postado em 21/01/2020 15:11 / atualizado em 21/01/2020 21:19
Ver galeria . 30 FotosBombeiros resgatam duas v�timas que foram soterradas durante constru��o de pr�dio na Rua Palmira, Bairro Serra, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press )
Dois oper�rios foram soterrados na tarde desta ter�a-feira em uma obra na Rua Palmira, no Bairro Serra, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Um deles morreu. De acordo com a Floren�a Construtora, respons�vel pelos trabalhos, havia seis funcion�rios no momento do incidente, por volta das 14h. Uma das v�timas foi retirada ap�s seis horas e meia sob escombros.
Um dos homens ficou totalmente soterrado e teve o �bito constatado pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia ainda no in�cio da opera��o. O outro homem ficou com metade do corpo embaixo de terra, mas consciente. Enquanto os militares faziam a retirada dos escombros, m�dicos do Samu trabalhavam na oxigena��o do oper�rio, que tamb�m recebia soro. Ele foi retirado por volta das 20h40 e levado para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII.
Oper�rio � resgatado pelo Corpo de Bombeiros ap�s sete horas sob escombros, no Bairro Serra, em BH pic.twitter.com/lMEBm506r7
Vinte e cinco bombeiros militares chegaram 15 minutos ap�s o chamado e at� o fechamento desta edi��o ainda trabalhavam no resgate dos oper�rios, que t�m entre 40 e 50 anos, que ficaram sob escombros. A empresa n�o divulgou o nome das v�timas, por orienta��o de bombeiros que estavam na ocorr�ncia, para preservar os familiares.
Os trabalhadores cavavam uma vala para receber funda��o do pr�dio. O edif�cio residencial seria de nove andares e teria come�ado em outubro. De acordo com o tenente-coronel Winderson Alan Moura, risco � seguran�a da opera��o dificultou o resgate.
"� um trabalho minucioso, a gente precisa trabalhar com t�cnica tanto pela seguran�a das v�timas quanto dos militares que est�o empenhados. A dificuldade maior � a instabilidade do terreno", disse o militar. Segundo os bombeiros, a queda foi de aproximadamente quatro metros.
Vizinhos lamentam acidente
A gerente-geral Maria do Socorro Vasconcelos, de 58 anos, trabalha ao lado da obra e escutou um barulho por volta das 14h. "Fez 'bum', como se algo tivesse ca�do. Depois eles come�aram a gritar", contou. "Para a gente, que convivia (com os oper�rios) aqui � muito triste. Eles trabalhavam muito alegres. Parecia tudo normal e de uma hora pra outra aconteceu isso", lamenta.
Opera��o de resgate come�ou de tarde e se estendeu at� a noite (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
O servente de pedreiro Clarison Rodrigues, de 31, trabalhava em outra obra pr�xima ao local e correu para tentar socorrer os trabalhadores. "A gente escutou os gritos, os colegas gritaram muito e corremos pra ajudar", contou. "Tem cena que a gente v� e n�o consegue nem falar sobre. Pra gente que trabalha com isso, � um acidente ningu�m quer ver."
A vizinha Joana Darc, disse ficar assustada com o soterramento t�o pr�ximo de sua casa. "Passei por volta de 13h50 e estava tudo tranquilo. Na hora que voltei j� estava cheio de viaturas", disse a dentista. Segundo ela, h� pouco tempo havia uma casa no local. "Tem pouco tempo que come�aram a demolir a casa e n�o tinha muito movimento n�o, era raro ter o port�o aberto", conta. "A sorte � que n�o tinha muitos trabalhadores", acrescentou.
Resgate sem hora pra acabar
Na noite desta ter�a-feira, os militares se prepararam com toldo em caso de chuva que estava prevista para a madrugada. "Isso � tentar assassinar os empregados", disse Vilson Valdez, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Constru��o. Segundo ele, o sindicato havia visitado a obra em outubro e viu irregularidades. "Tinha cinco trabalhadores sem equipamento de seguran�a. Muita sujeira, material espalhado e falta de t�cnico respons�vel", disse.
A obra est� em fase inicial de constru��o. De acordo com o vice-presidente do sindicato, a empresa foi convocada, mas n�o compareceu. "Quando falamos com os oper�rios, deixamos panfletos e dissemos que quando come�asse a escava��o tinha que ter escoramento e um respons�vel acompanhando, mas parece que isso n�o aconteceu", contou Valdez.
J� Luiz Fernando C�rtes Caravita, advogado da Floren�a Construtora, sustenta que a obra estava regular e que os oper�rios usavam equipamentos de seguran�a. Representantes da Prefeitura de Belo Horizonte compareceram ao local, mas n�o falaram com a imprensa sobre licenciamento da constru��o.