(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DESASTRE DE BRUMADINHO

Estudo divulgado pela Vale contesta apura��es sobre desastre. Entenda

Relat�rio de especialistas sustenta que excesso de �gua, drenagem falha e problemas construtivos causaram rompimento em Brumadinho, mas diz que n�o houve sinais de alerta


postado em 13/12/2019 06:00 / atualizado em 13/12/2019 07:35

Área devastada abaixo da Barragem 1, em Brumadinho: liquefação, fenômeno que fez o conteúdo do reservatório se comportar como fluido, antecedeu o rompimento que matou centenas de pessoas, diz trabalho(foto: Gladyston Rodrigues/Em/d.a press - 25/1/19)
�rea devastada abaixo da Barragem 1, em Brumadinho: liquefa��o, fen�meno que fez o conte�do do reservat�rio se comportar como fluido, antecedeu o rompimento que matou centenas de pessoas, diz trabalho (foto: Gladyston Rodrigues/Em/d.a press - 25/1/19)


Uma barragem �ngreme, com falhas na drenagem e recebendo �gua em excesso, condi��o agravada pelas chuvas do fim de 2018. Essa combina��o de risco levou ao rompimento da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, segundo sustenta relat�rio elaborado por especialistas internacionais e divulgado pela Vale, respons�vel pelo complexo onde ocorreu o desastre que matou 257 pessoas e, quase um ano depois, ainda deixa 13 desaparecidos. Contrariando inqu�rito da Pol�cia Federal (PF) sobre o caso, o estudo aponta que a estrutura n�o mostrou sinais de instabilidade antes de se converter em um mar de lama, liberando mais de 9,7 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio.

Segundo o “Relat�rio do Painel de Especialistas sobre as Causas T�cnicas do Rompimento da Barragem 1 do C�rrego do Feij�o”, problemas com a drenagem insuficiente, o m�todo construtivo da barragem “a montante” – ou seja, em dire��o ao topo, t�cnica mais vulner�vel –, rejeitos pesados pelo alto teor de ferro e muita chuva levaram � chamada liquefa��o est�tica dos rejeitos do reservat�rio. Submetidos a alta tens�o, o material perdeu a resist�ncia, aponta o estudo. A situa��o � a mesma que havia levado ao rompimento da Barragem do Fund�o, de propriedade da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP, em Mariana, em novembro de 2015.

Com 88 p�ginas, o relat�rio foi divulgado na manh� de ontem. “O Painel constatou que o rompimento e o deslizamento de lama dele resultante decorreram da liquefa��o est�tica dos rejeitos da barragem”, informa trecho do documento, apresentado oficialmente em entrevista coletiva S�o Paulo. O trabalho aponta ainda que a perda de resist�ncia “significativa e repentina” indica que os materiais apresentavam comportamento fr�gil.

Produzido a partir de documentos, dados de sat�lite e imagens de drone, o relat�rio informa que “nenhuma drenagem interna significativa” foi instalada � medida que a barragem foi aumentando de tamanho. “Exceto pequenos tapetes drenantes, abaixo de alguns dos alteamentos posteriores e drenos verticais em alguns dos alteamentos superiores”, observa.

A liquefa��o da estrutura foi causada – sempre de acordo com o estudo – pelo alto n�vel de �gua, que n�o foi drenada de maneira adequada. “A falta de recursos de drenagem significativos, juntamente com a presen�a de camadas de rejeitos finos menos perme�veis dentro da pr�pria barragem, resultaram em um n�vel de �gua alto dentro da barragem”. “O Painel concluiu que a s�bita perda de resist�ncia e o rompimento resultante da barragem marginalmente est�vel foram devidos a uma combina��o cr�tica de deforma��es espec�ficas internas cont�nuas”, acrescenta.

Responsabilidade


O relat�rio divulgado ontem pela Vale apontando as causas do rompimento da barragem n�o vai interferir nas atua��es relativas a irregularidades cometidas pela mineradora, informa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad). “O documento foi contratado e atende a uma demanda da pr�pria empresa. Existem outras investiga��es e laudos gerados por �rg�os oficiais do governo”, informou a pasta, por meio de nota.

A Semad tamb�m informa que o relat�rio divulgado pela mineradora “n�o apresenta nenhum fato de for�a maior que retire as responsabilidades da empresa”. A secretaria aponta ainda que foi evidenciado que a “Vale S.A. omitiu informa��o sobre a defici�ncia da condi��o de seguran�a da Barragem 1”, deixando de apresentar a necessidade de completar a instala��o de drenos horizontais profundos (DHPs).

Diverg�ncias quanto a alertas de instabilidade


Diferentemente do que foi apontado pela Pol�cia Federal em setembro, quando indiciou sete funcion�rios da Vale e outros seis da consultoria alem� T�v S�d pelo rompimento da barragem em Brumadinho, os especialistas internacionais atestam que n�o havia sinais aparentes de que a cat�strofe poderia ocorrer. Segundo disse o delegado da PF Luiz Augusto Pessoa Nogueira na �poca do indiciamento, “estudos apresentavam seguran�a abaixo do que era recomendado por pain�is de especialistas que a pr�pria Vale adotou”.

O relat�rio divulgado ontem, entretanto, relata que imagens de drones, que sobrevoaram a regi�o sete dias antes, n�o mostravam sinais de instabilidade e que nenhum dos m�todos de monitoramento detectou deforma��es e altera��es significativas da estrutura antes do rompimento. “O rompimento tamb�m � um evento �nico sob a perspectiva de que ocorreu sem sinais aparentes de instabilidade antes do rompimento”, indica.

O parecer dos especialistas tamb�m traz vers�o diferente de relat�rio t�cnico da Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM), que indica que monitoramento alertou sobre riscos. A ag�ncia aponta que dois piez�metros, equipamentos que medem a press�o da �gua, entraram em n�vel de emerg�ncia. E que o radar que mede as movimenta��es centim�tricas da barragem capturou leituras fora do padr�o em dois momentos, em junho e dezembro de 2018, e nenhuma delas foi comunicada � ag�ncia.

A ag�ncia denunciou problemas na instala��o de drenos pela mineradora que podem ter contribu�do com o desastre. O painel, entretanto, atesta que n�o houve nenhum tremor significativo que pudesse ter resultado no rompimento, que a barragem foi monitorada “extensivamente” e que a instala��o de dreno n�o teve impacto na estrutura.

Em julho, a Justi�a condenou a Vale a reparar todos os danos causados pelo desastre. Na senten�a, foi reconhecida a responsabilidade da mineradora Vale quanto � repara��o dos danos nas esferas social, econ�mica e ambiental.

Investiga��o oficial


A Pol�cia Civil de Minas Gerais, que conduz investiga��o oficial sobre as causas do rompimento da barragem em Brumadinho, informa que o laudo sobre o desastre ainda n�o foi conclu�do, mas est� em fase final. O Minist�rio P�blico Federal (MPF) tamb�m contratou relat�rio sobre o desastre. A Universitat Polit�cnica de Catalunya (UPC) foi contratada para realizar servi�os de an�lise, modelagem e simula��o computacional para determinar objetivamente as causas do rompimento.

O que diz o relat�rio

O Painel constatou que o rompimento e o deslizamento de lamas dele resultante decorreram da liquefa��o est�tica dos rejeitos da barragem. Veja fatores listados no estudo

» Um projeto que resultou em um talude �ngreme constru�do a montante
» O controle de �gua dentro da bacia de rejeitos, que permitia que a �gua do lago de decanta��o chegasse perto da crista da barragem, resultando no lan�amento de rejeitos perto da crista
» Um recuo de projeto que empurrou as partes superiores do talude para cima dos rejeitos finos mais fracos
» A falta de drenagem interna significativa, que resultou em um n�vel de �gua persistentemente, principalmente na regi�o do p� da barragem
» Alto teor de ferro, resultando em rejeitos pesados com cimenta��o entre part�culas. Essa condi��o gerou rejeitos r�gidos que apresentavam comportamento potencialmente muito fr�gil se submetidos a um gatilho
» Precipita��o regional alta e intensa na esta��o chuvosa, o que pode resultar em perda significativa de suc��o, produzindo uma pequena perda de resist�ncia nos materiais n�o saturados acima do n�vel da �gua


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)