es rastrearem corpos, devido �s �reas alagadas e �midas

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 7/2/19 )
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 7/2/19 )


Segunda fase 
(fevereiro)

» Esgotamento da �gua acumulada em v�rios pontos e estabiliza��o do terreno permitiu a entrada de mais m�quinas e redu��o do n�mero de bombeiros, ampliando a �rea de buscas e o volume de resgates. O n�mero de m�quinas trabalhando, como p�s carregadeiras, escavadeiras, retroescavadeiras, chega a 30 e o de militares � reduzido para 250. C�es respondem por um ter�o da localiza��o de corpos e segmentos

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 20/3/19)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 20/3/19)


Terceira fase (mar�o)

» Aumentam as buscas em profundidades maiores no terreno, chegando a 6 metros. Quantidade de bombeiros � reduzida ainda mais, para 130 militares, enquanto a quantidade de m�quinas � duplicada, com at� 60 equipamentos por dia

(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 3/5/19 )
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press - 3/5/19 )


Quarta fase (de abril a agosto)

» N�mero de m�quinas operando simultaneamente chega a 180. Opera��o na cota m�xima de profundidade do terreno, com emprego de militares, efetivo que se mant�m em cerca de 130 bombeiros por dia. Buscas nos locais de maior concentra��o de v�timas

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação )
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o )


Quinta fase (setembro e outubro)

» Estrat�gias envolvendo bombeiros e m�quinas buscam ampliar a velocidade de buscas, para evitar as dificuldades do per�odo chuvoso. Concentra��o dos esfor�os nas profundidades de at� 3 metros, onde 92% dos resgates foram feitos. Prospec��es ajudam a determinar a profundidade dos rejeitos.


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