postado em 13/11/2019 06:00 / atualizado em 13/11/2019 11:32
O of�cio de bordadeiras e rendeiras, tradi��o em Ouro Preto e 12 distritos, remonta ao s�culo 18 (foto: Prefeitura de Ouro Preto/Divulga��o)
Perto de celebrar 40 anos como Patrim�nio da Humanidade e lembrar o tricenten�rio da Sedi��o de Vila Rica, que marca o “nascimento de Minas”, ambos com programa��o em 2020, Ouro Preto, na Regi�o Central do estado, registra como bens imateriais do munic�pio o of�cio das bordadeiras e rendeiras e o Reinado de Nossa Senhora do Ros�rio, Santa Efig�nia e S�o Benedito, que remontam aos tempos coloniais. A aprova��o do Conselho Municipal de Preserva��o do Patrim�nio Cultural (Compatri) levou em conta a reivindica��o das comunidades. “Os dossi�s foram feitos de forma colaborativa, com participa��o dos requerentes”, informou, ontem, o secret�rio de Cultura e Patrim�nio de Ouro Preto, Zaqueu Astoni Moreira.
Tradi��o na sede de Ouro Preto e nos 12 distritos, o of�cio das bordadeiras e rendeiras tem dezenas de fi�is seguidoras de todas as faixas et�rias – e elas encontram na criatividade, guiada no tecido pelas linhas e agulhas, o jeito de se expressar e ajudar no sustento das fam�lias. “Nas pesquisas para o dossi�, encontramos apenas um homem na atividade. A maioria � feminina. S�o v�rios tipos de bordados e alguns exclusivos daqui, como a marafunda, t�cnica vinda de Portugal”, conta Pedro Augusto Rodrigues, do Departamento de Promo��o Cultural e Patrim�nio Imaterial da Secretaria Municipal de Cultura e Patrim�nio.
Os bordados chegaram � antiga Vila Rica no s�culo 18, e estavam presentes nos enxovais e nas roupas do clero. “Com o tempo, saiu do �mbito familiar e das igrejas para ganhar a aten��o e o talento das mulheres, que se reuniam em grupos”, diz Pedro Augusto, explicando que os costumes atravessaram os s�culos e se mant�m fortes na gera��o de emprego e renda. Equipe da secretaria se re�ne com grupos de bordadeiras e rendeiras para verificar os gargalos, como escoamento dos produtos, organiza��o e outras quest�es.
Reinado
Com origens em manifesta��o africana, o Reinado j� promete festa maior em 2020 (foto: Prefeitura de Ouro Preto/Divulga��o)
Celebrada em janeiro com grande participa��o popular, a festa do Reinado de Nossa Senhora do Ros�rio, Santa Efig�nia e S�o Benedito se torna Patrim�nio Imaterial de Ouro Preto para orgulho e alegria dos moradores, em especial para os integrantes de seis grupos de congados. “Trata-se uma conquista para valorizar nossa hist�ria, nossa ancestralidade”, diz o capit�o da Guarda de Mo�ambique de Nossa Senhora do Ros�rio, Kedison Guimar�es, em refer�ncia ao legado dos negros escravizados que vieram da �frica para o Brasil e trouxeram sua cultura.
O reinado tem origens na manifesta��o africana – “a f� canta e dan�a” –, quando os negros louvavam seus reis, rainhas e divindades. “Eram momentos sagrados para eles, que dan�avam e cantavam”, afirma Kedison. Satisfeito, reitera o significado de “vit�ria” e adianta: “J� estamos planejando uma festa maior, em janeiro de 2020, com a participa��o de v�rios grupos de congado de Minas”.
Com os dois reconhecimentos, Ouro Preto tem agora seis registros de patrim�nio imaterial, embora sejam os de agora os �nicos nascidos da reivindica��o das comunidades. Os j� vitoriosos s�o: os doces e a Festa do Divino Esp�rito Santo, de S�o Bartolomeu, a Cavalhada de Amarantina e a Festa de Nossa Senhora dos Rem�dios, de Santo Ant�nio do Salto.