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Estado de Minas PATRIM�NIO

Em restaura��o, joia do Cemit�rio do Bonfim recupera o brilho

Na v�spera do Dia de Finados, obras de restauro trazem � tona a grandiosidade da Capela do Necrot�rio, erguida ainda na �poca da constru��o de BH


postado em 01/11/2019 06:00 / atualizado em 01/11/2019 08:11

Um dos maiores atrativos do monumento de 150 metros quadrados é a cúpula, fabricada na Bélgica(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Um dos maiores atrativos do monumento de 150 metros quadrados � a c�pula, fabricada na B�lgica (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Amanh� � dia de visitar os cemit�rios e prestar homenagem � mem�ria dos familiares, amigos e de pessoas admir�veis falecidas. Mas, neste Dia de Finados, moradores e visitantes que forem ao Cemit�rio do Bonfim, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, poder�o ver andaimes indicando a restaura��o de um monumento erguido na �poca da constru��o da capital: a Capela do Necrot�rio, de 1897, que chama a aten��o principalmente pela c�pula fabricada na cidade de Bruges, na B�lgica. “Temos aqui um patrim�nio importante da cidade, embora desconhecido de muita gente”, disse, na manh� de ontem, o restaurador Adriano Ramos, do grupo Oficina de Restauro, empresa encarregada da interven��o, prevista para terminar em 2 de fevereiro.

Na atual fase de restauro do espa�o, com �rea de 150 metros quadrados e 15 metros de altura, a equipe de especialistas fez descobertas. Sob seis camadas de tinta de v�rias cores, foi encontrada a pintura parietal marmorizada original, semelhante � existente no Pal�cio da Liberdade e no Museu das Minas e do Metal, ambos na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de BH. “Come�amos o trabalho em 2 de setembro, j� removemos 90% das camadas. A pr�xima etapa ser� recompor as perdas”, explicou Adriano.

No lado de fora da constru��o, as prospec��es feitas pela equipe de sete pessoas mostraram os tons amarelo e ocre tamb�m originais – no andaime colado � fachada, a restauradora Fernanda Alves Guerra revela que ainda h� muito para fazer na Capela do Necrot�rio do Cemit�rio do Bonfim, administrado pela Funda��o de Parques Municipais e Zoobot�nica (FPMZB), tombado pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio de BH. Para quem visitar esse e outros cemit�rios de BH, a FPMZB divulgou o hor�rio das missas em 2 de novembro (veja a programa��o).

Sob seis camadas de tintas, especialistas conseguiram chegar à pintura marmorizada original(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Sob seis camadas de tintas, especialistas conseguiram chegar � pintura marmorizada original (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


O projeto, com previs�o de durar cinco meses, tem recursos do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), fruto de medidas compensat�rias ambientais. Conforme a Funda��o Municipal de Cultura/Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que acompanha a interven��o, os servi�os t�cnicos s�o os seguintes: raspagem da pintura externa, remo��o das camadas de repintura, veda��o das �reas danificadas, complementa��es, emassamento e nivelamento das paredes externas, emassamento e nivelamento de lacunas das superf�cies no interior da capela, reintegra��o das cores e aplica��o de pintura � base de cal nas paredes externas.

Ocupa��o


(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
A destina��o do espa�o da �poca da constru��o de BH ainda n�o foi definida. “Vamos conversar sobre o uso com a dire��o da FPMZB, administradora do cemit�rio. Pode ser um receptivo, por exemplo, para turistas que v�m ao cemit�rio, pois existe visita guiada”, explica a diretora de Patrim�nio Cultural da Funda��o Municipal de Cultura, Fran�oise Jean. As visitas guiadas ocorrem de fevereiro a novembro e o interessado deve enviar e-mail para [email protected] a fim de marcar.

A diretora lembra que a Capela do Necrot�rio n�o foi concebida como capela, j� que o Cemit�rio do Bonfim foi constru�do para ser laico, dentro do ideal republicano – em 12 dezembro, BH vai completar 122 anos, tendo sido inaugurada oito anos ap�s a Proclama��o da Rep�blica (15/11/1889).

O projeto do Cemit�rio do Bonfim, inaugurado poucos meses antes da inaugura��o da capital, dentro dos novos crit�rios de higieniza��o, p�s fim ao costume de sepultamentos serem realizados no entorno das igrejas. “Assim (no fim do s�culo 19), a comiss�o construtora de BH escolheu um local bem longe da cidade”, informa Fran�oise Jean. Muito tempo depois � que o espa�o foi usado como capela, embora h� d�cadas esteja sem uso. Nos anos 1920, quando servi�os de sepultamento foram oferecidos, o necrot�rio foi desativado.

C�pula


Na visita s�bado aos entes queridos sepultados, as pessoas n�o devem perder a oportunidade de caminhar em torno da Capela do Necrot�rio, que, no interior, traz um pequeno altar. Na porta principal, est�o os sete degraus da escada e a portada de granito, indicando, segundo Adriano Ramos, que a entrada do cemit�rio era por outro lado do terreno. Na d�cada de 1930, com a constru��o do portal principal, a entrada foi mudada e se manteve at� a atualidade.

Em 2017, na primeira fase de restauro da Capela do Necrot�rio, custeada pela PBH com gerenciamento do Instituto Cultural Fl�vio Gutierrez (ICFG), o foco esteve na c�pula. Foram executados: recoloca��o e refixa��o das telhas de flandres, solda das rachaduras, furos e frestas na pira central, remo��o dos rebites e coloca��o de parafusos, aplica��o de tinta na c�pula, aplica��o do grafite nas pe�as em ferro, limpeza da pedra, e veda��o das infiltra��es no piso da laje.

Adriano n�o esconde o orgulho por ter trabalhado, com sua equipe, na c�pula, tanto que, nas pesquisas, encontrou uma fotografia, com legenda em franc�s, da estrutura de ferro com 12 metros de di�metro vinda da B�lgica e revestida de folha de flandres (liga de zinco e chumbo). “A constru��o foi ocorrendo ao longo do tempo. O revestimento, por exemplo, veio no in�cio do s�culo 20. Fico aqui pensando na dificuldade para o material chegar a Belo Horizonte”, diz Adriano.

N�o tenha d�vida, leitor, de que os olhos v�o se encantar com os ornamentos, a exemplo da pira, pesando 2 toneladas e localizada bem no topo da c�pula ou domo prateado. Portanto, n�o deixe de ver, no alto, de ferro fundido pintado de zarc�o, os quatro querubins chorando e as oito ampulhetas com asas, significando que “o tempo voa”. Nas laterais, na base, h� ainda quatro “fogos eternos” maiores (com pedestais) e dois pequenos, que levam � contempla��o e a momentos de reflex�o. No total, foram empregados R$ 450 mil, sendo R$ 300 mil da PBH, na primeira etapa (c�pula), e agora R$ 150 mil do MPMG.


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