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Estado de Minas

Moradores do Bairro Cruzeiro reclamam de pavimenta��o na Rua Sabino Barroso

Moradores rejeitam asfaltamento que cobriu o antigo cal�amento p�-de-moleque


postado em 29/01/2020 18:06

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)

O temporal da noite de ter�a-feira, em Belo Horizonte, aumentou a preocupa��o de moradores da Rua Sabino Barroso, no Bairro Cruzeiro, na Regi�o Centro-Sul. Embora localizada em parte mais alta da cidade, a via p�blica teve pr�dios invadidos pela �gua da chuva, algo “que nunca aconteceu por aqui”, conforme disse a diretora da associa��o comunit�ria, Maria Regina Reis Ramos. O motivo, na avalia��o dos moradores, � o asfaltamento realizado na ter�a e quarta-feiras, que cobriu o antigo cal�amento p�-de-moleque.

Indignada com a obra, num momento em que a cidade est� sob �gua e mergulhada em crise, Maria Regina afirmou que a empresa contratada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) n�o fez as necess�rias bocas-de-lobo, levando, ent�o, a �gua a descer, sem escoamento, da Rua Cobre at� a Rua Signorelli. Desde a semana passada, Maria Regina, restauradora de profiss�o, ligou para �rg�os municipais de forma a discutir a quest�o com engenheiros da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
 
“Fiz o registro no telefone de atendimento da PBH, conversei com um engenheiro, e fui informada de que um deles estaria aqui, hoje, com um fiscal. Mas n�o veio ningu�m”, contou Maria Regina, que se juntou a outros moradores para um abra�o simb�lico na Rua Sabino Barroso – no local, por volta das 13h, estavam as m�quinas da empreiteira contratada pela PBH para o servi�o.



“Acredito que essa pavimenta��o n�o vai durar muito. Era preciso retirar as pedras, fazer o nivelamento do terreno, para, depois, passar o asfalto. Com a contra��o e expans�o natural, logo o asfalto vai rachar e se encher de buracos”, analisou Maria Regina, ao lado da tamb�m diretora da associa��o, Giovanna Serafini. “Temos que abrir esta discuss�o na cidade, para que ruas cal�adas n�o sejam asfaltadas”, disse.

Recentemente, tamb�m os moradores do Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste da capital, se mobilizaram contra o asfaltamento de ruas do bairro, um dos mais antigos da cidade e dono de um conjunto arquitet�nico tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte. Al�m de descaracterizar o bairro, conforme informou ao Estado de Minas o presidente da Associa��o Comunit�ria do Bairro Santa Tereza (ACBST), Pedro Barros, o asfaltamento aumenta o calor e desrespeita a �rea de Diretrizes Especiais (ADE).

Velocidade

Moradora h� 50 anos do Cruzeiro, a comerciante Maria Helena Teixeira Silva se mostrou preocupada com a chuva que entrou na garagem do pr�dio, onde reside h� 15 anos. “Antes do asfalto, isso n�o ocorria. Ontem, a �gua entrou na nossa garagem. N�o dava nem para atravessar a rua”, afirmou com espanto. Tamb�m moradora do bairro h� d�cadas, Evelyne Caristo apontou outro aspecto: a velocidade.

“O cal�amento � um redutor natural. Desde ontem, os motoristas est�o passando com muito mais rapidez”, afirmou. Do abra�o simb�lico, participou o m�sico e compositor Chico Amaral, casado com Maria Regina e mais uma voz no coro contra a iniciativa da prefeitura, j� que mora na rua h� quase 40 anos.

Ver galeria . 89 Fotos Região Centro-Sul de Belo Horizonte foi a mais atingida pelo temporal da noite de 28 de janeiro. Na foto, situação na Praça Marília de Dirceu, no Bairro de LourdesPaulo Filgueiras/EM/DA Press
Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte foi a mais atingida pelo temporal da noite de 28 de janeiro. Na foto, situa��o na Pra�a Mar�lia de Dirceu, no Bairro de Lourdes (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )


Para Maria Regina, os engenheiros da PBH deveriam ter optado por uma forma diferente de pavimenta��o: o asfalto no meio, e o cal�amento nas laterais. “Esse sistema existe em cidades como Buenos Aires (Argentina) e no Vila da Serra (bairro do munic�pio vizinho de Nova Lima), em ladeiras Desse jeito, a �gua da chuva entra no solo e n�o desce com tanta velocidade”.

Mesmo participando do abra�o simb�lico, o morador Sebasti�o Aquino, de 79, se mostrou favor�vel ao asfalto, pois vai “fazer menos barulho”. Mas endossa a argumenta��o de Maria Regina sobre a combina��o do p�-de-moleque com o asfalto, como menos nocivo � cidade. E fez a ressalva: “Sou da ro�a, do barro. Quem � de l� gosta de asfalto”, afirmou o homem formado em contabilidade, administra��o e direito e natural de Divinol�ndia de Minas (Vale do Rio Doce)”.

O EM entrou em contato com a Sudecap e, em nota, a superintend�ncia informou que “todo o efetivo da prefeitura est� nas ruas atendendo as demandas da popula��o atingida, fazendo vistorias, limpando e desobstruindo vias e dando in�cio a reconstru��o das �reas mais afetadas”.


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