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Estado de Minas PATRIM�NIO

Iphan inicia estudo de desenhos atribu�dos a escravos em Ouro Preto

Equipe de arqueologia visitou sobrado onde foram encontradas cenas raras no Brasil, gravadas em parede, e que podem ter sido feitas durante a escravid�o


25/11/2019 06:00 - atualizado 25/11/2019 07:14

Técnico vistoriaram vários aspectos das marcas. Local será visitado em dezembro pelo presidente da Fundação Palmares
T�cnico vistoriaram v�rios aspectos das marcas. Local ser� visitado em dezembro pelo presidente da Funda��o Palmares (foto: IPHAN/Divulga��o)

Come�am os estudos t�cnicos sobre os desenhos encontrados no por�o de um sobrado de Ouro Preto, na Regi�o Central do estado. Equipe de arqueologia e restaura��o da superintend�ncia em Minas do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) esteve no local e j� faz pesquisas para esclarecer quest�es a respeito das marcas em baixo-relevo encontradas recentemente numa parede revestida de barro, e tudo indica, pelas m�os de um (a) africano (a) ou descendente que viveu no compartimento usado como senzala durante o per�odo da escravid�o, regime extinto em 1808, pela Lei �urea.

"Considero a iniciativa positiva, pois, com avalia��o t�cnica, poderemos saber quando os desenhos foram feitos, origem deles, enfim, uma s�rie de informa��es importantes para nosso conhecimento e preserva��o", disse o empres�rio Philipe Passos, da fam�lia propriet�ria do im�vel em processo de restaura��o para abrigar um restaurante. A hist�ria dos desenhos foi divulgada em 29 de setembro pelo Estado de Minas e, desde ent�o, ganhou mundo, via internet. “Outro dia, recebi um grupo de 40 professores de hist�ria. Visitavam o Museu da Inconfid�ncia, na Pra�a Tiradentes (o sobrado fica a poucos metros) e pediram para ver os desenhos”, contou o empres�rio.



Os arque�logos e restauradores informaram, destacou Philipe, que o propriet�rio do casar�o vizinho, onde funciona um restaurante, ser� comunicado oficialmente pelo Iphan sobre os desenhos visando a conserva��o, pois apenas uma parede de pedra divide os dois im�veis. “Felizmente, o c�modo atr�s do painel n�o foi aterrado, e, assim, a ventila��o garantiu a integridade do bem cultural. Hoje, do outro lado da parede, h� uma �rea de atendimento do restaurante. Se tivesse aterro, a umidade teria danificado.”

Sempre valorizando a descoberta feita por um funcion�rio da obra do restauro em curso, Philipe n�o tem d�vidas de que as pesquisas do Iphan v�o jogar luz sobre a hist�ria dos desenhos que ocupam �rea de 2,50 metros de largura por 1,20m de altura e cont�m cenas coletivas – duas mulheres trabalhando ao pil�o, com uma ave no alto, um grupo (feminino e masculino) de 13 pessoas que parece dan�ar, perto do que parece ser uma torre, e um navio com mais duas figuras humanas. H� tamb�m um animal de grandes propor��es semelhante ao guepardo ou chita, e ainda uma ave pernalta.



O entusiamo de Philipe aumentou ao receber, de um restaurador, por e-mail, uma cena registrada pelo pintor alem�o Johann Moritz Rugendas (1802-1958), conhecido nas artes como Rugendas, que viajou pelo Brasil durante a primeira metade do s�culo 19. O nome da obra � March� aux n�gres (Mercado Negro). ”O interessante � notar, no canto esquerdo, um menino desenhando um navio na parede, com v�rias pessoas olhando para ele, numa imagem que remete a eo por�o de Ouro Preto”, compara. A antiga Vila Rica recebeu levas e levas de pessoas escravizadas para trabalhar na minera��o de ouro, as quais, ao longo do tempo, enriqueceram a cultura da primeira cidade reconhecida como Patrim�nio da Humanidade (1980) pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).

Outro marco para a cidade

Est� marcada para 14 de dezembro a visita do presidente da Funda��o Palmares, Vanderlei Louren�o a Ouro Preto – a institui��o vinculada ao Minist�rio da Cidadania � respons�vel pela preserva��o do patrim�nio nacional de matriz africana. Em entrevista ao EM, logo ap�s o achado no sobrado da Rua Conde de Bobadela, Vanderlei disse: “Considero fant�stico, e nos interessa muito. Minas, em especial as cidades do Ciclo do Ouro, a exemplo de Ouro Preto, receberam grande parte dos africanos que chegaram ao Brasil no s�culo 18, muitos deles com conhecimento avan�ado sobre minera��o e que, depois, compraram a liberdade”. E mais: “A descoberta no casar�o fortalece ainda mais o que Ouro Preto representa para o pa�s”.

Na mesma data, ser� inaugurada a Casa de Cultura Negra, espa�o para a comunidade afro-brasileira local destinado a fortalecer a cultura, manter tradi��es centen�rias e desenvolver atividades sociais e educativas. A iniciativa da Prefeitura de Ouro Preto, in�dita no pa�s, segundo especialistas, ocupa a Sala Chico Rei, que foi reformada, ampliada e ganhou mais um m�dulo com novos servi�os e duas arenas, tipo anfiteatro, na �rea externa. O im�vel fica ao lado da Igreja Santa Efig�nia, no Bairro Alto da Cruz, no Centro Hist�rico. O nome Casa de Cultura Negra, antes Sala Chico Rei, foi mudado em 2017, por lei municipal, atendendo ao pedido dos integrantes do F�rum da Igualdade Racial de Ouro Preto (Firop).


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