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Estado de Minas

Esp�rito natalino: fam�lia conta com solidariedade para melhorar vida de jovem com doen�a rara

Melchior Teixeira encara doen�a que atrofia seu corpo a cada ano. Ele precisa arrecadar dinheiro para reformar sua cadeira de rodas


postado em 24/12/2019 06:00 / atualizado em 24/12/2019 11:55

Morador de Betim, Melchior Teixeira, de 23 anos, sofre com miopatia nemalínica, que atrofia seu corpo a cada ano. Última reforma do equipamento custou R$ 3 mil (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Morador de Betim, Melchior Teixeira, de 23 anos, sofre com miopatia nemal�nica, que atrofia seu corpo a cada ano. �ltima reforma do equipamento custou R$ 3 mil (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Batizado com o nome de um dos tr�s reis magos, que levaram presentes no nascimento do Menino Jesus, Melchior J�nior Felipe Teixeira, de 23 anos, merece inverter esse caminho. Neste Natal, Melchior, que veio ao mundo numa fam�lia simples de Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), precisa ganhar uma oferenda. O jovem espera uma boa a��o para conseguir reformar sua cadeira de rodas, adaptada �s necessidades da miopatia nemal�nica, que vai atrofiando o seu corpo a cada ano.

Nas palavras da m�e do Mel, a cuidadora de idosos �urea Fagundes, t�o preciosa quanto o incenso ou a mirra levados a Bel�m, o filho � o mais antigo paciente do pa�s a sobreviver gra�as ao uso da hiperventila��o mec�nica. “A doen�a foi descoberta quando ele tinha um aninho de idade”, explica ela, contando que o filho nunca reclamou. “Ao contr�rio. Nos dias em que estou ‘pra baixo’, Mel me consola: M�e, Jeov� d� jeito pra tudo. Ele manda descansar Nele”.

Com sua for�a de vida acima da curva, o jovem acaba de gravar um v�deo endere�ado ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. H� seis anos, na qualidade de presidente do Clube Atl�tico Mineiro, foi ele quem autorizou a doa��o da cadeira de rodas motorizada para Melchior, por meio da assessora direta, Adriana Branco. Na �poca, foi contratada uma empresa especializada, sem restri��o de custo, para fazer as medidas do assento, das rodas e da aparelhagem que ajudam a sustentar a coluna do paciente. “Fiquei muito feliz pela surpresa de ter recebido a cadeira pelas m�os dos jogadores. Agrade�o por tudo o que o senhor fez por mim”, elogia Mel, torcedor fan�tico do Galo. Ele � pura gratid�o: “Foi como ganhar pernas para eu poder andar”.

Sem desistir 


Atualmente, por�m, � preciso encarar a realidade de que a cadeira de rodas j� n�o lhe serve mais. “A estrutura ficou gasta e estamos economizando para us�-la, com medo de acabar ficando sem nada”, observa a m�e. Devido � dist�ncia da escola e �s dificuldades do transporte p�blico, sem o elevador para deficientes f�sicos, Melchior foi obrigado a interromper os estudos formais. “Mel n�o desiste. Ele passou a assistir aulas no YouTube e a fazer exerc�cios por conta pr�pria”, entregam os irm�os do jovem, Chayenne e Simon.

Na �ltima avalia��o m�dica, ficou constatada uma forte escoliose na coluna de Melchior, formando quase um “V”, comprimindo os �rg�os do lado esquerdo. “Tornaram a nos lembrar da cirurgia corretiva que Melchior deveria ter feito aos 14 anos, mas n�o t�nhamos condi��es financeiras para isso”, afirma a m�e, com o olhar assustado, feito Nossa Senhora � beira da manjedoura. Na verdade, �urea custa a revelar o pavor de que o filho n�o resista � nova opera��o que, a grosso modo, implantaria uma barra de ferro para sustentar a coluna. “Oro para Deus n�o deixar isso acontecer”, completa.

Para evitar recorrer a essa medida extrema, a fam�lia de Mel tenta obter a doa��o de uma reforma completa na cadeira. “� preciso trocar as rodas, recauchutar as engrenagens, ter uma almofada de �gua pr�pria para cadeirantes. A manuten��o deveria ser feita a cada dois anos, adaptada ao crescimento do corpo do Mel. Da �ltima vez, a reforma custou quase R$ 3 mil. N�o temos condi��es de manter isso”, afirma �urea, que se vira como pode para improvisar as rodinhas da frente e outros pequenos consertos.

Ap�s a separa��o do marido, a situa��o se agravou. A m�e sustenta a casa praticamente sozinha, atuando como cuidadora de idosos, duas a tr�s vezes por semana. Devido aos cuidados com Mel, como a limpeza constante do respirador, da traqueostomia e da alimenta��o por sonda, al�m da ida a consultas e exames m�dicos, �urea precisou abrir m�o do emprego fixo. Para inteirar as despesas, a fam�lia conta com o benef�cio por invalidez do Mel e ‘bicos’ feitos pelos irm�os, que tamb�m auxiliam nas tarefas di�rias da casa e nos cuidados com o irm�o. 

Inspirados na luta pela sobreviv�ncia de Mel, a fam�lia n�o desiste de ter esperan�as, renovadas a cada Natal. Chegou a vender rifas para pagar a constru��o de um banheiro adaptado para cadeirantes, com azulejos pretos e brancos, escolhidos por Mel como homenagem ao time preferido. Reformado, o quarto do jovem � o maior da casa. O cora��o dele tamb�m, embora a m�e insista em dizer no diminutivo tudo o que se refere � sa�de do filho. “Tenho medo, pois a falta da cadeira e da cirurgia da coluna est� comprimindo o cora��ozinho dele”, resume ela, com um aperto no peito.

Informa��es sobre onde fazer as doa��es podem ser obtidas por meio do telefone: 99601-6993




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