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Estado de Minas

Consci�ncia negra: veja como mineiros contribuem para luta que � de todos

No dia nacional de exalta��o � igualdade, o Estado de Minas relembra nomes de mineiros que se destacam e fazem a diferen�a nessa batalha


20/11/2019 06:00 - atualizado 20/11/2020 07:54

(foto: Arte sobre Arquivo O Cruzeiro/EM - 7/4/1971, Solisluna Editora/Divulga��o - 12/11/12, Marcos Vieira/EM/D.A Press - 5/4/18, Flip Divulga��o - 3/8/17, Bruno Vasconcelos/Divulga��o - 3/6/19, Netun Lima/Light Press/Divulga��o - 18/5/06, Marcos Michelin/EM/D.A Press - 22/5/09, Ed�sio Ferreira/EM/D.A/Press -11/3/16, Marcos Vieira/EM/DA Press - 25/6/09)
Anos depois da institui��o do Dia Nacional da Consci�ncia Negra, ainda h� quem questione os motivos para a exist�ncia de uma data dedicada ao tema. O movimento negro, no entanto, costuma dizer que n�o deve existir apenas um dia ou um m�s para que a produ��o cultural, intelectual de parcela significativa da popula��o brasileira ganhe visibilidade e holofotes. Apesar de o povo negro ter contribui��o significativa em todos os campos da vida brasileira – com ind�genas, portugueses e outros grupos de migrantes – da literatura � m�sica, da culin�ria � engenharia, da religi�o ao saber cient�fico, muitos feitos t�m sua visibilidade prejudicada. Nem todo mundo sabe, por exemplo, que nomes importantes nessa luta nasceram em Minas.

As refer�ncias s�o in�meras, mas, nesta data dedicada � contribui��o dessa importante parcela da popula��o para a forma��o da sociedade brasileira, elegemos nove personagens e suas hist�rias, para que as novas gera��es possam saber sobre os feitos desses homens e mulheres cujas exist�ncias engrandecem toda a humanidade. Conhe�a pessoas que inovaram, criaram e sobretudo que abrem caminhos para muitos outras.

Diva Moreira


(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 22/5/09)
� importante conhecer Diva Moreira para saber mais sobre a implementa��o de pol�ticas p�blicas para a promo��o da igualdade racial em Belo Horizonte. Aos 73 anos, a cientista pol�tica segue atuante. Natural de Bocaiuva, � formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com especializa��o em ci�ncias pol�ticas. Come�ou cedo na milit�ncia na juventude, antes do golpe militar de 1964. Conheceu o marxismo na Igreja Cat�lica e entrou para o Partido Comunista. Militou em movimentos sindicais e de bairro. Em Belo Horizonte, criou a Casa Dandara, de cidadania do povo negro, e a Secretaria Municipal para Assuntos da Comunidade Negra. Na linha de frente na luta pelos direitos dessa parcela da popula��o, Diva se destaca pela eleg�ncia, pela fala calma e o jeito acolhedor e agregador.

Concei��o Evaristo


(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 5/4/18)
Aos 73 anos, Concei��o Evaristo � uma das maiores escritoras da literatura brasileira, embora o reconhecimento por inst�ncias liter�rias formais tenha vindo tardiamente. Nasceu no Morro do Pindura Saia, na Regi�o Centro-sul de Belo Horizonte, que acabou sendo desapropriado. Costuma dizer que a primeira recep��o de sua obra foi feita pelo movimento negro, notadamente professores que levavam sua literatura para a sala de aula. A mineira que se radicou no Rio de Janeiro foi agraciada com o Pr�mio do governo de Minas Gerais de Literatura 2017 pelo conjunto da obra, foi tema de ocupa��o cultural do Ita� em S�o Paulo e � reverenciada em saraus Brasil afora. No mesmo ano, foi a estrela da Flip em Paraty. Venceu o Pr�mio Jabuti em 2015, com Olhos D'�gua (Pallas) e este ano retorna ao maior pr�mio da literatura brasileira como grande homenageada. Tamb�m neste ano, recebeu a l�urea da 6ª edi��o da Olimp�ada de L�ngua Portuguesa. Na obra que inclui romances como Becos da Mem�ria (Pallas), Ponci� Vic�ncio (Pallas), Insubmissas l�grimas (Nandyala), destacamos o poema “De m�e”, uma cartografia afetiva de sua obra. “Cuidado de minha poesia / aprendi foi de m�e mulher de por reparo nas coisas e de assuntar a vida. A brandura de minha fala / na viol�ncia de meus ditos ganhei de m�e/ mulher prenhe de dizeres fecundados na boca do mundo”.

M�e Efig�nia


(foto: Bruno Vasconcelos/Divulga��o - 3/6/19)
M�e Efig�nia tem 73 anos e � natural de Ouro Preto. Senhora de grande saber e conhecimento, formou diversos filhos e zeladores do Candombl� no terreiro Manzo Nguzo Kaiango. � guardi� de pr�ticas sociais e culturais fundamentadas na religiosidade de matriz africana, fundamental para que os negros trazidos � for�a da �frica conseguissem lutar contra a escravid�o. Na d�cada de 1970, fundou a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango. A Comunidade tem identidade e territ�rio indissoci�veis, na qual o terreiro � percebido e experimentado como centro vital. A cultura diferenciada e a organiza��o social pr�pria constituem patrim�nio cultural afro-brasileiro. Em outubro de 2018, Manzo Ngunzo Kaiango foi registrada como patrim�nio cultural do estado de Minas Gerais.

Nilma Lino


(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A/Press -11/3/16)
Nascida em Belo Horizonte em 13 de mar�o de 1961, Nilma Lino � um dos principais nomes para a implementa��o das cotas raciais no Brasil. Foi a primeira mulher negra do pa�s a comandar uma universidade p�blica federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integra��o Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em 2013. Em outubro de 2015 foi nomeada ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que uniu as secretarias de Pol�ticas para Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e parte das atribui��es da Secretaria-Geral. Em 2019, tornou-se a primeira mulher negra a receber o t�tulo de professora em�rita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ingressou na Faculdade de Educa��o (FaE) da UFMG em 1984, no curso de pedagogia, e concluiu o mestrado em educa��o na mesma instui��o em 1994. � doutora em antropologia social pela Universidade de S�o Paulo (USP). Cumpriu est�gio p�s-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionada por Boaventura de Souza Santos. De 2002 a 2013, coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extens�o A��es Afirmativas na universidade.

Carolina Maria de Jesus


(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM - 7/4/1971)
Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no Alto Parana�ba, em 14 de mar�o de 1914 e morreu em 13 de fevereiro de 1977. Tornou-se uma das primeiras escritoras negras brasileiras, ressaltando o valor intelectual da mulher negra e inspirando dezenas de gera��es. � autora do livro Quarto de Despejo: Di�rio de uma Favelada publicado em 1960 e j� traduzido para 14 idiomas. Carolina viveu boa parte da vida no Canind�, favela na Zona Norte de S�o Paulo. Criou tr�s filhos como catadora de papel, mas, mesmo diante da carestia, tornou-se escritora de destaque. Em in�meros di�rios, mostrou para o mundo o que � sobreviver e lutar contra a fome.

Edimilson de Almeida Pereira


(foto: Flip Divulga��o - 3/8/17)
Edimilson de Almeida Pereira � poeta, ensa�sta, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras. � hoje um dos grandes intelectuais brasileiros, com produ��o liter�ria e acad�mica de destaque, a partir de uma perspectiva negra. Nasceu em 18 de julho de 1963, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Graduou-se em Letras pela UFJF em 1986 e se tornou especialista e mestre em ci�ncia da religi�o pela mesma institui��o. � doutor em comunica��o e cultura pelo conv�nio UFRJ-UFJF. Autor prol�fico, com dezenas de livros e artigos, estreou na literatura em 1985, aos 22 anos, com o volume de poemas Dormundo (1985). A partir de ent�o, s�o in�meras publica��es no campo da poesia e na cr�tica, de cunho etnogr�fico, fruto de pesquisas de campo voltadas para a an�lise e compreens�o da produ��o cultural baseada na di�spora africana no Brasil. � autor de Corpo vivido (1991); Livro de falas (1987); �rvore dos Arturos & outros poemas (1988); Corpo imprevisto & margem dos nomes (1989); e � Lapassi & outros ritmos de ouvido (1990).

Maria Mazzarello


(foto: Netun Lima/Light Press/Divulga��o - 18/5/06)
Fundadora da Mazza Edi��es, uma das editoras mais importantes do Brasil, Maria Mazarello Rodrigues se baseou na experi�ncia acumulada como uma das fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega, nos anos 1960 e 1970, e, logo ap�s, com o mestrado em editora��o realizado em Paris. A Mazza editou publica��es sobre alguns dos principais acontecimentos da sociedade brasileira das �ltimas d�cadas. Conta em seu cat�logo com vasta lista de escritores negros e livros que abordam a cultura afro-brasileira.

Pedro Valentim


(foto: Marcos Vieira/EM/DA Press - 25/6/09)
Pedro Valetim tem 36 anos e nasceu em 7 de setembro de 1983. Fez uma revolu��o em Belo Horizonte, quando com um grupo de jovens da cultura hip hop ocupou o Viaduto Santa Tereza, na regi�o central, com arte. Jornalista de forma��o, integra desde a funda��o, em 2007, a Fam�lia de Rua, coletivo que idealizou o Duelo de Mcs no espa�o. O evento em forma de ocupa��o tem 12 anos no espa�o p�blico da capital e foi fundamental para a transforma��o da cena da cidade, junto a movimentos como Fora Lacerda, Praia da Esta��o e Carnaval de Belo Horizonte. O Duelo tem uma contribui��o significativa na cena nacional do hip hop. Revelou nomes importantes para cultura da cidade, como Clara Lima, Hot e Oreia, FBC e Douglas Din. Embora nunca tenha duelado, tamb�m faz parte dessa gera��o o m�sico Djonga, nome que j� faz parte do cen�rio nacional do rap. Pedro tamb�m integra a organiza��o do Duelos de MCs nacional, maior batalha do g�nero no Brasil que est� na oitava edi��o. Em 2019, processo seletivo foi realizado nos 27 estados brasileiros, envolvendo 300 cidades, 500 batalhas e 3 mil MCs Brasil afora. A final de 2018 reuniu 40 mil pessoas no Viaduto Santa Tereza.

Cau Gomez


(foto: Solisluna Editora/Divulga��o - 12/11/12)
Ilustrador, cartunista, chargista, caricaturista, artista gr�fico e visual, Cau nasceu Cl�udio Ant�nio Gomes, em Belo Horizonte, em 7 de fevereiro de 1972. Recebeu mais de 50 premia��es nacionais e internacionais, incluindo dois mais recentes: 1º Pr�mio/Caricatura, no 18º PortoCartoon World Festival, no Porto, Portugal e o 2º Pr�mio/Cartum no 33º Aydin Dogan International Cartoon Competition, em Istambul, na Turquia. Radicado em Salvador, foi contemplado no fim de 2009 com o t�tulo de cidad�o honor�rio, em reconhecimento pela atua��o no jornalismo baiano. � coautor e ilustrador do livro Pastinha, o menino que virou mestre de capoeira, o �nico livro baiano infanto-juvenil a ser finalista do Pr�mio Jabuti, em 2012, publicado pela Editora Solisluna. Tamb�m ilustrou os livros O dia em que os gatos aprenderam a tocar jazz (2012); Dias de tempestade (2013); e Eu, s� uma pedra (2016) – esses pela Editora CEPE, em Pernambuco.


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