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Estado de Minas PODCAST O CASO BACKER

Caso Backer: com duas v�timas na fam�lia, esta farmac�utica foi elo para direcionar investiga��es

'Se n�o fosse por isso, at� hoje eu estaria tomando a cerveja. E voc� tamb�m'


postado em 09/02/2020 06:00 / atualizado em 30/04/2020 16:08



S�rie especial em podcast do Estado de Minas conta detalhes da hist�ria das cervejas contaminadas que mobilizou autoridades sanit�rias em BH

A situa��o que Camila Massardi Demartini, 29 anos, enfrenta, com as intoxica��es do pai e marido dela ligadas � cerveja Belorizontina, poderia paralisar muita gente. Mas n�o foi o que ocorreu com esta farmac�utica de 29 anos. Ela � a primeira entrevistada na s�rie especial de podcasts O caso Backer, publicada desde ontem no Estado de Minas. A articula��o de Camila com outros parentes de v�timas foi poss�vel depois da coincid�ncia de sintomas de Paschoal Demartini e Luis Felippe Teles, respectivamente pai e marido dela. Dessas conversas entre as v�timas, surgiu a suspeita de contamina��o a partir da cerveja artesanal. “Era a �nica coisa que havia em comum entre todos os pacientes. O fato de terem sido meus dois bra�os arrancados foi o que possibilitou toda essa descoberta. Se n�o fosse isso, talvez at� hoje eu estaria bebendo a cerveja. E voc� tamb�m”, analisa. Aqui, voc� l� os principais trechos da entrevista.



Primeiro voc� come�a com essas dores, com esse mal estar. Depois voc� descobre a insufici�ncia renal. Depois, eles (pai e marido) come�aram com uma paralisia facial unilateral, foi do lado esquerdo. Em seguida, uma insufici�ncia respirat�ria que tiveram de ser entubados e depois traqueostomizados. Ent�o vem a tetraplegia, que � a paralisa��o do pesco�o para baixo. O Felipe, meu marido, chegou a ficar sedado, inconsciente e depois tiraram a seda��o e aos poucos, muito devagar. Ele ficou v�rios dias assim, totalmente paralisado, sem abrir os olhos, sem se movimentar. A gente n�o sabia o que estava acontecendo, se ele estava consciente ou n�o. Meu pai na mesma situa��o, mas ele j� estava em Ub�, tinha passado o natal na minha casa, tinha participado do mesmo churrasco. Come�ou a sentir dores fortes tamb�m, foi internado  e posteriormente transferido para Juiz de Fora. Ele dormiu, sedado e n�o acordou. 

Da apura��o � cerveja
Eu pensava: ‘Coincid�ncia n�? Meu pai e meu marido doentes,  internados, com problemas renais’. A� me fez pesquisar por conta pr�pria porque que os dois estavam dessa forma, e eu n�o estava, minha m�e n�o estava... Oc CTI’s mant�m contato, um m�dico fala pro outro, eles t�m grupos em que eles comentam: ‘Eu estou com um paciente assim, assim, assim’. A� o Dr. Fabr�cio me disse: ‘Camila, eu estou sabendo de um paciente (de outro hospital) que mora perto da sua casa e de um outro que est� aqui mesmo, que mora em frente � sua casa’. Em contato com a Fl�via, que � esposa do Cristiano, perguntei a ela no dia 3 de janeiro: ‘Fl�via, o Cristiano bebeu cerveja? Ele gosta de cerveja? O Cristiano tomou Belorizontina?’. Ela respondeu ‘Sim, s� tomou Belorizontina’. A �nica coisa que todos os quatro tinham bebido ou comido era a Belorizontina, todas compradas no Super Nosso do Buritis, todas compradas na Black Friday. Ent�o isso n�o poderia ser uma coincid�ncia. E o que esses agentes qu�micos tinha a ver com a cerveja? A� a gente tamb�m fez essa liga��o. Poxa, dietilenoglicol � usado na produ��o de cerveja para resfriar no processo de fermenta��o. Ent�o pronto. A gente ligou o que eles comeram/beberam com o que causava essa sintomatologia que eles apresentavam.

O sacrif�cio do pai
Ent�o quando eu cheguei � Pol�cia Civil para prestar depoimento a primeira vez, eu j� falei isso. ‘Voc�s v�o entrar l� e v�o procurar metanol, dietilenoglicol e organofosforados. Porque nas nossas pesquisas, foi isso que a gente tinha encontrado que causariam os sintomas que eles tinham.. No dia 9, que eu j� tava indo pra Ub�, levando o corpo do meu pai, que tinha vindo pro IML, pra fazer a necropsia, eu vi a not�cia (relacionando a cerveja aos casos de intoxica��o, a partir de coletiva de imprensa da Pol�cia Civil). E esse exame ajudaria a desvendar tudo: depois foi comprovado que tinha dietilenoglicol nele. Ent�o tinha dietilenoglicol na cerveja, na Backer e no meu pai. Foi um sacrif�cio o meu pai ter ido. Eu acredito muito em miss�o, a miss�o dele foi brilhantemente cumprida. Eu s� tenho muito orgulho e gratid�o ao meu pai. Eu fico muito feliz por ter vivido por quase 30 anos ao lado dele e ele ter podido me ensinar tantas virtudes. Ele era um cara maravilhoso. E em rela��o � partida dele, acho que ele foi me ajudando a ajudar as outras pessoas que precisam. Eu n�o tive o Felipe que � a pessoa estaria do meu lado nesse momento de perda. Segurar essa barra sozinha n�o � f�cil, mas eu n�o tive meu tempo de sofrer, n�o � hora de sofrer, � hora de eu fazer minha parte, de ajudar.


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