
Sinal verde para restaura��o do legend�rio vapor Benjamim Guimar�es, uma das �ltimas embarca��es movidas a lenha no mundo e, para tristeza dos moradores de Pirapora, na Regi�o Norte de Minas, e dos viajantes, h� mais de cinco anos sem condi��es de navegar nas �guas do Rio S�o Francisco. Como fruto do conv�nio firmado entre o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), ser� anunciada na manh� desta ter�a-feira (3), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Belo Horizonte, o investimento de R$ 3,7 milh�es, por parte da autarquia federal vinculada ao Minist�rio do Turismo, para a recupera��o do barco constru�do em 1913, nos Estados Unidos.
Conforme o Iphan, o Benjamim Guimar�es, que j� navegou no Rio Mississipi (EUA) e, posteriormente, em rios da Bacia Amaz�nica, mant�m as caracter�sticas originais. No Velho Chico, navegou at� 2014 e, por v�rias d�cadas, foi usado para levar cargas e passageiros no trecho Pirapora (MG) - Juazeiro (BA), servindo at� no transporte de tropas do Ex�rcito Brasileiro durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

Preju�zo para o turismo de Pirapora
Conforme reportagem publicada pelo Estado de Minas em maio, a interrup��o dos passeios a bordo do vapor Benjamim Guimar�es, no Rio S�o Francisco, provocou preju�zos no turismo de Pirapora. As perdas, segundo a Associa��o Nosso Turismo (Antur), se deveram � redu��o do n�mero de visitantes no munic�pio a fim de fazer passeios na embarca��o – eram cerca de 200 nos fins de semana.
Na �poca, o Iepha, a Marinha do Brasil e uma empresa fizeram vistoria conjunta na embarca��o, resultante de mais uma a��o dos moradores da Pirapora em prol da recupera��o do vapor centen�rio. Ele parou de rodar em 29 de agosto de 2014, quando a Capitania Fluvial do S�o Francisco, em Pirapora, constatou “defici�ncias no chapeamento com diversos rasgos e furos no casco, comprometendo a seguran�a da navega��o e a vida humana”.

Hist�ria ligada ao Velho Chico
Conforme o Guia de bens tombados Iepha-MG, o vapor tem sua hist�ria relacionada diretamente ao processo de implanta��o da navega��o comercial no S�o Francisco, iniciado na segunda metade do s�culo 19 e que permaneceu em ritmo forte at� meados do 20. Al�m de refer�ncia cultural, ambiental, econ�mica e paisag�stica, o rio que percorre o interior do Brasil sempre foi uma via natural para os deslocamentos e, antes mesmo de os colonos portugueses se estabelecerem �s margens, os nativos j� usavam as canoas para navegar no S�o Francisco e seus afluentes.

Cria��o norte-americana
O Guia de bens tombados Iepha-MG conta a hist�ria do Benjamim Guimar�es, constru�do em 1913 pelo estaleiro de James Rees & Sons, importante armador norte-americano conhecido pelas embarca��es a vapor. O navio chegou ao Brasil adquirido pela The Amazon River Steam Company e navegou durante alguns anos no Rio Amazonas, sendo depois comprado pela Empresa J�lio Mour�o Guimar�es – foi desmontado e montado em Pirapora, no Norte de Minas, no fim da d�cada de 1920.Depois de montado, foi batizado com o nome do patriarca da fam�lia e passou a se chamar Benjamim Guimar�es. A embarca��o transportou passageiros e cargas por todo o rio e, em data n�o especificada, passou a pertencer � Companhia Ind�stria e Via��o de Pirapora. Na d�cada de 1950, passou para a rec�m-criada Comiss�o do Vale do S�o Francisco, e 30 anos depois, atendeu somente ao turismo, com pequenas viagens na regi�o. J� nos anos 1990, se tornou propriedade da Prefeitura de Pirapora.