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Estado de Minas

M�dicos revisar�o diagn�sticos com sintomas semelhantes ao caso Backer

Fam�lia de paciente que morreu em abril de 2019 foi � pol�cia falar sobre o caso. ''Ele falou que estava com muita ressaca e n�o melhorou mais''


postado em 18/01/2020 04:00 / atualizado em 18/01/2020 09:23

Ministério da Agricultura determinou recolhimento de todos os rótulos da Backer com validade a partir de 2020(foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Minist�rio da Agricultura determinou recolhimento de todos os r�tulos da Backer com validade a partir de 2020 (foto: Fotos: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

Equipes m�dicas v�o notificar a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) sobre pacientes que apresentaram quadro de insufici�ncia renal aguda e altera��es neurol�gicas, mas ficaram sem diagn�stico. A revis�o de casos anteriores � investiga��o da contamina��o na cervejaria Backer, que veio � tona em 5 de janeiro, procura esclarecer se houve algum epis�dio precedente que pode ser associado a uma intoxica��o por dietilenoglicol. A fam�lia de um homem de 62 anos, que faleceu em abril de 2019, foi nesta sexta-feira (17) � Pol�cia Civil prestar depoimento sobre a morte, que relaciona consumo de cerveja e sintomas da s�ndrome nefroneural.



“Estamos levantando casos que t�m a insufici�ncia renal com altera��es neurol�gicas para avaliar se possivelmente pode ter tido essa etiologia (causa da doen�a)”, afirma a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo. Ela destaca, por�m, que n�o h� motivo para a popula��o ficar preocupada. A inten��o � investigar a rela��o desses casos sem resposta e uma intoxica��o por dietilenoglicol, considerada bastante rara na literatura.

A m�dica ressalta se tratar de um trabalho dif�cil, j� que n�o se sabe se os casos sem resposta tem rela��o com ingest�o de bebida e a subst�ncia t�xica deixa de ser encontrada no sangue passada a fase aguda da doen�a. “S� � poss�vel ter a certeza do diagn�stico quando identifica a subst�ncia no sangue do paciente”, diz. “N�o sabemos se vai haver alguma conclus�o. � mais um cuidado que estamos tendo diante de casos sem diagn�sticos. Vamos notificar para ser aberta uma investiga��o pela secretaria”, observa Lilian.

Mapa recolhe r�tulos da Backer

O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), que interditou a f�brica da Backer na semana passada, determinou o recolhimento no com�rcio de todos os r�tulos produzidos pela cervejaria desde outubro de 2019. Em edi��o extra do Di�rio Oficial da Uni�o, nesta sexta-feira (17), o �rg�o determinou a interdi��o por 90 dias de todas as cervejas com validade a partir de agosto de 2020. A Pol�cia Civil considera que a janela de contamina��o da bebida ocorreu entre a segunda quinzena de novembro e a primeira quinzena de dezembro de 2019, visando a distribui��o para as festas natalinas e a Black Friday.

Um ano antes de toda a pol�mica envolvendo a cervejaria, em dezembro de 2018, um homem de 62 anos, morador do Bairro Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul de BH, passava pela mesma via-cr�cis dos casos suspeitos de intoxica��o por dietilenoglicol. No dia 21, tomou uma cerveja artesanal, come�ou a passar mal e, cinco dias depois, foi internado com um quadro de insufici�ncia renal aguda e altera��es neur�logicas num hospital particular, no Bairro Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul de BH. Foram quatro meses de luta e, em 20 de abril, ele morreu em decorr�ncia de problema nos rins, de causa desconhecida.


''Foi tudo igual, id�ntico''

Com as den�ncias relacionadas � contamina��o das cervejas Backer, a fam�lia est� atr�s de respostas para a morte misteriosa. O Estado de Minas conversou com a mulher dele, que pediu para n�o ser identificada. “Foi tudo igual, id�ntico a esses casos”, conta. Ela voltou aos m�dicos que cuidaram do marido e, agora, v�o revisar o caso.

''Ele falou que estava com muita ressaca e n�o melhorou mais''

mulher de paciente que morreu em abril de 2019 com sintomas semelhantes

Tamb�m foi nesta sexta (17) � Pol�cia Civil para prestar depoimento. “Segundo a pol�cia, agora serei intimada a ir ao cart�rio assinar o depoimento. Tenho tudo escrito, todos os exames, os relat�rios m�dicos. Eu e meus tr�s filhos queremos descobrir isso por ele”, explica a mulher, de 60. “Quero uma confirma��o, mesmo que n�o v� ter uma certeza”, diz.

A cerveja foi tamb�m o gatilho para o mal-estar do marido, depois de a fam�lia ir a um bar no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste. “Tem que deixar bem claro que n�o lembramos qual a marca, mas foi artesanal. Tenho certeza porque eu n�o gosto e pedi outra. Ele acordou no dia seguinte passando mal, com dor no est�mago, dor de cabe�a, enjoo. Tratamos como uma ressaca achando estranho, porque nunca tinha ressaca”, conta.

Força-tarefa de profissionais que cuidam do caso afirmou que situação dos internados é considerada grave
For�a-tarefa de profissionais que cuidam do caso afirmou que situa��o dos internados � considerada grave
Os dias seguintes foram arrastados e, no Natal, ele piorou muito, sem praticamente n�o conseguir urinar. Assim que chegou ao hospital, m�dicos constataram exames completamente alterados. “Os olhos dele ficaram meio ca�dos, chegaram a suspeitar de uma s�ndrome chamada Guillain-Barr� (doen�a autoimune). Veio a paralisia, a di�lise, as convuls�es. Fizeram exame de AVC e n�o deu nada”, diz.

A mulher conta que chegou ao hospital falando da cerveja. “Ele falou que estava com muita ressaca e n�o melhorou mais”, lembra. Os m�dicos vasculharam as possibilidades para o quadro, mas n�o chegaram a uma conclus�o. “Se de um caso na mesma �poca de uma pessoa que estava internada no Hospital Vera Cruz. Um m�dico chegou a comentar que era grav�ssimo tamb�m”, diz. Ela afirma que a associa��o entre os casos n�o foi investigada.

Primeira notifica��o em Minas

A primeira notifica��o � SES sobre paciente com insufici�ncia renal aguda e altera��es neurol�gicas de causa desconhecida ocorreu em 30 de dezembro. Em 31 de dezembro, foi notificado um segundo caso com os mesmos sintomas, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Os pacientes eram da mesma fam�lia. “Os casos tinham uma rela��o e isso chamou aten��o”, afirma Lilian.

Foram notificados 19 casos suspeitos da intoxica��o por dietilenoglicol � SES, sendo quatro mortes. Em um dos �bitos, foi confirmada a presen�a de dietilenoglicol no sangue. H� registros em oito munic�pios mineiros, a maior parte em BH. Todos os casos apresentaram sintomas gastrointestinais, altera��es da fun��o renal, sintomas neurol�gicos (paralisia facial, borramento visual, amaurose, altera��es de sens�rio, paralisia descendente e crise convulsiva).

An�lises do Mapa tamb�m encontraram a subst�ncia na �gua usada na cervejaria Backer, no Bairro Olhos D'�gua, na Regi�o Oeste de BH, e em oito r�tulos da marca. As den�ncias tinham rela��o com a cerveja Belorizontina, produzida pela empresa. A SES-MG informa que, como as notifica��es para os casos suspeitos de intoxica��o ex�gena por dietilenoglicol foi definida em 13 de janeiro de 2020, n�o h� registros anteriores no �rg�o. Para ser encontrada, � necess�rio fazer testes espec�ficos para esse agente, j� que ela n�o detectada nos exames de rotina de sa�de.


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