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Estado de Minas

Quatro anos ap�s desastre de Mariana, cidades fantasmas emergem da lama

O rompimento da barragem do Fund�o liberou 40 milh�es de metros c�bicos de res�duos que varreram comunidades, contaminou rios e matou 19 pessoas.


postado em 02/11/2019 13:43 / atualizado em 02/11/2019 15:01

DOUGLAS MAGNO / AFP
(foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)


No dia 5 de novembro de 2015, a ruptura de uma barragem de res�duos de minera��o provocou a pior cat�strofe ambiental da hist�ria do Brasil. Quatro anos depois, nas zonas arrasadas do munic�pio de Mariana, em Minas Gerais, restam apenas ru�nas de pequenas cidades, uma natureza devastada e milhares de pessoas a espera de indeniza��o.

Ver galeria . 9 Fotos A lama apagou do mapa as localidades de Bento Rodrigues e Paracatu de BaixoDOUGLAS MAGNO / AFP
A lama apagou do mapa as localidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo (foto: DOUGLAS MAGNO / AFP )


A barragem do Fund�o - da empresa Samarco - liberou quase 40 milh�es de metros c�bicos de res�duos altamente contaminantes, que apagaram do mapa as localidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.

DOUGLAS MAGNO / AFP
(foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)

Da lama que soterrou estes locais emergem agora cidades fantasmas: casas, igrejas, uma escola coberta de mato e com paredes ainda manchadas do material avermelhado de min�rio de ferro.


"Foi o pior dia da minha vida, corri para n�o morrer, para n�o ficar na lama", conta Zezinho do Bento, comerciante aposentado de Bento Rodrigues. "S� n�o perdi minha vida, o resto perdi tudo".


O rio de lama matou 19 pessoas, afetou 39 munic�pios de Minas Gerais e do vizinho Esp�rito Santo e percorreu mais de 600 km pelo rio Doce e seus afluentes at� manchar o Atl�ntico, devastando fauna e flora em sua passagem.


"Com o tempo, a �gua foi baixando e as ru�nas come�aram a aparecer. Os moradores me contaram como era viver aqui, que adoravam o lugar", diz o fot�grafo colaborador da AFP Douglas Magno, que cobriu a trag�dia em 2015 e voltou � regi�o v�rias vezes.


At� o momento, nenhum diretor da Samarco (da Vale e da anglo-australiana BHP) foi condenado ou est� preso.


As acusa��es de homic�dio foram anuladas e restam apenas algumas den�ncias por inunda��o qualificada, deslizamento de terra e crime ambiental.

DOUGLAS MAGNO / AFP
(foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)

- As novas cidades -


At� agosto passado, as mineradoras Samarco, Vale e BHP desembolsaram 6,68 bilh�es de reais atrav�s da Funda��o Renova, que administra os recursos, para "medidas de reparo e compensa��o" na bacia do rio Doce e seus 113 afluentes.


Mas v�rios rios ainda precisam ser tratados e falta reflorestar cerca de 40 mil hectares de mata atl�ntica, segundo a Funda��o Renova.


Este organismo entregou 1,84 bilh�o de reais em indeniza��es e ajuda financeira a cerca de 320 mil pessoas, apesar de o minist�rio p�blico de Minas avaliar que o desastre atingiu ao menos 700.000 pessoas.


Em Mariana, apenas 151 das 825 fam�lias registradas - at� dezembro de 2018 - como v�timas do rompimento da barragem foram indenizadas, segundo o procurador Guilherme Meneghin.


No total, 402 fam�lias seguem esperando as casas que a Samarco constr�i em uma zona fora de risco, onde ficar�o as "novas" Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. A previs�o � concluir as obras em agosto de 2020.


"Est�o tentando que sejam o mais parecido com o que eram antes. Inclusive v�o construir duas igrejas" com a mesma dist�ncia que tinham entre si, explica Douglas Magno.


A frase "Mariana nunca mais" foi emblema da Vale ap�s a trag�dia, mas a ilus�o durou pouco: em janeiro de 2019, o desastre se repetiu no munic�pio de Brumadinho, tamb�m em Minas, quando uma represa da mesma empresa se rompeu, deixando 270 mortos ou desaparecidos, na pior cat�strofe industrial da hist�ria do Brasil em termos de v�timas.


No dia 25 de outubro passado, a Samarco recuperou sua licen�a para operar na regi�o, onde permanece como uma importante fonte de renda e trabalho.


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